♙ 20 - Cartas à Mesa ♙

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Alfonso a observou chorar, estava surpreso com aquela revelação dela, ele também se apaixonou por ela e lutou contra este sentimento por muito tempo, não poderia acreditar que ela se sentia assim por ele e nem ele por ela.

Alfonso: o que disse? - se ajoelhou aos pés de Anahí que chorava sentada no sofá branco, ele tentou mover o rosto dela para poder olhar em seus olhos, mas ela virou o rosto - por favor me responda - suplicou com seus olhos já com lágrimas.

Anahí: eu me... - engolindo o seco - eu me apaixonei perdidamente por você, mas você preferiu acreditar em palavras escritas num momento de fúria e desespero do que nos meus sentimentos levantando os olhos para o teto na tentativa de conter as lágrimas em vão - sabe quantas vezes eu já sentir raiva na vida? Sabe quantas vezes eu tive que escrever para não bater em alguém ou fazer alguma besteira? Muitas vezes, mas me apaixonar foi uma única vez no fundamental e quando a Angelique descobriu ela ficou com o garoto na minha frente, talvez o amor realmente não seja para mim - sorrindo fraco.

Alfonso: eu nunca me apaixonei na vida, até conhecer você, mas acabei estragando tudo, fui engolido pelo meu ego e pela raiva, eu não quis acreditar que você tinha seu lado obscuro como todo mundo e também quando vi meu nome riscado, pensei que estava sendo apenas usado por você para atrair a atenção dos tais "possíveis libertadores" - fazendo uma careta de leve.

Anahí: e a Dulce? Você nunca esteve apaixonado por ela? - ele negou com a cabeça e a abaixou em seguida - então por que passaram tanto tempo juntos?

Alfonso: como já disse antes queria ter alguém para quem voltar, gostava da ideia de ter uma namorada e não ser um fracassado - avançou para frente de Anahí segurando o rosto dela em suas mãos e a olhou nos olhos - nunca na minha vida eu pensei que um dia iria me apaixonar assim por alguém, pensava que era apenas algo que se via em livros e filmes, para iludir as pessoas, mas você me mostrou o quanto isso é real - selando levemente seus lábios nos dela, em seguida beijando suas lágrimas para secá-las.

Anahí: por favor... Para - ele se afastou dela confuso - não podemos simplesmente voltar depois de tudo o que aconteceu, afinal nem temos para onde voltar - rindo fraco - não consigo mais imaginar nós dois juntos, eu terei que viver eternamente com medo de acontecer alguma coisa e você agir da forma que agiu com o diário - ele segurou novamente seu rosto a fazendo olhar fixamente nos seus olhos.

Alfonso: eu não irei agir daquela maneira nunca mais, irei acreditar em você mesmo que o mundo diga o contrário, se você dizer que preto é branco irei acreditar em você, só peço que nunca desista de mim, pois eu nunca irei desistir de você - Anahí chorou ainda mais ao ouvir tais palavras dele e o abraçou chorando ainda mais, e antes mesmo que eles notassem estavam ambos no chão abraçados e chorando, havia muito a ser dito, mas aquele momento era mais importante que qualquer palavra, assim que as lágrimas passaram, se sentaram encostados no sofá branco.

Anahí: antes de qualquer coisa que viemos a ter a partir deste momento, preciso que você esclareça uma coisa - Alfonso gemeu já imaginando o que o esperava.

Alfonso: é sobre sábado pela manhã não é? - Anahí concordou com a cabeça - eu costumo me lembrar da maioria das coisas que acontecem comigo quando estou bêbado, mas desta vez só lembro de alguns momentos, não lembro como eu fui parar na cama dela, e não tenho certeza se nós transamos ou não, aquela noite foi sem dúvidas a mais confusa de todas - Anahí não o encarava, apenas o ouvia de cabeça baixa.

Anahí: ela não estava bêbada na festa, pelo menos não quando a vi de longe um pouco antes de você sumir, como ela pode fazer sexo com um cara no estado que você estava? - Alfonso deu de ombros como resposta, mas ela virou o rosto para não encará-lo.

Alfonso: Anahí, por favor não faz isso, fale tudo o que queira falar é este o momento que temos, e ao sairmos daqui iremos ser namorados ou estranhos, não irei suportar ser seu amigo - ela volta sua atenção a ele e depois para as suas mãos.

Anahí: se iremos ser namorados um dia, precisamos passar por algumas fases não acha? Preciso ter certeza de que você confia em mim e que devo confiar em você - Alfonso concorda com a cabeça e a encara com um sorriso torto nos lábios.

Alfonso: mas e se talvez, só talvez eu não conseguir me controlar perto de você, quando estivermos sozinhos num lugar como este - umedecendo os lábios e se aproximando dela, mas a mesma colocou a mão sobre a boca dele e o afastou.

Anahí: preciso deste tempo Alfonso, preciso que tenhamos confiança um no outro, ou será um relacionamento vazio como muitos por aí e vai chegar um tempo que somente o amor não irá bastar, pois o amor sem a confiança e sem o respeito é frágil e se quebra facilmente - ele concordou com a cabeça e se levantou a levantando em seguida e estendeu a mão direita a ela.

Alfonso: olá, me chamo Alfonso Herrera, as vezes sou um tremendo idiota, mas tento ser legal, principalmente com uma certa garota a qual estou perdidamente apaixonado - Anahí sorriu e apertou a mão dele.

Anahí: eu sou a Anahí Portilla, não sou 100% boazinha como certas pessoas pensam - erguendo as sobrancelhas o fazendo sorrir - mas tento ser uma pessoa boa, principalmente porque eu encontrei motivos para ser uma pessoa melhor.

O início da amizade deles causou um efeito estranho não somente neles, mas também em todos que os cercavam, cada dia que passava um conhecia ainda mais o outro, seus defeitos, suas qualidades, seus medos e a tensão entre os dois crescia cada vez mais, mesmo havendo carícias típicas entre amigos, o corpo de ambos gritavam em protesto por algo mais íntimo, por um contato que naquele momento não poderiam ter.

GONE (Ponny) [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora