Capítulo 37

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-Bem, se a minha mãe não estivesse aqui eu podia jurar que estou alucinando novamente - diz baixo, Anne aparecendo atrás dele logo depois.  

-Oi - mordo meu lábio inferior e Harry não diz nada, apenas dá espaço para que eu passe.

Posso sentir o olhar de Anne em mim enquanto me sento no sofá e nunca senti um ar tão pesado em toda a minha vida. Talvez exceto pelo enterro do meu pai.

-Olá Bonie, como você está? - ela pergunta.

Respiro fundo antes de responder. Estou bem, certo? Estou bem.

-Estou bem, Anne, e você?

-Bem - seu tom de mãe protetora está sendo usado, é quase parecido com o tom de voz que minha mãe usava com Harry. Beira insolência.

-Tem certeza de que está bem? - ela perguntou novamente e olhei para Harry, encostado perto do corredor.

-Sim - minha voz saiu praticamente inaudível.

Harry está sendo indiferente, eu vejo pela forma como me olha que está com raiva. Será que acha que a culpa é minha? Ele não faz ideia do inferno que tem sido. Não me lembro a última vez que tive uma semana tranquila desde que o conheci. Tudo virou uma bagunça inacabável.

-Eu deveria ir - me levanto e seguro a bolsa com firmeza na mão, tentando manter minha força toda ali - Eu... eu não devia ter vindo, não queria atrapalhar nada.

Praticamente corro até a porta e o aperto no meu peito piora quando vejo que Harry continua parado no mesmo lugar, sem me olhar ou dizer nada. Anne o olha por segundos e então desvia o olhar. Eles realmente não me querem aqui. Puta que pariu.

Abro a porta e olho para Harry. Ele dirige seu olhar para mim. Meu limite é aqui. Com um olhar gélido, ele mantém sua posição. Não vai me pedir para ficar, está tão cansado quanto eu.

Não digo nada quando saio, apenas tento correr até o elevador e rezar que ele chegue o mais rápido que pode. Ouço a porta de seu apartamento abrir e mal consigo respirar, mas tudo que ouço são os saltos de Anne batendo contra o piso do corredor. Ela para do meu lado esperando o elevador e não diz nada. Pouco depois escuto o som familiar das botas de Harry até mim. Sua mão toca o meu braço e sinto algo parecido com um arrepio em todo o meu corpo.

Olho para ele e parece que sua guarda baixou, seus olhos estão um pouco menos frios e ele está aqui, afinal. Está segurando meu braço, olhando nos meus olhos, sem dizer nada.

-Vem - acena para dentro do seu apartamento e Anne evita nos olhar, olho-a rápido e deixo que Harry me leve.

Ele fecha a porta atrás de nós dois e senta no sofá, faço o mesmo mas evito ficar perto então me sento no sofá que está à sua frente. Ele mantém a mão massageando as têmporas, os cotovelos apoiados nos joelhos.

-Sabe, eu achei que me torturaria por mais tempo - sua voz é baixa e muito mais rouca que o normal.

-Não estava te torturando, só precisava de um te- 

-De um tempo, eu sei, você disse isso vezes o bastante naquele dia - ele me olha e leva a mão até a boca, apertando o lábio entre os dedos - O que quer?

-Conversar - sussurro.

Ele afirma e desvia o olhar do meu.

-O que quer conversar? Quer me ouvir dizer o que quer que seja e então ir embora? Se vai simplesmente me deixar e acabar com tudo isso, não precisava vir até aqui. Achei até que nunca mais a veria.

Things I Can't | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora