Capítulo 1 - Ada

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Ada nasceu em uma família humilde, mas com muito amor. Possuía olhos grandes e castanhos, seus cabelos da mesma cor, meio lisos e finos e sua pele era clara e rosada. A mãe Elisa, possuía a mesma cor dos olhos e cabelos da filha, que caía em cachos até o meio das costas. Seu pai Silas tinha cabelos pretos, olhos grandes e pretos como os cabelos e pele acobreada. Como trabalhava no campo, era bem bronzeado e sua mulher cuidava do lar e da filha com todo afeto e amor.

Moravam em um vilarejo tranquilo e bem cuidado, se chamava Vila Ana. As casas eram afastadas umas das outras, tinha centro comercial com tudo o que uma cidade grande possuía. Mesmo sendo um vilarejo onde todos se conhecem, era um lugar muito próspero, bom de se morar. O prefeito senhor Athos era um homem honrado, honesto e muito bom para todos da localidade, tinha olhos grandes e pretos, escondidos atrás dos aros das lentes de vidro corretivas, o pouco cabelo que ainda possuía circundando a sua cabeça, era uma mescla de preto e branco e ao centro uma lisa careca. Possuía uma volumosa e avantajada barriga sobre as pernas curtas. Estava com 55 anos e apesar de ter uma posição social alta e ser muito rico, tratava a todos como iguais, ele e sua esposa a senhora Safira, que era uma mulher muito bonita não obstante a idade, já acima de 50 anos, com cabelos acinzentados cortados estilo Chanel, olhos verdes claros e o corpo apesar de pequeno, magro e belo. Formavam um casal feliz e amável, porém como não puderam ter filhos, porque Safira era infértil, o que os deixou muito tristes quando descobriram, afinal não poderiam ter herdeiros, ela e seu amado marido, estavam sempre a visitar as crianças da vila.

Os pais de Ada se tornaram grandes amigos de Athos e Safira, eles sempre os visitavam e tinham um carinho especial por Ada, que era uma menina educada, amável, linda e muito talentosa, ajudava os pais desde muito nova e adorava cozinhar.

Todos conheciam Ada e os pais e os admiravam, por serem simples e virem de uma família humilde, tinham boa educação, eram amáveis com todos, Silas, pai de Ada, fornecia suprimentos para a venda do senhor Tárcio no vilarejo; legumes, verduras, frutas e até animais da criação que cuidava com tanto apreço e dedicação.

Eles formavam uma família feliz e todos gostavam deles e tratavam Ada como a uma filha. O prefeito e sua esposa adoravam Ada, sempre a pegavam para passar o domingo em seu casarão, possuíam muitos cães e Ada adorava dar comida, banho e rolava na grama da casa grande com eles, isso fazia a Sra. Safira rir tanto de chegar a doer a barriga.

A noite, quando Ada voltava para casa, depois de passar horas ótimas com o prefeito e a primeira dama, cansada de tanto brincar, após o jantar seu pai lhe acompanhava ao quarto e contava-lhe histórias, de romances impossíveis, lugares diferentes, contos de fadas. Ada era feliz, mas sonhava em ter irmãos, para brincar e contar essas mesmas histórias, só que do jeito dela.

Quando Ada tinha 13 anos, sua mãe engravidou, estava muito contente e fazia planos com o pai Silas, eles passavam horas escolhendo nomes, brincando com combinações. Ada sempre acariciava a barriga de sua mãe e cantava músicas de ninar, já imaginando como seria cuidar do irmãozinho ou irmãzinha ao nascer.


Era verão e estava muito quente, até os animais se escondiam e se abrigavam nas sombras das árvores, quando sua mãe entrou em trabalho de parto. Silas chamou a parteira e ficou de prontidão para ajudar no que fosse necessário, Ada estava junto com a mãe na hora em que finalmente suas irmãs gêmeas nasceram.

Lindas e pequenas, com olhos grandes feito jabuticabas e pele amorenada como o pai, como se fossem bronzeadas de sol logo ao nascer, os nomes escolhidos foram Jade e Natalie.

Jade, foi a mãe quem escolheu, porque amava a pedra jade e como não sabia que eram duas, não tinha ideia do nome da segunda. Ada mais que ansiosa pediu à mãe que colocasse Natalie, que era o nome de uma moça que ela havia conhecido alguns anos antes e tinha achado lindo e diferente, a moça era muito bonita e só estava de passagem na vila onde moravam. Ada se lembrou do nome e disse a sua mãe que quando crescesse gostaria de colocar esse nome na filha que ela sonhara em ter, mas como tinha ganhado duas irmãs, decidiu presentear uma delas com o nome da moça mais linda que ela já tinha visto até agora. Quando viu suas irmãzinhas pela primeira vez, teve a certeza de que elas sim, eram as mais lindas que ela já tinha visto.

O Feitiço da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora