VII Frieza

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- Olá, Adrien. - dizia ele em sua voz ligeiramente rouca.

- Por que me chamou?

- Percebi que você anda saindo muito e... demorando de voltar para cá...

Adrien olhou para Nathalie em sua mesa no salão, já sabendo que ela havia o delatado, como sempre.

- As aulas extras não são o suficiente para você, Adrien?

- São. Mas das vezes que saí essa semana foram apenas para trabalho e dever de casa! - Adrien não sabia como se defender. Naquele momento ele esperava qualquer coisa vindo de seu pai.

- À partir de hoje você terá uma hora máxima para voltar para casa. - isso soava ainda mais frio levando em conta que o Sr. Agreste olhava para o quadro de sua esposa e nada mais - Você poderá voltar até as 15 horas.

- Mas pai...

- Passado dessa hora... - até parecia algo difícil para ele, mas este insistia em parecer mais frio do que já era - Bom... você não entrará em casa.

- O Que?! - Adrien estava exaltado - Eu sei muito bem que isso não é apenas por causa da minha demora é, "Sr. Agreste"?

Aquela ironia em seu título de tanta honra o enfureceu o suficiente para ele dizer algo que sua esposa nunca teria dito:

- Se é ou deixa de ser, isso não lhe interessa, eu tenho autoridade sobre todos aqui, se não estiver satisfeito com isso pode sair por aquela porta. E você, por ter tido toda a educação necessária, deve ter inteligência o bastante para saber o motivo para isso e se não souber terá muito tempo para pensar nisso em seu quarto, já que é lá que você ficará o resto da semana!

O tom dele não era alto o suficiente para assustar alguém, mas só o fato de ter dito isso como se brigasse com um funcionário qualquer já assustava o bastante.

- Eu "posso" ir pelo menos a escola.

Gabriel Agreste afirmou com a cabeça. Durante toda a discussão, ele não havia se virado para Adrien, que subiu correndo para seu quarto.

O garoto entrou no banheiro e lavou seu rosto. A raiva subia-lhe a cabeça, mesmo ele não querendo. Minutos se passaram. Nem Plagg, nem Adrien disseram uma só palavra. O gatinho estava encima de uma das telas de computador e o garoto estava sentado em sua cadeira de escritório, olhando, quieto, para a janela que ocupava uma parede inteira de seu quarto.

Adrien não tinha mais reação. Não estava com raiva. Não estava triste. Nada. Só pensva nos bons momentos que teve com a mãe e se o pai tinha descoberto o sumiço de seu livro. Ele lembrava-se como se fosse ontem do último dia que viu sua mãe. Seu pai sorria e ela faria uma viagem a um destino ao qual ele não se lembrava... até agora.

- Vamos, Plagg!

Miraculous: As aventuras de Marinette (Vol. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora