Vivendo Perigosamente

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A professora fica com um medo imensurável, vendo que de longe dava para sentir o cheiro de álcool. A mulher segue para o acostamento, onde havia pouca iluminação, a rua aparentemente deserta. Assim que desce do veículo, ela fica parada esperando o que iria acontecer.

Logo mais atrás um policial vem em sua direção. Chegando perto, Linda vê suas características. Ele é um moreno alto, cabelos sedosos e um rosto sem barba. Os olhos são bem vivos, de cores verdes. Ele é forte, musculoso e muito charmoso, um típico jogador de basquete. A mulher deduziu isso só de olhar para o corpo do homem.

- Posso saber por que o Senhor me parou e o que eu fiz? - As palavras saem da boca da mulher sem ao menos ela ter pensado. - Quero dizer, eu não fiz nada de errado. - Tenta desta vez parecer mais sóbria. Falha comicamente.

- Bom, isso é o que vamos ver. - O policial fica sondando a mulher ali, tentando se equilibrar em seu salto.

- A Senhorita andou bebendo?

- Senhora... Senhora Terrence para você. - Corrigi ela sendo um pouco insolente. - E o "Senhorito" quem é? - Brinca ela, não percebendo que o homem ali não está com paciência para brincadeiras.

- A Senhora está me desacatando?

- Eu? Nunca que eu iria desacatar um policial. Ainda mais sendo tão simpático como o senhor. Mas o Senhor não se apresentou.

- Sou Charles. Anthony Charles e preciso verificar seus documentos, por favor.

Linda vai até o carro pegar seus documentos, seu estado alcoólico era tão vergonhoso que a mulher não lembrava onde ficava o porta-luvas. Após ficar alguns minutos divagando em seus pensamentos sem nexo, ela finalmente acha os documentos. Feito isso, entrega-os para Anthony.
Ele fica em silêncio por uns segundos.

- Tudo Ok. - O policial entrega os documentos de volta à mulher. Assim, ele a examina de cima a baixo.

- A Senhora andou bebendo, não é?

- Só um pouquinho, quase nada. - Linda faz um gesto com os dedos mostrando o tanto que tomou. Mente descaradamente.

- Preciso que senhora faça o teste do bafômetro.

- E eu prefiro que o "senhorito" me reviste a fazer um teste desses. - A mulher dá uma risada breve.

- Vire-se para o carro, encoste as mãos no vidro e abra as pernas. - Ordena o Sr. Charles.

- Eu estava brincando Sr. Charles. - Dá uma gargalhada. - Vamos, me libere logo e estamos todos certos. - Diz em um tom debochado.

Linda segue para seu carro. Quando é surpreendida pelo policial lhe agarrando e jogando-a de frente para o automóvel, com brutalidade

- Eu ordenei à virar para o carro, colocar suas mãos no vidro e abrir às pernas. Bem afastadas de preferência. - Enquanto ele falava, obrigava Linda a fazer as mesmas coisas que ordenou.

A professora fica apavorada sem saber o que fazer. Olha ao seu redor, percebe que o local não havia ninguém por ali, já passava da meia noite e naquele horário, muitas pessoas já não circulavam mais nas ruas. Anthony agacha diante de Linda, que permanece imóvel de costas para ele. O Sr. Formoso começa a passar suas mãos pelas canelas dela.

- Você não pode fazer isso! - Grita a professora, desesperada. Move-se com ímpeto contra o policial. Uma tentativa frustrante. O policial à empurra, deixando ela quieta novamente. Abaixa-se de novo.

- Me impeça. - Sussurra o homem.

- Você tem que parar. Solte-me! - Implora ela, chorosa.

Um sentimento de aversão percorre Linda. Seu corpo fica em uma energia frenética. Sua visão começa a ficar turva. A cabeça da professora lateja em uma dor suportável, mas incômoda. Suas vozes perturbam sua mente. Umas gritam, outras gargalham e somente Kathryn levanta a voz na cabeça de Linda, sem paciência alguma para o que estava por vir.

Do Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora