Capítulo Onze - Pegando Fogo (Literalmente) pt 2

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Meu dia estava bem o suficiente, mas como toda coisa boa acaba rápido, bem...

Na escola foi tudo bem. Tarefas, notas, Violet me enchendo o saco, Dawn irritando April e Jéssica tentando defendê-la. Tudo na mesma.

Cheguei para trabalhar no prédio da banda aliviado por ter me livrado de Violet no caminho.

Noah e Mike chegaram bem ansiosos. Pulavam que nem cangurus. Não sabia o motivo de tanta animação. O único incrivelmente calmo ali era Spencer, o que era raro. Se eu não o conhecesse bem, diria que estava nervoso. Mas não havia motivo para tal.

A animação daqueles dois eu até conseguia adivinhar. O Chefe fora viajar e só voltaria dali a uns dias.

Folheei os papéis em minhas mãos. Estava tentando escrever uma música aceitável e sentia que inspiração não faltava, mas as idéias simplesmente não vinham e estava cansado de esvaziar meu lixo a cada duas horas.

Toda vez que eu colocava a caneta no papel pensava em April e escrevia coisas tão toscas que apagar era insuficiente, tinham que ser rasgadas para deixarem de viver dentro de mim. Mas por mais que eu as rasgasse, elas ainda ficavam na minha cabeça, cantarolando o quanto me controlavam.

Mesmo vidrado e pensativo, notei quando Mike saiu correndo para atender o telefone só dá sala de espera no primeiro andar, mas nem me importei quando ele saiu apressado para o elevador puxando Spencer e Noah atrás dele.

Será que estavam esperando alguém?

Voltei a prestar atenção aos meus papéis. Tinha que ter algo de útil naquele monte de baboseira.

Ouvi o pling do elevador quando eles voltaram.

- Por que saíram tão rápido depois que Miranda ligou? – perguntei, ainda absorto em meus papeis.

- Para receber nossa convidada! – disse Noah.

Olhei atentamente para Noah e já ia dizer que ele se eles queriam fazer uma pegadinha comigo, era o dia errado. Mas quando olhei, ali encolhida e pequena comparada aos outros, estava April.

Mudei rapidamente minha postura. E se ela visse os papeis que eu estava segurando? Precisava a expulsar dali ou arranjar um jeito de sair. Urgente!

- Ah, não! Pode ir caindo fora, April. – comecei. - Já não basta te ver de manhã, agora você vai invadir minhas tardes? – bufei e me virei para meus amigos. – Não é só porque o Chefe não está aqui hoje que vocês podem fazer o que bem entenderem!

Saí apressado e fui para minha sala particular. O que eu faço para ter paz nesse mundo, senhor? Será que ninguém conseguia me deixar um momento sozinho?

Sentei no chão e passei a mão na testa. Meu coração batia rápido.

Encarei meus papeis e suspirei. Por que eu fugi? Por que meu coração batia tão rápido? Por que minhas mãos estavam suando?

Fiquei um tempo encarando a janela. Jamais admitiria meus sentimentos. Admiti-los significava aceitá-los e eu os rejeitaria enquanto pudesse.

Resolvi trabalhar ali mesmo, mas não estava surgindo efeito algum. Daqui a pouco minha rotina iria ser pegar uma folha, escrever, riscar, rasgar, jogar fora.

De repente, Noah começou a me ligar. Eu ignorava todas as ligações, mas ele insistia.

Se eu atender, será que ele me deixa em paz?

- Caramba, praga, diga logo o que você quer! – gritei já impaciente. Parece até eles gostam de me ver irritado!

- Pô cara, você não atende o telefone e nós aqui morrendo de preocupação... – Noah falou meio desesperado.

Com a Banda COLORS!Onde histórias criam vida. Descubra agora