10° Capítulo

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- Agnes Pieter - Disse para recepcionista do hospital.

- Você é parente dela ?

- Sobrinha.

- Só um minuto - Ela mexeu no computador - ela foi atropelada, mas os médicos ainda não deixaram informações sobre o caso dela.

Sai de frente do balcão e me sentei em uma daquelas cadeiras de espera, e logo sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

(...)

- Parente da senhora Agnes Pieter - levantei minha cabeça ao ouvir um médico alto de cabelos grisalhos, falando para as poucas pessoas que preenchia aquele lugar.

- Sim - me levantei e me aproximei dele.

- Qual seu nome ?

- Angel

- Bom, ela foi atropelada, teve um braço quebrado e uma das pernas fraturadas, e várias fraturas pelo corpo devido ao vidro do carro que quebrou e a atingiu. Ela está em coma senhorita...

- Eu quero vê-la - o interrompi

- Ela não pode receber visitas no momento.

- Ela vai ficar bem? - perguntei esperando por uma boa resposta.

- Ela perdeu muito sangue, ela precisa de um doador.

- O que ? - mais lágrimas pularam dos meus olhos - eu dôo pra ela.

- Quantos anos tem ?

- 17

- Você não pode doar - nega com a cabeça.

- O que? - Pergunto indignada.

- Na sua idade...

- E deixar ela morrer? - o interrompi

- Qual seu tipo sanguíneo ?

- A-, mas não tenho certeza.

- O dela não é esse, nem se você pudesse doar, não iria adiantar. Você não tem nenhum parente que poderia fazer isso?

- Eu não tenho contato com eles.

- Qualquer alteração no caso dela, você será avisada, com licença - ele disse isso é saiu.

Fui até a recepcionista e passei meu número pra qualquer coisa me ligarem, saí dali, peguei um táxi e fui para casa.

Chegando lá, comecei a procurar por contato de algum parente, uma hora andando de um lado para o outro e quase destruindo a casa em busca de algo, me sento no sofá e coloco as mãos na cabeça apoiando os cotovelos nas minhas pernas, o que eu vou fazer?, ela não vai poder esperar por muito tempo, ela vai acabar morrendo...

Vou até a cozinha em busca de um copo d'água para tentar me acalmar, porém em uma das gavetas encontro um estilete. Eu precisava amenizar aquela dor...

(...)

- Ainda não tivemos nenhuma alteração no caso dela senhorita - novamente aquela recepcionista.

- Eu posso ir até o quarto dela ?

- Ainda não, lamento. Eu acho melhor você ir pra sua casa, você só saiu pra almoçar, desde ontem à tarde.

- Não precisa, eu tô bem - disse isso e sentei novamente naquela cadeira e fiquei pensando.

Fiquei dois dias sem ir para escola, até que o diretor ligou e tive que dizer que iria hoje, por que se não ele iria querer falar com meu responsável.

Passei um pouco de pó para tentar amenizar as olheiras, mas não resolveu tanto assim. Mesmo não estando tanto frio eu coloco um moletom para esconder os cortes que eu havia feito.

(...)

Na aula de matemática eu estava distraída e meus pensamentos acabam parando em Agnes e acabo molhando a folha do meu caderno com as minhas lágrimas.

O sinal bate e saio em disparada da sala. Mas sinto alguém segurar meu braço, Stefan.

- Angel, você está bem ?

- Estou, porque ? - Sempre sou grossa com ele, mas a culpa é dos momentos em que ele aparece..

- Você falta dois dias seguidos, e quando vem, fica chorando. O que houve ?

- Nada que seja da sua conta - Puxei meu braço, mas ele não me soltou

- Confia em mim! - Ele disse me olhando nos olhos.

- Cuida da sua vida! - Falei alterando meu tom de voz, puxei meu braço e ele me soltou.

Sai dali, até que sinto alguém me seguindo, me viro e era ele

- O que você quer, Stefan ? - Lágrimas já escorriam pelo meu rosto.

- Te ajudar - ele se aproximou - Me dá uma chance! Não é só porque o David te magoou que eu também vou te magoar.

- Porque todas as pessoas que eu amo, se vão? - Meus olhos se enchem com novas lágrimas - O problema sou eu! - As lágrimas escorreram, fazendo o caminho que elas conheciam bem.

- Angel - Ele me abraçou - o problema não é você.

- É sim - me soltei dos teus braços, mesmo querendo permanecer ali por um bom tempo - Meus pais morreram, e isso também é culpa minha - sai correndo.

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