Olhos violetas vasculhavam por sinal de alguma pessoa que pudesse lhe dizer onde estava, mas naquele corredor não havia ninguém. Tomando por fim a decisão de achar a saída daquele lugar estranho começou a andar cautelosamente, após alguns passos dados pode ouvir vozes então se aproximou da porta, estava prestes a bater quando ouviu o nome de seu melhor e único amigo sendo mencionado e a descoberta de uma cura para ele. O interesse em saber o que ele tinha e quem sabe poder ajudar falou mais alto então deslizou sua mão até o trinco e o girou deixando assim uma pequena fresta aberta para conseguir ouvir melhor o que estava sendo dito e ver se conhecia os ocupantes do cômodo.
- Finalmente conseguimos mudar o DNA daquela mulher! – Uma senhora de cabelos longos e negros amarrados em um rabo de cavalo mencionou. – Agora é só dar o antídoto para Luy assim ele não irá se transformar naquela aberração.
- Sabe que ainda não temos certeza se irá fazer bem ao organismo dele... A alienígena morreu dois dias após darmos a injeção, Paula. – Agora quem falou foi um senhor de cabelos grisalhos.
- Com ele será diferente. – Ela insistiu. – Já fizemos todos os testes com o sangue dele e daquela mulher, Osvaldo... Se injetarmos o antídoto em Luy ele será apenas humano.
- E então não terei de me preocupar com a possibilidade de um dia ele se transformar nesta coisa e se vingar de mim. – O homem sorri maliciosamente. – Poderei continuar brincando com meu menino.
- Não somente você meu caro. – Ela menciona irritada. – Somos ambos os pais e donos dele, terá de fazer tudo que queremos.
- Já comprei as passagens... Embarcamos esta noite então chegaremos ao mais tardar às sete horas. – O homem de idade passa a língua por entre os lábios. – Assim evito dele ir para o colégio e matamos a saudade.
Alan não podia acreditar no que estava ouvindo e muito menos entender como viera parar neste lugar com aquelas pessoas. Precisava encontrar uma forma de sair e falar com Auriel para tirarem Luy da mansão antes que algo acontecesse a ele. Enquanto corria pelo enorme corredor sua visão foi embaçando, parou, fechou os olhos e quando abriu já não estava mais no corredor e sim em um quarto escuro, olhou para os quatro cantos encontrando estirado no chão e coberto de sangue o guardião que havia levado Luy para casa. Alan pode ver que havia uma agulha, em seu braço e em pé próximo a seu rosto a mulher que havia visto há poucos segundos com uma arma na mão.
Estava com medo que ela fizesse algo contra si, mas parecia que não podia vê-lo então prestou mais atenção as expressões faciais dela, estava mordendo o lábio inferior e soltando um leve gemido. Alan franziu o cenho e olhou na mesma direção que a mulher, levou um choque ao se deparar com a cena. Ali na cama estava Luy sendo violado e batido pelo próprio pai. Como alguém podia ser tão cruel com sua própria carne e sangue? Inconsciente do que estava fazendo começou a andar em direção a cama, sua energia chegando a um ponto em que fizesse as paredes da casa rachar. Quando deu um novo passo ouviu o barulho de algo se quebrando sobre seu pé direito, abaixou a cabeça e retirou o pé para ver o que era então seus olhos se alargaram. Ali no chão estavam os cacos de uma seringa contendo o mesmo tipo de agulha que vira no guardião.
- Não falavam de alienígenas... Era de nós! – A raiva se alastrou tanto ao chegar a esta conclusão que fios dourados começaram a formar círculos em torno de seu corpo e quando estava prestes a soltá-los sobre aquele homem maldito sua visão nublou.
- Alan... Alan! Acorda! Alan! – Auriel em sua forma humana chacoalhava.
- Mas o que está acontecendo? – Zora praticamente grita. É possível ver seu desespero devido aos tremores e rachaduras sobre toda a casa.
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HERDEIRO (Romance Gay)
RomanceAlan viveu 17 anos sem saber a verdade sobre sua origem, mas ao ser descoberto por assassinos enviados por sua própria irmã acaba descobrindo que sua vida não é nada do que parece ainda mais quando surge a sua frente um anjo chamado auriel.