Capítulo 7 - parte 2 (não revisado)

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Omar saiu e caminhou tranquilamente para a sua casa. Sentia-se feliz pela primeira vez em muitos anos e tinha uma leveza no coração que só o deixa pensar na filha e na Júlia. Entrou na residência e trocou rapidamente de roupa. Após, telefonou para um colega.

– "Enzo" – disse a voz lacônica do outro lado da linha.

– Daí, amigão, é Omar. Como vai a apuração?

– "Isto vai acabar em pizza, Omar. A polícia civil já prendeu os integrantes da banda e os dois donos da boate. Alguns celulares encontrados foram apreendidos para analisarem as imagens, pois muitos dos jovens filmavam o show. As câmeras de segurança, segundo os donos, estavam desativadas porque os computadores que as controlavam foram para revisão, mas não há a menor pista deles e acho que alguém deu um sumiço nas máquinas. A coisa tá pra lá de mal contada, tchê. Preciso te ver pessoalmente e em particular."

– Certo. Vamos a um bar que é mais seguro. – Omar forneceu o endereço e encontram-se lá uma hora depois.

Enzo era um sujeito bonachão, de quase dois metros de altura e muito pacato, embora fosse fortíssimo e um atirador nato. Sentou-se na mesa com Omar e tomaram uma cerveja.

– Mancha, tá rolando um lero dentro da federal que o crime organizado local está por trás disto tudo, mas também suspeito que haja gente do governo envolvida; corruptos. E pior, desconfio que esses corruptos estão por trás do crime organizado. Esta cidade esconde alguma coisa bem podre, tchê!

– Bah, assim a coisa vai feder geral. Deves ser muito cauteloso, índio velho. Estou preocupado com a tua segurança.

– Quê isso, Omar. Não sou do esquadrão negro mas sou muito bom, esqueceste? – O grandalhão deu uma risada enquanto tomava um gole de cerveja. – Fica frio.

– Ok. – Omar riu. – Procura levantar informações sobre um investigador da civil, divisão de homicídios chamado Baltasar, mas faz isso o mais discretamente possível.

– Fácil, maninho. A gatinha que controla a inteligência tá no papo. Nossa, que garota mais linda, embora nem chegue perto da nossa querida Diabinha.

– Poucas eram do calibre dela, Enzo. – Omar sorriu ao se lembrar da ex-mulher. – Eu que o diga, já que vivi quatro anos com ela. Toma cuidado com essas garotas, hein?

Capaiz. Hoje de noite vou sair com ela – comentou. – Podíamos sair juntos, se tiveres uma companhia.

– Tenho sim, a melhor do mundo. Te ligo mais tarde. Agora vou para a civil falar com o chefe deles.

– Se cuida, tchê.

Omar sorriu e entrou no seu carro, saindo para a delegacia da civil que era um pouco afastada.

― ☼ ―

Ao entrar, pensou com muito cuidado no que ia fazer e pretendia apenas dar foco ao amigo assassinado. Apresentou-se a uma moça simpática e pediu para falar com o chefe de polícia, dizendo ser amigo do Moacir. Quando a mulher relutou em atender, apresentou o distintivo, identificando-se.

– Olha, eu era amigo de infância dele e sou um delegado federal que entrou de férias e vim visitá-lo. Daí, fiquei sabendo de tudo. Por favor, é importante para mim.

– Espera um pouco. – A policial levantou-se e sorriu. – Vou ver se ele te pode receber. Todos aqui gostávamos muito do Moacir e foi um choque, esse assassinato vil.

– Obrigado.

Minutos depois, ela mandou Omar entrar e segui-la, mas avisou:

– Cuidado que o delegado não tá com um humor dos melhores. Estamos demasiado sobrecarregados por causa do incêndio e tem cobrança de tudo quanto é lado. – Entraram no gabinete do chefe, que não o recebeu muito bem, e a mulher retirou-se fechando a porta.

Ganância Sem Limites - O Beijo da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora