"Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão: todos estão convencidos que a têm de sobra."
René Descartes.
Este livro é uma história de ficção e todas as opiniões políticas e ações dos personagens não exprimem a opinião real do autor.
A justiça é necessária e a impunidade precisa de acabar, mas não é este o caminho correto, pois isto é apenas algo que gostaríamos que acontecesse aos criminosos. A verdade, entretanto, é que nos tornaríamos tão criminosos quanto eles.
Em 27 de janeiro de 2013, uma boate repleta de jovens, aparentemente excedendo a sua capacidade e de alvará vencido, incendiou provocando a morte prematura de 234 seres humanos e que teve mais sete óbitos entre os feridos, perfazendo 241 falecimentos de gente que tinha muitos planos para a vida que estava no início da sua jornada; gente que tinha sonhos, gente que foi ali se divertir para perder a vida de uma forma absurda e cruel, sem falar que ainda houve mais pessoas sob risco de morrer.
De quem foi a culpa? De muita gente, especialmente da ganância. A ganância dos donos que queriam ganhar mais e economizar mais. Apenas um extintor de incêndio e que não operava! Seguranças mal treinados que fecharam as portas para impedir que saíssem sem PAGAR! Falta de fiscalização e permissão de funcionamento sem alvará atualizado. Pior, sem as devidas condições de segurança! Quem foi que deu o primeiro alvará para um local que, claramente, não apresentava as mínimas condições de uma contingência para emergências? Apesar de não poder provar nada, a mim volta a parecer a ganância e a corrupção. Para se comportar tamanha quantidade de gente ali dentro, de acordo com as normas da ABNT seriam necessárias saídas cujo total tivesse 7 metros, segundo um especialista disse para a BBC em uma reportagem que li na internet e infelizmente não memorizei o link para apresentar.
E a negligência nas fiscalizações?
E quem foi o demente que autorizou a banda a fazer um espetáculo pirotécnico em local fechado e lotado de gente?
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O saldo disso já é conhecido, mas a impunidade não pode ocorrer. No dia seguinte (ou no mesmo domingo), um sujeito chamado Armando G Neto e intitulando-se da administração dessa boate, publicou no facebook um comunicado oficial, vergonhoso e tapado de erros de português. Entre outras coisas, fez uma alegação tão estapafúrdia que a prova foi a quantidade de mortes que ocorreram: afirmou que a sua equipe era bem treinada e preparada para qualquer contingência. E ele sequer acertou a data da catástrofe! De fato, a equipe devia ser muito bem treinada: para impedir a saída dos desesperados por não pagarem as contas...
A impunidade não pode acontecer e eu, como escritor, faço um apelo às autoridades para que isto não passe em branco.
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Sobre o nome do personagem principal, Omar, ele trata-se de uma homenagem a um ex-colega de trabalho, Omar Mussi, outra vítima do descaso das autoridades, morto no prédio que ruiu no centro do Rio de Janeiro e do qual nunca mais se ouviu falar, um ex-colega de trabalho e bom companheiro, especialista em Tecnologia da Informação, do tempo em que nós trabalhávamos no Ponto Frio.
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Este livro é dedicado a todas essas vítimas abaixo relacionadas. Se faltar algum nome, peço desculpas, mas obtive a lista da internet. A todos vocês, descansem em paz:
Omar Mussi (vítima do prédio que ruiu no centro do Rio de Janeiro)
Alan Rembem de Oliveira
Alexandre Anes Prado
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Ganância Sem Limites - O Beijo da Morte
AcciónO incêndio de uma boate em uma cidade do interior que ceifou dezenas de vidas pode esconder muito mais do que parece. Junte-se a isso alguns crimes ocorridos desde dezessete anos antes e um delegado federal implacável e determinado. Mas Omar Schmidt...