Lost

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- Eletrochoques - Tyler falou se sentando em uma poltrona ao lado da cama de Josh - só não fizeram lobotomia porque eu consegui sair daquele inferno antes.

Josh havia escutado tudo o que seu migo tinha passado em três dias, mas parecia mais ter sido durante um ano.
Os Eletrochoques, a camisa de força, o quarto estofado e tudo mais... era tudo real...
Um gosto amargo seguido por um gosto de metal invadiu o paladar de Josh que não acreditara no que ouvira.

- e agora tudo de novo...

- pera - Josh parou por um segundo - tudo de novo??

- sério que você não percebeu minhas roupas?

Josh havia percebido a touca vermelha, mas só agora visualizou o quadro completo. Tyler estava vestido com calça e casaco de moletom de cor cinza. Só a touca era de cor diferente. No seus pés ele vestia um all star branco.

- você está...

- sim estou internado, no caso, eu estava, eu fugi pra te ver...

- pra...

- pra te ver uma última vez.

Tyler então tirou um bisturi do bolso. E entregou nas mãos de Josh.

- não preciso mais disso. Você está bem não é mesmo?

Tudo estava passando como um turbilhão na mente de Josh. Ele sentia o gosto de metal invadir sua boca novamente, seu estômago se agarrar aos pulmões ele se sentiu tonto. O metal gelado do bisturi tocando sua pele parecia mais pesado do que deveria ser. Ele colocou o bisturi embaixo do travesseiro.

- okay, vamos manter isso bem longe de você. Eu estou aqui e não vou a lugar algum! Você vai ter que aturar minha voz fraca e fonha pra sempre.

Josh lançou um sorriso a Tyler q retribuiu. Nesse momento dois homens de branco, provavelmente enfermeiros, entraram no quarto.

- ele está aqui - o mais alto disse ao walktalk

Tyler não moveu um músculo.

- não tente fugir garoto se não...

- eu não vou - retrucou Ty sem nem deixar o homem terminar a sentença - eu só queria ver o meu amigo aqui - disse Tyler fazendo um sinal com a cabeça em direção a Josh - queria saber se ele estava bem já que vocês inúteis não me dão nenhuma informação! Ainda bem que a ala psiquiatrica fica aqui do lado né?!

- olha garoto, nós apenas fazemos nosso trabalho okay? - disse o mais baixo porém tão parrudo quando o outro - me acompanhe na paz okay?

- okay, okay, okay, okay! - disse Tyler suspirando e se levantando - vou pelo menos poder ligar para meus pais, Sam? - questionou Tyler sem dar um passo se quer

- que seja garoto - disse o enfermeiro, que pelo visto se chamava Sam, rolando os olhos. Tyler sorriu e mandou um beijo para josh que riu e corou - vamos logo!

Sam pegou um braço de Tyler e o outro enfermeiro pegou o outro. Ambos acompanharam Tyler e fecharam a porta atrás de si.

Agora era Josh quem se encontrava sozinho com seus pensamentos. Tudo muito silencioso. Ele então tocou nas próprias orelhas e percebeu que estava sem aparelhos. Mas como isso era possível? Ele estava escutando como se estivesse os usando.
Josh se perdeu em pensamentos. O que aquilo significava? o que estava acontecendo com Tyler? será que ele estaria bem ou a seção de tortura iria continuar? O que ele faria com o bisturi?

O bisturi! Josh se lembrou. Então ele levantou o travesseiro, pegou no metal frio do pequena faquinha e foi até o armário no qual Tyler havia batido a cabeça. Ali deveriam estar suas roupas. Bingo! Ele achou suas roupas e colocou o pequeno objeto frio e cortante no bolso da calça jeans preta.
Tendo feito isso, Josh se sentiu esgotado, sua cabeça doía muito e então ele se deitou e deixou o sono o levar.

Josh acordou apenas no dia seguinte. Sua mãe estava ali acompanhada de sua irmã mais nova, Ashley e as duas ficaram muito felizes em vê-lo, pelo jeito. A mãe de Josh não sobe dizer a ele nada sobre Tyler, e Josh não insistiu, sabia que se ela soubesse ela falaria sem exitar. Eles estavam ali, todos reunidos como uma família, apenas o pai de Josh não estava presente pois teve que comparecer ao escritório onde trabalhava. Fora issi tudo ocorria bem e foi nesse momento que tudo desmoronou de vez.

Um homem de estatura mediana e cabelos grisalhos entrou no quarto, ele usava um jaleco, sim, é o médico. Constatou Josh.

- Olá Josh eu sou Dr. Reynalds - disse o Dr estendendo a mão para que Josh a apertasse e assim o fez - sou neurologista e venho cuidando de seu caso.

- olá Dr, o senhor tem alguma novidade? - questionou a mãe de Josh estendendo a mão e também comprimentando o médico - Está tudo bem com meu menino?

O Dr. Reynalds passou o peso de uma perna para outra, tirou os óculos e o pôs no bolso.

- Senhora Dun, nos nossos exames descobrimos o motivo desse tal "barulho" que vem afligindo seu filho, Josh.

- ai que bom Doutor! - disse a sra. Dum sorrindo para o filho - e o que seria?

- O que seu filho tem é um nódulo causado por má formação no tecido que circunda o cérebro. Ele sofreu uma mutação e vem crescendo dentro da cabeça de Josh a desde então.

- okay - a voz da sra. Dun se tornou mais baixa - então é só fazer uma cirurgia e retirar certo? Vai dar tudo certo! - ela lançou um sorriso melancólico ao filho e a filha que estavam assistindo a cena, talvez para acalma-los mas Josh só sentia o chão abrir sob seus pés.

- não é tão simples assim Sra. Dun, essa massa já cresceu de uma maneira desmedida e num ponto de difícil acesso no cérebro de Josh, mesmo se o nódulo fosse menor seria um procedimento deveras arriscado. Eu lamento.

A mãe chorou, Ashley estava perdida e Josh simplesmente não conseguia assimilar o que estava acontecendo. O que o médico queria dizer? tudo começou a ficar borrado, tudo que ele via eram caras borradas e o que ouvia? Bom, ele muito menos ouvia o que essas caras passaram a falar. O gosto de metal invadiu sua boca e tudo ficou escuro novamente.

Estava tudo muito claro: Josh iria morrer.

Eu me sinto

T-E-R-R-I-F-I-E-D...

A Car, A Torch, A DeathOnde histórias criam vida. Descubra agora