Prólogo

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- Oi eu me chamo Emma, tenho 18 anos, tenho cabelos perfeitamente lisos e ruivos, olhos azuis como o oceano, e pele extremamente branca. Sou uma vampira de linhagem muito antiga e poderosa, sou filha do atual líder do clã de onde moramos.

A primeira vista isso pode até parecer legal, mas, as vezes é meio chato, ter que ser o exemplo o tempo todo, as vezes cansa, ter que cuidar com tudo o que eu faço e digo, as vezes eu só queria ser aquela garota normal que segue a exemplos, mas também se dá ao luxo de errar, de tentar fazer diferente, e não a garota modelo que todos devem se espelhar, já perdi tempo demais da minha vida sendo aquilo que esperam que eu seja, mas, como tudo na vida tem um início e também um fim, eu decidi que esse ano seria diferente, esse seria O ANO, já era tempo de sacudir a poeira e finalmente começar a viver a minha vida pra mim, e não para os outros.
E farei o necessário para isso, me sinto mais do que pronta para quebrar todas as regras, enfrentar quem preciso for, me apaixonar e fazer tudo que eu sempre quis fazer...

( ...)

Toc toc...

O som das batidas repetitivas e insistentes ecoam pelo meu quarto.

- Emma, minha filha, abra a porta quero falar com você. - lá vem ele, pode ver que tão boa coisa não deve ser.

- Está aberta, pode entrar. - falo alto, a fim de ser ouvida, e não ter que levantar pra abrir a porta claro.

- Vim para te avisar que deves ficar pronta as 19 horas, não sei se você se lembra mas hoje teremos um baile e não quero que você se atrase. - meu pai fala escorado na minha porta, olhando pra mim com seus grandes e azuis olhos.

- Ta bom pai, pode deixar, a senhorita perfeita comparecerá ao baile. - eu sabia que só podia ser mais um desses compromissos ridículos que ele me arranja. Eu já estou cansada de ter que ir a lugares que eu não quero e bancar a pessoa mais plena da terra, fingindo que está amando tudo, quando é na verdade o contrário que se passa.

- Emma não faça birra. - ele fala como se fosse apenas isso, uma birra. - Você já não é mais uma criança, você tem responsabilidades agora. - a vontade era de perguntar quando foi que eu não tive responsabilidades, acho que desde que me conheço por gente eu já tinha meus deveres para com todos, meu pai sempre me falava que as pessoas que nos rodeavam nos admiravam, e que eu deveria as fazer felizes, logo, para isso eu teria que sacrificar a minha felicidade, mas é lógico que eu não imaginava que seria assim.

- Está bem pai. - falo revirando os olhos. - Agora deixa eu me arrumar ou então eu vou me atrasar. - ultimamente ando cansada de tentar resistir, é sempre assim, uma briga constante em que meu pai sempre acaba por ganhar.

Mas como eu já havia dito, meu pai sempre foi assim, meio ríspido, sempre querendo impor as coisas, mas apesar disso, eu tento entender ele, sei que ele acha que o que está fazendo, é o certo a se fazer. Nossa vida sempre foi complicada, minha mãe não mora com a gente, ela e meu pai se separaram a muito tempo, isso por causa de algo que pra mim até hoje é um mistério, só o que me lembro é de uma briga que parecia sem fim, e a minha infância sendo destruída com a saída da minha mãe de casa, e é lógico que esse acontecimento só contribuiu para essa bagunça que se tornou nossas vidas, e desde então ela já não tem mais sido tão presente, apesar de aparecer nas horas importantes, não é algo que seja comum.

Bom, é melhor eu me apressar e me vestir logo, se eu não quiser me atrasar, para o baile visto um vestido longo colado em meu corpo, com detalhes trabalhados em transparência e coberto por pedras de cristais, ele tem um decote nos seios, dando um ar ainda mais feminino e sensual ao vestido, e a quem veste, claro. Por fim, faço cachos em meu cabelo e o deixo solto, uma maquiagem preta esfumada nos olhos e um batom nude.

- Acho que estou pronta. - penso alto, conversar comigo mesma se tornou constante desde a saída da minha mãe, há quem diga que eu enlouqueci, mas eu prefiro pensar que isso é tipo terapia, e a terapeuta sou eu!

Eu desço as enormes escadas de casa e vou direto para o local onde o baile aconteceria, fui andando mesmo, o baile seria em um espaço que fica quase dentro do meu quintal, enquanto isso, eu aproveito para sentir a brisa gostosa e refrescante que gela todo o meu corpo.
Ao chegar no baile dei logo de cara com uma linda decoração, toda feita com rosas, luzes baixas e penduradas por todo aquele espaço, mesas bem decoradas, e gente por todo lado, tanta gente que eu sequer consegui parar para cumprimentar uma, a não ser por uma certa pessoa, cuja me senti obrigada a parar para falar, e você deve estar se perguntando porquê, porque fazer acepção de tanta gente pra cumprimentar apenas uma, e a explicação é mais simples do que parece, não se trata de qualquer pessoa, se trata nada mais, nada menos que de Lucca, um garoto lindo, que se destaca em qualquer multidão, ele tem lindos olhos azuis que são capazes de deixar qualquer pessoa hipnotizada, cabelos castanhos, só quem conhece sabe dizer o quão generoso e gentil ele é, mas ao mesmo tempo tão poderoso e forte...

- Oi Emma. - ele diz quebrando a enorme pedra de gelo que havia ali, bom, eu acho que foi isso, ou ele simplesmente me pegou o encarando e me cumprimentou por pena, mas, vamos ser otimistas.

- Oi Lucca. - eu digo com um pouco de vergonha, mas com muita coragem.

Destinada A Um VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora