Capítulo 9 - parte 4 (não revisado)

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Omar e a esposa estacionaram no prédio dele e subiram para o apartamento, encontrando a tia a dar instruções à empregada que cuidava de ambas as residências.

Marina viu o sobrinho mudado, radiante e feliz como não o via desde criança. Ao seu lado estava a mulher da vida dele e notou logo as alianças.

– Finalmente o destino corrigiu as coisas, filho – abraçou Júlia, sorrindo. – Estás linda como nunca, Júlia. E a vossa filha?

– Ficou em Santo Agostinho por causa da faculdade. Fim de semana, vamos para lá.

Enquanto a esposa instalava-se, Omar foi para a polícia e encontrou o chefe no seu gabinete. Entrou carregando dois cafés e sentou-se estendendo um deles.

– Oi, Paulo. Café?

– Vem mesmo a calhar, Omar. Eu já estava indo lá pegar um porque minha térmica ficou vazia. Voltaste hoje?

– Voltei. A federal local já pode caminhar por si mesma com os levantamentos que fiz. O triste, Paulo, é que alguém me traiu e acho que é daqui.

– Como deduziste isso? – perguntou o chefe, espantado. – E o que te aconteceu?

– O Cobra de há dezessete anos tinha um irmão gêmeo e ele estava por trás do crime organizado de lá. A boate, na verdade, era dele e usada para lavagem de dinheiro. Alguém passou a informação sobre a minha filha e ela foi sequestrada. A coisa ficou preta, muito feia mesmo. – Omar tomou um gole de café e continuou a contar a história. – Precisei de invadir a favela e detonar com tudo. E eles assassinaram o irmão da chefe da polícia federal de lá.

– Ouvi dizer que é uma tremenda gata, Omar.

– Bah, bota gata nisso, meu caro. Um verdadeiro espetáculo de mulher. Bonita, gostosa, inteligente...

– E essa aliança? – Paulo interrompeu, rindo.

– Casei com a minha Júlia, Paulo. – Omar sorriu, feliz. – A melhor coisa que me aconteceu na vida.

– Bah, mas então a bela delegada chefe não virou a tua cabeça, tchê? – perguntou o chefe, debochado. – Considerando o histórico da Angélica...

– Prefiro não falar nela, Paulo. Até hoje ainda sinto muita dor pela morte tão estúpida, sem falar do meu filho.

– Desculpa. Bem, o que aconteceu por lá? – Omar contou tudo exceto a ajuda dos amigos do esquadrão, enquanto o chefe ouvia em silêncio.

– Vejo que a limpeza foi total e fiquei realmente muito triste em saber que Orlando era corrupto – comentou Paulo. – Jamais imaginei isso e o cara era meu amigo do tempo da escola primária!

– As pessoas mudam com o tempo, Paulo – disse o subordinado, encolhendo os ombros. – Não te aborreças que não vale a pena.

– O que pretendes fazer agora? – perguntou Paulo. – Afinal ias tirar férias, lembras? Sem falar que agora tens três anos pendentes!

– Só depois que eu descobrir o terceiro Cobra. Ou faço isso, ou me arrisco a que matem a minha família. Mesmo eu corro um certo risco de ser apanhado à traição.

– Mas, Omar, se te casaste, posso dar-te uma semana de lua de mel. Afinal não creio que haja algum perigo nesse período. Queres?

– Prefiro terminar tudo primeiro e resolver as coisas logo de uma vez. Depois disso, tirarei as minhas férias.

– Tens razão, tchê. Como tá tudo calmo, dedica-te a isso prioritariamente. Pede ajuda prá Isabela que autorizo desde já. – Paulo digitou um e-mail para o setor. – Pronto, ela já recebeu a ordem.

Ganância Sem Limites - O Beijo da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora