Capítulo 5 - parte 3 (não revisado)

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Ambos rodavam no carro do Omar e pararam em frente a uma casa de dois andares. Era uma residência de classe alta e Angélica comentou:

– Civil não ganha para isto!

– Óbvio, nem mesmo federal. Vamos a isso. – O policial pegou a arma e verificou a carga, voltando a guardá-la. – Tu ficas na direção e vou fazer uma visita.

– Tenha cuidado, gato.

Omar sorriu e saiu do carro. Mal fechou a porta, desapareceu nas sombras, deixando a garota intrigada com a sua capacidade de camuflagem. Sorrindo, ela pensou que seu apelido era mesmo bem adequado.

O delegado caminhou agachado e pulou o muro da casa, aproximando-se de uma janela iluminada. Discretamente, olhou para dentro e viu um homem em frente à televisão. No andar de cima havia outra janela, aberta e perto de uma árvore, por onde subiu e deu um grande salto para a janela, agarrando-se ao parapeito e içando o corpo para dentro. Vasculhou o andar e descobriu que o policial morava sozinho. Melhor assim, pois a família não tinha culpa dos seus atos e Omar sabia que não o mataria nessas circunstâncias. Desceu a escada em silêncio e aproximou-se da sala, que estava vazia. Entrou e escondeu-se atrás dos cortinados, aguardando o homem retornar do banheiro. Pouco tempo depois, sua espera foi coroada de êxito e ele voltou para a poltrona, pegando uma cerveja que estava na mesinha ao lado e continuando a ver o jogo. Caminhando por trás, Omar aproximou-se do criminoso e apontou a arma à sua cabeça, engatilhando-a. Ao ouvir o ruido, o policial empertigou-se e foi virando o rosto bem devagar, muito pálido. Omar caminhou de lado, até ficar em frente ao civil.

– Q... q... que deseja? – perguntou o outro, lívido. – P... p... p... por favor...

– Oi, quanto tá o jogo? – questionou, com se fossem velhos amigos. – Espero que o meu time esteja vencendo. Tu és gremista?

– O s... s... senhor não veio discutir futebol, né?

– Óbvio que não, mas não custa unir o útil ao agradável. Na verdade, eu decidi matar todos os que trabalharam para o Alemão. Infelizmente para ti, tu és o primeiro da lista dele – explicou o federal.

– P... p... pelo amor de Deus.

– Adeus. – Omar não se abalou ou mesmo hesitar; simplesmente puxou o gatilho. Na sala, nada se ouviu por causa do silenciador, mas o policial escutou um estampido seco e sentiu um clarão enorme na sua mente, tão intenso que caiu morto instantaneamente.

Sem qualquer remorso, o delegado olhou o corpo morto com uma bala no meio da testa, pôs a arma na cintura e saiu pelo mesmo método, tendo o cuidado de não deixar digitais em lugar algum. Ele não sentia prazer em matar, mas também não tinha pena ou compaixão pelas vidas que tirava, pois eram todos criminosos do pior tipo, na sua opinião. Entretanto, jamais teria coragem de matar um inocente. Tranquilamente entrou no carro e voltaram para o bar, bebendo bastante e divertindo-se, até que foram para casa dele namorar e dormir.

No sexto dia, Omar entrou sorrateiramente na casa do alvo e descobriu que o homem tinha família. Incapaz de o eliminar desse jeito, preparou uma armadilha. Quando notou que a esposa e filha dormiam, bateu à porta. Inocentemente, o policial abriu e viu-se de frente a um homem de preto com capuz e uma pistola apontada à sua cabeça. Conhecendo o calibre da arma, sabia que, mesmo que fechasse a porta, a bala de uma ponto cinquenta o alcançaria. Assim, ficou bem quieto, ouvindo a ordem seca e lacônica:

– Sai agora da tua casa, se queres ficar vivo, e caminha na minha frente.

Ele obedeceu e Omar fê-lo entrar no carro, no banco de trás, sentando-se ao seu lado. Imediatamente, Angélica começou a rodar.

Ganância Sem Limites - O Beijo da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora