Capítulo 8 - parte 3 (não revisado)

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O delegado já percorreu quinhentos metros e fez nova ligação. Os seus ouvidos apurados escutaram o som do telefone a não mais de cinquenta metros. Silenciosamente, correu na direção do ruído, que ia ficando mais nítido. Na esquina, encontrou o jovem caído no chão. Desligou o telefone e verificou os sinais vitais, suspirando aliviado ao ver que estava vivo.

Pegou o genro ao colo e reiniciou a caminhada para casa quando ouviu um veículo aproximar-se. Escondeu-se na sombra até que identificou o carro da Michaela. Avançou um passo e tornou-se visível para ela, que frenou bruscamente.

Omar abriu a porta e depositou o corpo no banco de trás.

– Está vivo?

– Sim, Diabinha, mas isso é sinal que o Cobra disse a verdade. Manda os teus homens ao lixão da cidade para ver se o teu agente está vivo, o que eu duvido.

– Ó, meu Deus, tudo menos isso – disse quase sem voz, muito agoniada. – Não me digas que o mandei para a morte, não ele.

Michaela começou a tremer desesperada e saiu do carro chorando muito, descontrolada. Sentou-se no chão e o seu pranto aumentava drasticamente. Omar abraçou-a, tentando acalmá-la. Suavemente, pergunta:

– Calma, Michaela, o que foi?

– Gilberto é meu irmão, Omar, meu irmãzinho... – não conseguiu dizer mais nada e seu pranto só aumentava.

Sentou a moça no banco do carona e dirigiu para a sua casa.

A delegada ainda estava tão descontrolada que nem conseguia andar e ele levou-a para dentro, carregando-a ao colo e sentando-a no sofá, provocando um susto na Júlia quando viu o ar de desespero e descontrole da mulher que estava com o rosto encharcado de lágrimas.

Omar pediu para a noiva cuidar dela e voltou para pegar o jovem desmaiado, deitando-o no sofá. Notou que ele apenas levou uma pancada na cabeça, contudo, bem forte. Tinha um pequeno corte no crânio mas ia ficar bom e não corria perigo iminente. Molhou uma toalha com água gelada, passando na sua cabeça e rosto.

O rapaz abriu os olhos lentamente. Quando viu quem estava à sua frente, levantou-se de um salto e fez uma careta, segurando a cabeça com um gemido. Logo esqueceu a dor e olhou para o sogro.

– Drica. – Quase gritou. – Sequestraram a Drica.

– Calma, jovem, calma – disse Omar. – Agora precisamos de avaliar as coisas direitinho para a salvar sem corrermos perigo.

Zé olhou para o delegado e viu que ele trajava uma roupa negra, parecida com as dos ninjas e estava armado até aos dentes. Assustado, arregalou os olhos e balbuciou:

– O que raio é o senhor, o Rambo?

– Acalma-te. Eu sou um delegado federal, agente especial. Agora, conta-me tudo o que aconteceu que eu preciso de saber cada detalhe.

– Nós voltávamos para cá porque Adriana estava com sono e cansada. Na esquina, um furgão parou de soco e cinco sujeitos saíram dele. Um dos caras se vestia como o senhor, só que era um pouquinho mais baixo, mas mais largo, do tipo forte pacas. Ele era o chefe e agarrou Adriana que começou a lutar e se debater, mas sem sucesso. Outros dois me agarraram e os demais ficaram de prontidão com as armas nas mãos. Logo depois, ouvi dois disparos e os dois que estavam de guarda caíram mortos. O grandalhão que segurava Drica pegou uma pistola das costas com uma velocidade que nem em filme de bang-bang tinha igual. Mas, antes que atirasse, o cara atrás de mim ainda acertou um dos que me seguravam. Daí o grandão deu um tiro e, quando olhei para trás, vi um sujeito gigantesco, mais de dois metros, e com cara de bravo, be,m assustador. Os seus olhos exprimiam surpresa e ele caiu. O bandido acertou ele bem no meio da testa.

Ganância Sem Limites - O Beijo da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora