Sempre fui nerd. Via Guerra nas Estrelas, ia a convenções, comprava tantos livros que um dia minha mãe me proibiu porque eu havia gastado quase todo o salário dela. Então, bem, eu ia a biblioteca. Por isso, já dá para perceber que eu nunca fui de muitos amigos, era excluído dos meus colegas de escola por ser diferente.
A única coisa que me salvava do meu mundo solitário era cantar. Aprendi a tocar violão com 6 anos e desde então música era algo essencial para mim.
Em um show de talentos que fui no final do fundamental, esbarrei em três garotos, derrubando seus cadernos. Achei que iriam me xingar, ou ficarem bravos, mas eles me ajudaram a levantar e começaram a comentar sobre a blusa do Queen que eu usava. Vi em seus cadernos abertos muitas partituras e comecei a conversar com eles sobre música. Ficamos pouco tempo ali até eles serem chamados para se apresentar, mas eu senti uma ligação especial e esperava que eles tivessem sentido também. Quando o evento acabou, eles, que ficaram campeões, vieram falar comigo, elogiaram minha voz e meu terceiro lugar e me convidaram para ser o cantor da banda. Conhecer Ethan, Mike e Noah e saber que eles tinham a mesma paixão por música que eu fui o auge da minha alegria.
Meus primeiros amigos e jurei nunca os machucar.
Ficamos famosos, mudei a aparência e já não podiam dizer que era o mesmo nerd de antes, mas aparentemente famosos demais para frequentarmos a escola. Ethan, que era nossa carta na manga, não tinha sido revelado, então ele podia. Entrou em uma escola mediana na cidade em que morávamos e conheceu April.
Falava dela toda hora, sobre ela ser a menina que viu toda suja no show, sobre ela ser intimidada, sobre ela ser inteligente, sobre ela ter uma mente ácida e perspicaz, sobre ela, ela e só ela. Eu e os outros já revirávamos os olhos só de vê-lo chegar da escola.
Quando um Ethan desesperado apareceu carregando uma garota naquela terça-feira, tive que conter a necessidade de perguntar se tinha caído um anjo no colo dele. Os cabelos castanhos claros dela, os lábios cheios e a pele não tão clara davam a ela uma aparência de bela adormecida morena.
Enquanto esperávamos ela acordar, Ethan nos contou quem ela era e descobrir que era dela que ele falava sem parar não me deixou muito feliz. Eu não queria me atirar para cima da garota que meu melhor amigo gostava, seria cruel, prometi nunca machucar nenhum deles. Portanto, resolvi apenas observar, fui o mais gentil possível, me controlando para não lançar alguma cantada.
Decidi que não iria atrás dela, apesar da ideia de ir para a escola deles visitar April ter sido minha. Queria vê-la, justamente porque não podia tê-la, mas isso não atrapalharia na relação dela com Ethan.
O primeiro dia que levamos April para o escritório, porém, foi a gota d'água.
Primeiro que Ethan estragou todo o nosso plano de fazê-la passar despercebida pelo Chefe, depois ele defende uma cantora que nem conhece direito e deixa April triste, ao ponto de querer ir embora. Não que eu não gostasse de Violet, até a achava meio incrível por não se aborrecer com qualquer coisa mesmo depois de tudo pelo que passou, masse Ethan não respeitava April como ela merecia, eu decidi que eu o faria.
O problema foi exatamente eu ser eu. Quanto mais eu prestava atenção em April, mais percebia o quanto ela ficava curiosa quando a conversa era sobre Ethan, o quanto seus olhos brilhavam quando o via e a realidade me bateu como um soco.
Não só ele gostava dela, mas ela também gostava dele.
Na noite que percebi isso, fiquei furioso. Tive vontade de ir à casa de Ethan e entrar em uma briga com ele por ele ser tão babaca com ela. Vi que ele não a merecia e ali mesmo eu decidi que iria fazê-la gostar de mim.
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Com a Banda COLORS!
Подростковая литератураApril sempre foi uma garota extremamente normal. Sua escola era normal. Sua rotina era até meio entediante, com a famosa líder de torcida malvada e a melhor amiga fanática pela banda do momento. Ela nunca acreditou ter uma vida mais movimentada até...