"Ainda que pareça eu não sou uma princesa
na realidade não sou mais que uma travessa"- Qué más Da (Anahí)
Dez anos atrás...
Hoje é o dia do meu aniversário de oito anos, estou vestida como um bebezinho e me sinto péssima comigo mesma. Meu pai preparou minha festinha, mas só tem os amigos da Angelique e Estefania, não que eu as odeie, mas não gosto delas quando são más, principalmente quando a bruxa da Charlize a mãe delas está aqui.
Juan: vamos minha princesa, abra a porta - batendo a porta nervoso, os convidados já estavam agitados pela demora dela e a Charlize estava a ponto de jogá-lo na lareira - estão todos te esperando!
Anahí: não quero! E nem vou, mandam todos irem para casa! - gritou do quarto, voltando a chorar jogada na cama.
Juan: então abra para o papai sim? - falou um pouco baixinho - só um pouquinho do tamanho do midinho - assenti e fui dando passadas largas até a porta a abrindo - o que aconteceu para minha princesa chorar tanto?
Anahí: esta não é a minha festa, estou parecendo uma palhaça e... - ele assentiu a encorajando a falar - a mamãe não está aqui - disse por fim abaixando a cabeça.
Juan: papai já disse que a mamãe se tornou uma linda estrelinha no céu não é? - assenti enxugando as lágrimas, ele preferiria morrer a contar toda verdade à filha e assim a convenceu a comemorar ao seu oitavo ano de vida.
Oito anos depois o papai falecera, tendo uma parada cardíaca após receber uma carta muito suspeita, que logo após seu sepultamento fora jogada em minha cara pela madrasta. A carta pertencia à mamãe, ela dizia que estava voltando e que dessa vez quando fosse embora iria me levar consigo.
Anahí: minha mãe está viva? - disse enxugando as lágrimas que caiam descontroladamente - é alguma brincadeira de mau gosto?
Charlize: a golpista da sua mãe, não suportou você e foi embora levando o dinheiro da família - disse olhando as unhas tranquilamente - sabe nem eu suportaria você chorando e fedendo, já não basta todos estes anos tendo que fingir para o idiota do seu pai que era a madrasta modelo - fazendo uma careta - vamos embora que não quero esta mulher próxima a minhas filhas e a mim!
Anahí: eu tenho 16 anos, não pode me obrigar a nada! Eu quero conhecer a minha mãe! - se exaltando e avançando na madrasta.
Charlize: quer mesmo conhecer a mulher que te abandonou e matou seu pai com uma carta? Não seja idiota! - empurrando Anahí que caíra no chão da sala - agora você irá dançar conforme a minha música!
E sim, as coisas mudaram muito foram dois anos sendo tratada como uma escrava, não tinha diretos a nada, se estivesse vendo um programa na TV e a Angelique chegasse ela fazia questão de mudar de canal, enquanto a Estefania comia tudo que tinha na geladeira só por pirraça o que rendeu muitas idas ao hospital e ao corpinho de Titanic que ela possui.
Adaptei-me ao sótão, era meu refúgio, ninguém subia lá porque todas as madames pensavam que vivia com os ratos, hey antes que pensem que esta aqui é uma nova versão da Cinderela podem parar já com isso, pois meus planos não são nada honrosos, mesmo tecnicamente envolvendo um príncipe, não será por amor que ele me tirará deste inferno, e sim pela linguagem universal chamada dinheiro, quero ter as três como minhas subordinadas algum dia, só se referindo a mim como senhora Portilla, podem me julgar, mas é isso que entendo como justiça, olho por olho, dente por dente.
Hoje é meu 18º aniversário e nem preciso dizer que não terei festa, mas encaro meu único presente que recebi e é do papai, recebi hoje pela manhã pela Charlize e já é quase meia noite e não o abrir, olho as horas no celular e já passam das 23:57, dou um suspiro pesado e abro a caixa e encontro um livro grosso.
Anahí: sabia que ela jamais me entregaria se fosse algo de valor - abrindo a capa do livro e rindo consigo mesma, até que tenta passar algumas páginas e as mesmas estão coladas, contando um suspiro as descolam delicadamente encontrando um envelope, e ao abrir tem a certeza que aquele era o melhor presente de todos.
"Minha princesinha
Se estiver recebendo este presente sem minha presença saiba que sempre irei te amar, não importa onde esteja, na próxima página tem dados de uma conta bancária com seu fundo universitário e um dinheirinho para suas despesas, minha menininha já está indo para Universidade, só peço que antes de qualquer coisa que venha a fazer, faça por amor e com dignidade. Sendo sempre a princesinha do papai.
Beijos, Papai."
A carta era muito breve, mas o suficiente para tirar o meu chão, eram as últimas palavras do papai, pego a próxima página e era uma quantia considerável, corro até a escrivaninha e pego a minha carta da Universidade Columbia, agradecendo profundamente a professora Margot por ter me inscrito.
Anahí: papai, sei que não deve ficar feliz com isso, mas irei me casar com muito amor ao dinheiro e muita dignidade com a minha vingança - rindo torto - Se preparem pequenos cervos, pois tem uma caçadora no campus!
Olhando para o relógio na escrivaninha, noto que que relógio marca 00:00, realmente ao badalar da meia noite a Cinderela retornou a ser a gata borralheira, mas comigo é como se a fada madrinha acabasse de aparecer diante de mim, com aquele vestido horrível mas concedendo tudo o que sempre quis.
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GONE (Ponny) [Finalizada]
FanfictionE se sua vida fosse um conto de fadas? Onde você era considerada a princesa, mas quando menos espera cai para o posto de gata borralheira, cabe a você esperar pelo tão sonhado príncipe? Caso sua resposta for sim, só informo que a nossa princes...