No alto de uma torre um par de olhos castanhos escuros observa atentamente a lua. Fazia alguns dias que estava ali e precisava encontrar seu amigo o quanto antes para esclarecer todas as suas dúvidas. Enquanto observa a lua cheia sente a presença de seu amado Melfys.
- O que faz aqui Ahtil? – Observa a dona dos lindos e longos cachos castanhos.
- Vim por que senti sua falta... – Seu olhar volta-se para o outro e admira sua beleza banhada pela luz da lua. – E por que preciso saber o que realmente está acontecendo.
- Já conversamos sobre isto. Não podemos ir contra a vontade de nossa rainha. – Não gostou daquela insistência.
- Por que é tão difícil entender que estou fazendo isto para não cometermos uma injustiça Melfys? Vai seguir a ordem de Aysha mesmo sabendo que irá matar a única pessoa que pode mudar as nossas vidas para melhor?
- Quem garante que mudaria Ahtil? Não acredito mais em milagres. – Sua voz sai exasperada.
- Deixe-me falar com Auriel antes. Peço um tempo para investigar esta história.
- Por mais que eu te de este tempo... Acha mesmo que a Rainha irá dar este mesmo tempo a mim? – Se aproxima e acaricia a face macia de Ahtil. – Sabe o que ela vai fazer comigo se não cumprir suas ordens.
- Eu... Eu sei! Mas... – Abraça forte o guardião. – Também sei o peso que irá carregar Melfys. Vai se culpar até a morte e acabará me deixando por causa disto.
- Te dou dois dias para falar com Auriel e para descobrir a verdade. – Beija levemente os lábios de Ahtil. – Vamos! Minha casa fica perto daqui e não vou deixar você ficar na rua.
- Hum... Sua cama é bem quentinha? – Provoca.
- Só experimentando para ter certeza. – Rebate no mesmo tom.
E ambos seguiram abraçados para o local indicado por Melfys. A cada dia ao lado de Ahtil sentia-se mais apaixonado, no entanto outra pessoa estava tomando conta de seus pensamentos de uma forma surpreendente.
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Seus pensamentos estavam em outro lugar, não prestava atenção na aula a um bom tempo, a única coisa que vinha em sua mente eram as lembranças do dia anterior. Sentia-se um idiota por ter caído tão facilmente na lábia daquele ajo loiro e principalmente por não ter percebido antes quem realmente Nathan era.
Passou os últimos dias dividido entre o charme e insistência do guardião e o sentimento que nutria pelo anjo que quase o matou e a sua mãe. Quando finalmente percebeu que ambos eram a mesma pessoa teve certeza de que o outro estava apenas se aproveitando, sentiu seus olhos umedecerem, mas não iria chorar ali.
- Professor! – Ergue o braço chamando a atenção não somente do professor como também de alguns alunos na sala. – Posso ir ao toalete?
- A aula está quase acabando... Não pode esperar um pouco Alan? – O senhor de cabelos já grisalhos e de idade mais avançada pergunta.
- Peço desculpas, mas não posso esperar até o final da aula. – Responde de cabeça baixa tentando a todo custo esconder sua tristeza.
- Lhe dou permissão para sair.
Sai o mais rápido possível da sala odiando aqueles olhares em sua direção. Ainda não conseguia entender o motivo de ficarem observando-o, apenas sabia que debochavam de sua pessoa, mas nada disto importava, na verdade a única coisa que queria naquele momento era desaparecer.
Entrou no vestiário seguindo em direção ao armário em que suas roupas de treino estavam, pegou as peças e vestiu. Estava prestes a sair quando a porta é aberta deixando a mostra à figura do capitão de seu time.
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HERDEIRO (Romance Gay)
RomanceAlan viveu 17 anos sem saber a verdade sobre sua origem, mas ao ser descoberto por assassinos enviados por sua própria irmã acaba descobrindo que sua vida não é nada do que parece ainda mais quando surge a sua frente um anjo chamado auriel.