Muito Tempo

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Muitos anos se passaram na minha vida. Não era um treinador, não era mais aluno, não era nada. Mas passei a me portar melhor a cada dia, é claro. Ajudo minha mãe sempre e em tudo que ela precisa, o que não é muita coisa.
A maior parte de tempo fico no meu quarto, assistindo TV ou conversando com meu Pidgey. É, acho que posso chama-lo de meu.
E agora estou aqui, como se pode adivinhar, no meu quarto, deitado, olhando pra TV e jogando no meu gameboy color as aventuras de Johto. - É uma região mais ao Leste daqui. Dizem que é tão grande e rica quanto Kanto.
Olho pra Janela e Pidgey ainda está lá.
O tédio daquela tarde era nosso mais leal companheiro. Pensei:
- Que mal pode ter?
Desci as escadas e saí dizendo que voltava logo.
- Tudo bem filho!
Abri a porta e vi a maior construção da vila. O laboratório Pokemon. Bem.. Chamávamos assim mais por reconhecer o trabalho e o empenho do Professor na resolução das mais diferentes questões do mundo Pokemon. Mas na verdade era um casarão de madeira, pintado de branco com algumas detalhes em vermelho. Decidi ir lá.
No caminho, testei mais um treinamento do Pidgey. Levantei o braço direito, como num aceno, e ele, como treinado, veio e se aconchegou no meu ombro. Nada tão dramático quanto uma combinação de ataques, mas tão satisfatório quanto. E fomos juntos até o laboratório.
Entrei. Observei desconfiado o interior de chão e paredes brancas, o mármore polido brilhava sob os meus pés. Quase escorreguei no segundo passo, mas me adaptei àquele chão escorregadio e segui chamando pelo professor.
- Professor!?
Algumas máquinas descansavam como que presas às paredes, Cheias de luzes e barulhos digitais e suaves. Professor Carvalho de repente deu um grito. Corri entrando num corredor. Na terceira sala havia um Charmander mordendo os cabelos do professor. Corri em sua direção e os afastei. Charmander me olhou, desafiador, e gritou seu nome como que reclamando. Pidgey no mesmo instante se ergueu e aquela mesma luz branca tomou o contorno de seu corpo, aguardando, paciente, por um mínimo movimento do Charmander na mesa a sua frente. Pude sentir a tensão, acariciei a cabeça de Pidgey e lhe pedi calma. Ele se aconchegou mais uma vez em meu ombro, mas sempre atento. Olhei para o professor massageando a cabeça no local do puxão, que além de dolorido aparentava estar um pouco chamuscado também. Estava aparentemente despreocupado.

- Viu? É por isso que os outros treinadores te devolvem.

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