Capítulo Um - O Show

380 34 12
                                    

Havia muitas luzes coloridas naquele lugar. Elas se mexiam para lá e para cá entre a platéia.

As fãs histéricas gritavam e cantavam junto com a música que eu não conseguia diferenciar se era rock ou pop.

Havia pessoas chorando ao meu lado e eu não sabia se era de felicidade ou de tristeza ou de dor.

Para mim seria, provavelmente, de tristeza, por estar ali, e de dor, por ter que ouvir aquilo.

Meu braço começava a gritar para a minha cabeça, pedindo para o meu sangue voltar a circular nele, pois minha amiga o segurava com muita força.

Ela chorava e cantava junto entre as lágrimas.

Eu ouvia toda hora quando ela puxava seu ranho para dentro do nariz.

Perguntava a mim mesma, o que eu estava fazendo ali.

Ah é. Ela me puxou para aquele show à força.

"Eles" eram a banda do momento e iriam fazer seu primeiro show na nossa cidade. Que "sorte" a minha.
Jessica os adorava e me implorou e irritou até eu aceitar ir ao show com ela.

Ela, depois de semanas me irritando, conseguiu me convencer a ir ontem, quando me disse que sua mãe não a deixaria ir sozinha e ninguém que ela pediu, inclusive as outras fãs da classe, aceitou ir. E eu, como era a melhor amiga, tive que ser a premiada a ter ela no meu ouvido, falando sobre isso dia e noite, durante um mês inteiro e mais três semanas.
A boba aqui ficou com pena da situação dela.

Um showzinho de uma bandinha que eu não gosto pode ser tão ruim assim?

Era pior do que eu pensava.
Achei que eu poderia tirar um cochilo, mas toda vez que eles paravam de cantar, Jessica ficava reclamando comigo o quão longe ficou do palco e que nem dava para ver o rosto deles. E quando eles voltavam a cantar, as pessoas gritavam.

Na verdade, a única coisa que eu sei sobre eles é o nome da banda: Colors. Que eu acho um nome MUITO original - sarcasmo. Não sei como eles são. Nunca vi sequer uma foto deles. Não conheço nenhuma musica. E mesmo assim, estou no show.

Tentei mexer no celular, mas as pessoas a minha volta pulavam em cima de mim e me empurravam tanto que não consegui nem digitar.

Teve uma hora que um dos garotos da banda jogou sua jaqueta perto de mim e de Jessica e uma imensa multidão veio na nossa direção.

Fiquei soterrada, sem ar e machucada.

Perguntava-me quando aquilo iria acabar e rezava para que acabasse logo.

Depois de alguns minutos, a multidão foi se separando e nós voltamos a nosso estado normal.

Eu olhava para o relógio no celular. 20:30. 21:00. 21:15...
O show acabava às 23:30. Faltava ainda muito tempo para acabar.

Quantas músicas aqueles caras fizeram, para tanto tempo assim?

Um garoto esbarrou em mim (o legal é que justo nessa hora Jessica resolve soltar meu braço) tão forte que eu caí com tudo no chão áspero.

Raspei os dois joelhos e um deles estava em carne viva e sangrava. A dor era tanta que comecei a segurar o choro, mas algumas lágrimas conseguiam sair.

Soltei um gemido para Jessica, mas ela deve ter achado que era outra garota se consolando por não ter um dos garotos do palco, que nem ligou.

Tentei ligar para a minha mãe. Finalmente eu consegui digitar seu número no celular. Quando ela atendeu, eu não conseguia ouvir uma palavra do que ela dizia e ela, provavelmente, não conseguia diferenciar minha voz das outras milhares que choravam e gritavam.

Eu teria que agüentar aquela dor até o show acabar.

Eu sentei no chão, pois estava cansada de ficar em pé.

Foi a coisa mais estúpida que eu já fiz na minha vida.

As pessoas começaram a me pisotear e eu comecei a achar que não sobreviveria.

Eu tentei achar Jessica e quando a achei, me apoiei nela para levantar. Acho que se algum cara tirasse a roupa dela, ela nem iria perceber, já que não percebeu o quão forte tive que me apoiar.

Eu queria sair dali. Eu não estava mais agüentando. Faltava ainda duas horas para acabar e eu não queria ficar ali nem mais um segundo.

Tentei ver o palco. Pelo o que me lembro à saída era à direita do palco. Mas eu não conseguia vê-lo.

Vi que Jessica, que era seis centímetros mais alta que eu, tinha que ficar na ponta dos pés para ver algo. E se eu perguntasse para ela alguma coisa, ela não me daria ouvidos.

Suspirei. Talvez alguém em volta possa me ajudar.

Comecei a perguntar para as pessoas altas a minha volta se eles conseguiam ver a saída, mas todos eles me empurravam para o lado e me ignoravam do mesmo jeito que Jessica fazia.

Eu estava desesperada.

Na minha última tentativa de falar com alguém, essa pessoa deu uma cotovelada no meu peito e me deixou sem ar.

Eu não conseguia respirar. O ar não vinha até os meus pulmões mesmo que eu tentasse de tudo. Resolvi me acalmar e respirar fundo. Mas o ar parava na metade do caminho e não ia mais que isso.

Tudo a minha volta começou a rodar e começou a escurecer também. Eu caí no chão.

Então é assim que vai ser meu primeiro show?

E tudo ficou preto.

----------------------------------------------------------------------------
Então! estamos com o livro favorito das minhas amigas!! Sim, garotas! Vou começar a colocá-lo aqui!! Podem bater palmas!!
Sem spoiler para quem vai ler!
Um aviso pra quem é novo aqui e também pra quem é velho:
Eu não costumo ficar publicando semana por semana, ou dia por dia. Eu publico quando fico com vontade de criar. É isso.
Um beijão pras fãs antigas de Colors! #QueroColorsNow é a # delas!
Cara, como eu amo dizer que adoro estragar os sonhos de vocês (piada interna) Muahahahaha!
~Gabi.
P.S. Quem Colors é lindo. digo isso.
P.S.S. Quem votar é mais. 2 beijos.

Com a Banda COLORS!Onde histórias criam vida. Descubra agora