Capítulo 7 - parte 4 (não revisado)

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Júlia abriu a porta e sorriu, beijando Omar que parou de pensar no caso, acariciando a mulher. Ambos entram e o delegado falou:

– Amor, Moacir foi apanhado em uma rede muito graúda. Por acaso tu sabes o segredo do cofre? – perguntou, após os beijos e abraços. – Tá na hora de ver o que ele descobriu até à sua morte.

– Sim, ele me deu caso acontecesse alguma coisa. Sempre foi previdente – afirmou a noiva, levando-o até ao escritório. – O que tu achas que pode ter acontecido?

– Ótimo, isso me poupa o trabalho de o arrombar – comentou, aliviado. – Vamos lá ver o que temos. Estou começando a juntar alguns pedaços do quebra-cabeças, mas ainda não tenho uma ideia definitiva, amor, então prefiro não discutir o assunto por agora.

Abriram o cofre e Omar retirou tudo para fora, colocando em cima da mesa. Além de um computador portátil, o conteúdo estava dividido em pastas e ele olhou os títulos, descartando o que não vinha ao caso, coisas pessoais, certificados de propriedade e seguros.

– Olha, Júlia, aqui tem uma apólice de seguro em teu nome e bem graúda. Acho melhor requisitares o sinistro. – Finalmente, encontrou a pasta onde estava escrito: Alberto Pimentel. Separou-a e continuou vendo os documentos, encontrando um envelope com o seu nome. Novamente separou-o e voltou a ver as pastas, até que encontrou uma que dizia: Boate Beijo da Noite. O resto não interessava e Omar devolveu ao cofre.

Em primeiro lugar, ele pegou no envelope dirigido a si e, curioso, abriu. Além da carta propriamente dita, Omar encontrou algumas fotos. A primeira mostrava Júlia entrando na casa dele, a segunda era ambos saindo muito abraçados e a terceira os dois se beijando ardentemente enquanto separavam-se.

– Querias ser discreta, Julinha, mas enganar um investigador da polícia é difícil, realmente muito difícil – estendeu as fotos para ela, que as olhou indiferente.

– E daí? Agora é passado – encolheu os ombros. – Ele sabia que eu era profundamente infeliz e nunca se decidiu, nem mesmo conversou comigo para saber o motivo. Foi egoísta e retribui na mesma moeda.

– Medo de enfrentar a realidade, amor.

Omar pegou na carta e leu.

"Omar:

Não faço a menor ideia de quando as coisas saíram de controle, mas sei que eu sou o principal culpado de tudo. Eu devia ter visto os sinais tão evidentes. Na verdade eu via, mas tinha medo das consequências. Primeiro, Júlia sempre evitava o sexo e, depois, ela ficava cada vez mais triste. Estava na cara que não me amava, mas eu sou completamente perdido por ela. Sei que o correto a fazer, cara, era ter pedido o divórcio há muito tempo e ter deixado que ela seguisse o seu caminho, provavelmente contigo, mas também sei que eu morreria se isso acontecesse e nunca tive coragem de enfrentar a mim mesmo. Por outro lado, eu comecei a pensar por que motivo Júlia não pedia o divórcio, especialmente depois da Angélica ter morrido, já que tu estavas novamente disponível, e cheguei à conclusão que tu eras o motivo.

Eu sei fazer contas, Omar, e tenho a certeza que Adriana não é minha filha, embora a ame como tal. Sinceramente, te conhecendo tão bem como conheço, não imagino o que possa ter acontecido para tu permitires que ela me traísse contigo e, menos ainda, vocês não terem ficado juntos quando ela engravidou, embora desconfie que tudo isso tenha a ver com um certo dia na cascata do lago.

Depois que Angélica morreu eu comecei a notar novamente as mudanças na Júlia. Ela, sempre que aparecias na cidade, transformava-se completamente e bastou pedir um favor a um detetive amigo meu para que eu descobrisse a verdade, como podes ver nas fotos. Então, eu te pergunto: por quê?

Ganância Sem Limites - O Beijo da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora