Capítulo 7 - Amigos

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- O que você está fazendo aqui? - Caio pergunta.

- Posso fazer a mesma pergunta? - arqueio as sobrancelhas.

- Ahm eu... esqueci a minha blusa aqui - ele diz desviando o olhar.

- A Analu tá dormindo, mas se você quiser eu posso pegar pra você, deve estar no armário dela - viro e começo a andar.

- Não! Eu... não quero acordá-la - ele segura meu braço.

- Ta bom então - digo me virando pra ele.

Alguns minutos se passam e permanecemos nos olhando. O clima já está me deixando desconfortável. O jeito que ele me olha também.

- Acho que eu já vou indo - diz, me dá um beijo e sai andando mas quase cai quando tropeça numa pedra.

- Ei, cuidado! Não quero ter que te levar pro hospital - digo dando risada e ele dá um sorriso forçado - Você não tá legal né?

- To sim, só to cansado - mentiroso - Bom, nossa casa é perto uma da outra, se quiser, posso te acompanhar.

- Claro, eu... quero sim - começamos a andar - Você tá bem mesmo? Já sei, é por causa da sua avó né?

- Eh... minha... avó - encara o chão como se não tivesse certeza do que diz.

Puxo assunto e começamos a conversar.

(...)

- Eu não acredito que você ainda ouve disco de vinil - digo e damos risada.

- Sim, eu ouço - rimos de novo - Você deve me achar estranho por isso né?

- Claro... que não - ele dá um sorriso - Eu também ouço, afinal, o som fica muito melhor.

- Eu concordo - ele para - Acho que sua casa é aqui né?

- Sim, como sabe? - pergunto.

- Analu namorava seu primo lembra? - nossa, verdade.

- Ah é, sempre me esqueço - dou uma risada fraca e ele dá outro sorriso forçado.

Fico o encarando tentando de algum jeito achar alguma resposta em seus olhos do por que dele estar assim.

- Por que tá me olhando assim? Parece que tá tentando ver algo além dos meus olhos - diz franzindo a sobrancelha.

- Na verdade estou - continuo o encarando.

- E o que você vê? - me fita curioso.

- Ahm... Perda, tristeza e arrependimento - assim que termino sua expressão muda - Seu olhar está vazio.

- Ele não está assim sem um motivo - desvia o olhar.

- Olha, se quiser me contar, eu to aqui ok? - o abraço e ele me aperta de leve em seus braços.

Assim que o abraço termina ele segue andando pela rua e permaneço o olhando até que seu corpo some da minha visão.

Entro e subo as escadas. Tenho certeza que ouvi um barulho de porta fechando, mas acho que foi impressão minha. Entro no meu quarto e me jogo na cama pegando no sono em seguida.

***

Eu não ia postar nenhum capítulo agora, mas vocês são tão demais que consegui 16 visualizações em 45 minutos, então aí, um capítulo pequeno. Amo vocês, boa madrugada.

RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora