Para Alan o dia na escola fora como outro qualquer, as pessoas agindo de forma indiferente ou fazendo comentários idiotas sobre sua pessoa, mas nada disso lhe deixava chateado porque estava feliz demais para se importar com quem quer que estivesse ao seu redor. O final de semana com Auriel e sua mãe tinha sido o melhor que passara em toda a sua vida e já estava pensando em realmente abandonar tudo e se dedicar apenas ao seu anjo como ele tanto queria.
Sabia que depois de completar o laço ambos queriam ficar perto um do outro o máximo de tempo possível e para Auriel a coisa era ainda mais complicada, pois dava para perceber o quanto ele se abalava quando estavam separados e como o ciúme o corroia. Não podia negar que também sentia ciúmes de seu anjo principalmente quando notava que tinha alguém lhe olhando com interesse.
Andava calmamente pelo salão de esportes para pegar um livro que havia esquecido na arquibancada e neste instante se deparou com a imagem de um jovem rapaz de cabelos negros curtos arremessando a bola na sexta e não conseguindo acertar, dava para ver de onde estava que havia lágrimas correndo por baixo dos óculos de grau e sua aura parecia triste e machucada. Foi se aproximando e tocou levemente o ombro do rapaz.
- Precisa erguer um pouco mais seu braço e afrouxar o punho em que segura à bola. – Explicou para o rapaz.
- Obrigado! – O rapaz disse meio sem jeito. Virando o rosto para o outro lado para esconder suas lágrimas.
- Você está bem? – Alan perguntou. Ainda estava perto do jovem, mas já não o tocava mais.
- Estou sim! – Se afastou. Pegou sua mochila que até então estava no chão e colocou sobre os ombros.
- Você é novo nesta escola? – Alan quis saber. – É que nunca te vi antes por aqui.
- Cheguei na semana passada, mas faltei alguns dias porque não fui muito bem recebido. – Foi sincero. Parecia que o moreno não era como os outros que o maltrataram no dia em que chegara no colégio.
- Bem... Tem muitas pessoas aqui que realmente são cruéis. – Sorri gentilmente. – Gosta de jogar basquete? – Pegou seu livro e se encaminhou para a saída juntamente com o rapaz. – Meu nome é Alan... E o seu?
- Luy! – Responde simplesmente. – Gosto de jogar, mas pode ver que não sou tão bom quanto você. – Menciona.
- Então já me viu jogar. – Era uma afirmação. Alan não sabia por que, mas sabia que aquele rapaz tinha muito em comum consigo mesmo. – Se quiser posso te ensinar.
- E por que faria isto para alguém que nem conhece direito? – Luy pergunta desconfiado.
- Pelo seu porte da para ver que treinando será um bom jogador e... – Olhou o rapaz nos olhos. – Tenho intenção de sair logo do time, mas não quero que fique desfalcado.
- Sair? Mas você é o melhor naquele time. – Luy comenta perplexo.
- Existe algo mais importante no momento, ou melhor... Alguém. – Sorri. Não sabia por que estava contando sobre sua vida, mas seus sentidos lhe diziam para confiar em Luy.
- Esta pessoa deve ser mesmo especial, pois da para notar o quanto você se sente bem quando joga.
- É sim! Eu tive sempre pessoas que me irritam ou falam coisas horríveis ao meus respeito tanto na minha frente quanto em minhas costas. Procurei evitar todas estas pessoas e me fechei, mas então esta pessoa apareceu e me fez o mais feliz do mundo. – Continuaram andando pelas ruas. – Agora é minha vez de dar felicidade.
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HERDEIRO (Romance Gay)
RomanceAlan viveu 17 anos sem saber a verdade sobre sua origem, mas ao ser descoberto por assassinos enviados por sua própria irmã acaba descobrindo que sua vida não é nada do que parece ainda mais quando surge a sua frente um anjo chamado auriel.