Capítulo 6

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Lana

Saio da sala pisando forte em direção ao corredor, passo por Robert conversando com alguns pais e continuo andando como se a presença deles ali não fizesse diferença na minha vida, eu tremia tanto que acho que, apesar de meu esforço, aparentava em meu rosto e em minhas mãos. 

-Parrilla?-Robert chama e sinto ele me seguir.-Parrilla, você está bem? 

-Aconteceu um imprevisto.-Paro bruscamente na frente dele quase o fazendo esbarrar em mim e penso rapidamente em uma desculpa para sair correndo dali.-Não poderei ficar para a reunião. 

-Um imprevisto com a senhorita Morrison?-Me viro e o encaro com a cara séria.  

-O que?-Pergunto tentando não mostrar nenhuma expressão comprometedora.-Como ousa? 

Ele sabia demais, e ainda faz questão de me insinuar que ele sabe. 

-Sim, você e a senhorita Morrison.

-Não é da sua conta, cuide da sua vida Carlyle. Faça seu serviço e cuide dessa reunião.-Digo entredentes com meus olhos quase o fuzilando. Ele fecha a cara e volta pelo caminho que veio. 

Continuo o caminho até chegar ao estacionamento e de lá vou de carro até meu apartamento, por todo o percurso meu celular não parou de tocar mas não me dei o trabalho de atende-lo ou simplesmente saber quem gostaria de falar comigo. 

X

Depois de um banho bem gelado vou verificar meu celular que ainda insistia em tocar, de principio estranhei as ligações perdidas, tinha números dos mais variados, iam da Bex a Eric. 

"Ligar para a Bex. Ignorar o Eric."

Acho que a Bex ta na minha vida desde sempre, ela sempre foi pra mim a irmã perfeita, nos conhecemos no colegial e depois fomos para a faculdade juntas apesar de, eu ter trancado para outros fins e objetivos. Nunca perdemos o contato e praticamente morávamos uma com a outra, certa vez meu falecido pai perguntou quando eu casaria com Rebecca e eu apenas ri da situação constrangedora. Apesar de muitos pensarem que nós duas tínhamos um caso, nada nunca passou para o lado sexual. Nos amávamos mas não tínhamos atração física uma pela outra, em outro caso, Rebecca era heterossexual e eu estranhassexual, não gostava muito de usar nenhum tipo de termo para me definir sexualmente na época. Ela era a minha pessoa, a minha alma gêmea, o meu amor verdadeiro que todos os contos de fadas costumavam falar. Eu estive com ela em seus piores momentos, assim como ela comigo. Quando sua mãe faleceu de câncer eu estava com ela e me mantive com ela até que tudo pudesse ficar melhor, e ela a mesma coisa quando o cenário se repetiu comigo. Quando fiquei noiva pela primeira vez foi ela quem roubou o carro e fugiu comigo para longe da igreja, e também foi ela que me deu apoio e virou minha madrinha quando resolvi subir no altar pela segunda vez, nesta vez eu não sai correndo antes de responder "SIM" e prevaleci até o final da cerimonia, e só sai daquele local casada com o cara certo. Sim.. era um cara. 

Ainda de toalha entro no meu closet e começo a vasculha-lo em busca de um pijama e coloco o celular para chamar para Bex. Ela atende no primeiro toque mas fica em silencio.

-Rebecca?-Chamo e ainda prevalece o silencio.-Olá?

-ONDE DIABOS VOCÊ ESTAVA?-Ela grita do outro lado da linha.-EU ESTOU QUASE CHEGANDO NO SEU CONDOMÍNIO SUA FILHA DA PUTA! PENSEI QUE VOCÊ ESTAVA MORTA! EU TE LIGUEI 37 VEZES! TRINTA E SETE VEZES LANA MARIA! TRINTA E SETE!

-Eu estou viva e bem, o que aconteceu?-Falo calmamente passando a mão por entre os cabides e escolhendo um pijama de shorts. 

-EU QUE TE PERGUNTO QUE PORRA QUE ACONTECEU! ONDE VOCÊ ESTAVA?-

Apenas nós - MorrillaOnde histórias criam vida. Descubra agora