- O que você está fazendo aqui? - Caio pergunta.
- Posso fazer a mesma pergunta? - arqueio as sobrancelhas.
- Ahm eu... esqueci a minha blusa aqui - ele diz desviando o olhar.
- A Analu tá dormindo, mas se você quiser eu posso pegar pra você, deve estar no armário dela - viro e começo a andar.
- Não! Eu... não quero acordá-la - ele segura meu braço.
- Ta bom então - digo me virando pra ele.
Alguns minutos se passam e permanecemos nos olhando. O clima já está me deixando desconfortável. O jeito que ele me olha também.
- Acho que eu já vou indo - diz, me dá um beijo e sai andando mas quase cai quando tropeça numa pedra.
- Ei, cuidado! Não quero ter que te levar pro hospital - digo dando risada e ele dá um sorriso forçado - Você não tá legal né?
- To sim, só to cansado - mentiroso - Bom, nossa casa é perto uma da outra, se quiser, posso te acompanhar.
- Claro, eu... quero sim - começamos a andar - Você tá bem mesmo? Já sei, é por causa da sua avó né?
- Eh... minha... avó - encara o chão como se não tivesse certeza do que diz.
Puxo assunto e começamos a conversar.
(...)
- Eu não acredito que você ainda ouve disco de vinil - digo e damos risada.
- Sim, eu ouço - rimos de novo - Você deve me achar estranho por isso né?
- Claro... que não - ele dá um sorriso - Eu também ouço, afinal, o som fica muito melhor.
- Eu concordo - ele para - Acho que sua casa é aqui né?
- Sim, como sabe? - pergunto.
- Analu namorava seu primo lembra? - nossa, verdade.
- Ah é, sempre me esqueço - dou uma risada fraca e ele dá outro sorriso forçado.
Fico o encarando tentando de algum jeito achar alguma resposta em seus olhos do por que dele estar assim.
- Por que tá me olhando assim? Parece que tá tentando ver algo além dos meus olhos - diz franzindo a sobrancelha.
- Na verdade estou - continuo o encarando.
- E o que você vê? - me fita curioso.
- Ahm... Perda, tristeza e arrependimento - assim que termino sua expressão muda - Seu olhar está vazio.
- Ele não está assim sem um motivo - desvia o olhar.
- Olha, se quiser me contar, eu to aqui ok? - o abraço e ele me aperta de leve em seus braços.
Assim que o abraço termina ele segue andando pela rua e permaneço o olhando até que seu corpo some da minha visão.
Entro e subo as escadas. Tenho certeza que ouvi um barulho de porta fechando, mas acho que foi impressão minha. Entro no meu quarto e me jogo na cama pegando no sono em seguida.
***
Eu não ia postar nenhum capítulo agora, mas vocês são tão demais que consegui 16 visualizações em 45 minutos, então tá aí, um capítulo pequeno. Amo vocês, boa madrugada.
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Recomeço
Teen FictionLara foi abandonada pelo pai quando bebê. Ela morava com a mãe no Rio de Janeiro e tinha uma vida feliz, até um acidente de carro matar sua mãe. Ela vai pra São Paulo pra morar com os tios, muda de escola e é obrigada a fazer novos amigos. Nessa nov...