O retorno

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Linda Terrence, com o passar do tempo, volta aos afazeres rotineiros. As vozes já não a incomodavam mais e seu casamento estava fluindo calmamente. Até demais. Esse afastamento do caos e das pessoas estava lhe caindo bem, o que lhe proporcionaria acréscimo de anos.

Logo suas atividades de trabalho retomariam e ela estava mais do que disposta para voltar ao seu posto por direito. Só estava esperando recuperar-se do acidente que quase tirou sua vida. Linda nunca esteve tão bem consigo mesma. Mas essa leveza de mente e de alma não duraria muito.

O vento da madrugada, que soprava para dentro do quarto do casal, incomodou John. Fazendo-o acordar e notar que a janela do quarto estava aberta. Olhou para o lado e não havia sinal de sua mulher.

- Oh céus... Linda! - O homem grita, indo em direção a janela, onde as cortinas dançavam conforme o vento batia.

Notando que não havia ninguém lá embaixo, John correu, descendo os degraus da escada obstinado, com o temor invadindo seu sistema nervoso.
Procurou sua mulher pelos cantos da casa e não houve nenhum êxito.

- Linda! - Chamou mais uma vez, pela esposa, aparentemente, desaparecida.

Saiu correndo para a rua e quando olhou ao redor, reparou que havia uma pessoa parada na esquina, a aproximadamente 25 metros dele.

- Linda?! - John deu alguns passos à vereda da pessoa, que olhava para o nada. Ao segundo chamar do homem, ela virou a cabeça lentamente, deixando o Sr. Terrence com os pelos da nuca arrepiados.

Ao se aproximar, John notou que era Linda, trajando apenas a camisola e sua roupa íntima.

- Droga! - Ele corre até ela e a puxa para seus braços. - O que faz aqui meu amor? - A mulher permanece em sua calmaria interna.

Ele caminha com ela de volta a sua casa, trancando a porta e a janela do quarto, guiando Linda para a cama. A mulher permanece inexpressiva, com o pensamento longe. Seu estado de êxtase se esvai aos poucos, e ela permanece na beira da cama, sentada. A professora volta sua atenção para John e engatinha até ele, cautelosamente.

- Linda, vamos dormir. - A mulher começa a beijar o pescoço do marido e o morde sútil, fazendo John arfar.

- Eu quero você...

- Oh meu Deus, Linda... Por favor, não faz isso comigo. Amanhã nós dois temos trabalho. - A mulher continua seus beijos, descendo pela extensão da barriga de John. - Qual das alteres está no comando? - O homem questiona, chamando atenção da esposa, que logo lhe lança um olhar semicerrado.

- Que droga, John! - Linda desiste e se ajeita debaixo das cobertas, virando-se de costas para o homem, que apenas observou seus movimentos. - Agora precisa que alguma delas entre no controle, para ter desejo de foder com meu marido?

- Me desculpe, meu amor. É que pensei...

- Você já transou com alguma delas? - Linda vira a cabeça e a indagação fez o homem segurar o riso. Se manteve firme, afinal, Linda já estava com raiva.

- Eu só faço amor com você... Somente com você, querida. - Ele ficou imaginando se em todos esses anos, em algum momento, já transou com alguma das alters de sua esposa. Talvez nas noites em que ela queria algo mais... Agressivo. O homem volta sua atenção para a mulher e continua. - Precisamos dormir.

- Deve ser por isso que te trai... - Linda sussurra para si mesmo.

- O quê? - John questiona duvidoso, pois não pode ouvir nada além de sussurros.

- Nada John... Vamos dormir, se é o que você deseja. - Linda se movimenta deixando em amostra suas belas curvas. John por sua vez, morde os lábios, com os pensamentos indecentes que rodeavam sua mente.

Do Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora