You Appear Just Like A Dream To Me

741 91 24
                                    


Capítulo 9 - You Appear Just Like A Dream To Me


Ele está aqui.

Liam fechou os olhos e segurou essa certeza contra o peito, apertando até ela estar gravada em sua carne, pulsando como uma ferida aberta. Ele está aqui. Era como inalar a primeira porção de oxigênio depois de passar muito tempo embaixo d'água. Ele está aqui. Era como o primeiro gole de água doce após dias no mar.

O sofrimento é como estar em um mar raivoso e escuro. Você não pode beber dele, porque é o tipo errado de sentimento, mas é a única coisa que te cerca. Uma hora ou outra, você falha, cai no sono, e a água salgada invade seus pulmões, arranha em sua garganta, deixa um gosto errado em sua boca.

Todo dia, você espera ver um barco ao longe, ou uma porção de terra. Mas tudo, até onde a vista alcança, é o mar. E você está tão perdido nele. Tão cansado. A água bate em seu corpo, a sede e a fome te deixam fraco. Tudo o que você quer é desistir, se deixar afundar na água, sentir o desespero encharcando seu pulmão e envolvendo seu corpo.

Mas ele, Liam, encontrara uma tábua em que se agarrar. E, agora, ali, estava ele, cercado do fruto de seu trabalho, de seu esforço, para continuar vivendo.

Olhos o observavam por todo lado, todos eles cor de caramelo ao sol, todos eles de Zayn. Lábios cheios sorrindo, franzidos, partidos em uma gargalhada. Narizes retos. Sobrancelhas bem marcadas. Maxilares bem desenhados. Zayn, Zayn e mais Zayn. Em todos os lugares.

Ele está aqui.

Liam sorria e dava autógrafos em folhetos promocionais da exposição, agradecendo aos elogios. Era a primeira vez que falava com um ser humano que não fosse Niall, o porteiro ou seu agente. Pensou que se sentiria um caracol, assustado e pronto a se encolher em sua casca. Mas se sentia bem, Zayn estava por todos os lados e as pessoas o admiravam, o elogiavam.

- Liam - Téo, seu agente, chamou-lhe de canto. - Está na hora de seu discurso.

Ele assentiu e se deixou conduzir até um pequeno palco. Um microfone foi colocado em suas mãos e ele se voltou para a plateia. Sabia que teria que falar algumas palavras, mas não escrevera nada. Falar sobre Zayn, era algo que ele descobriu fazer muito bem.

- O nome dele era Zayn. - começou Liam, se habituando ao microfone. - Eu o chamava de Z. Na matemática, Z representa o conjunto dos números inteiros. Nos filmes, Z é o símbolo do Zorro. - uma marola de risadas percorre as pessoas. Liam se permite sorrir. - No alfabeto latino, Z é o fim. Para mim, Z é amor. É o que me completa. É o meu começo, meu fim. Z é inspiração. Z é paixão. O Z é... - ele para por um momento, a voz embargada. - É o amor da minha vida. - ele pausa e quase pode escutar os suspiros emocionados. - Eu agradeço por estarem aqui. Obrigada.

Liam desce do palco com as pernas bambas e Téo lhe oferece um copo com água. Ele sorri para o outro alfa. As mãos trêmulas seguram o copo e os olhos vagam para a estátua em tamanho natural no centro do salão de exposição.

- Z. - murmura ele, sorrindo débil.

Há um movimento e uma pessoa contorna a estátua. O copo escorrega das mãos de Liam.

Ele está aqui.

Era como estar em um daqueles sonhos dos quais não se pode acordar.

Quando viu o nome de Liam escrito no cartaz da exposição teve vontade de correr, fugir, se esconder nas montanhas, viver como um nômade. E ao mesmo tempo teve vontade de entrar e agarrar o alfa, dizer que sente muito pelas palavras ditas na última vez que se viram.

Os minis Zayn entraram em uma discussão acalorada, e Malik acabou simplesmente seguindo o fluxo e entrando na galeria de arte.

E foi no momento que passou pelas portas de mogno que seu coração parou e os minis Zayn explodiram.

Zayn estava em todas as partes. Cores e traçados. Cenas e momentos. Caras e bocas. Olhos e mãos.
Era informação demais. Cores demais. Telas demais.

Ouviu Reagan o chamar, puxar seu braço, tentando acorda-lo do transe.

Malik jurou que desmaiaria.

E foi então que ouviu a voz que fez todos os pelos de seu corpo se arrepiarem.

Liam. Em pé sobre o pequeno palco, com o microfone em mãos e um ar nervoso nas feições. Falava sobre a exposição, sobre Zayn.

- Para mim, Z é amor. É o que me completa. É o meu começo, meu fim. Z é inspiração. Z é paixão. O Z é... - Liam para por um momento, a voz embargada. - É o amor da minha vida. - ele pausa e o ômega se vê perder o chão. - Eu agradeço por estarem aqui. Obrigada.

Malik assiste Payne descer do palco e caminhar para algum lugar próximo a uma estátua de Zayn em tamanho real. O ômega solta o braço do aperto das mãos da beta em seu braço e caminha lentamente.

Ele caminha como se Liam fosse um imã e Zayn somente um metal atraído para ele. Como se Liam fosse o sol e ele um planeta pronto para se chocar com a estrela e morrer.

Os olhos de Payne se encontram com os de Malik, e o mundo parou por um momento.

As pessoas ao redor, o copo de vidro se fragmentando ao chão. Nada parecia existir. Eram só os dois e seus pecados.

Deram passos incertos, sem nem piscar. A atração dos olhos os fazendo ficar frente a frente pela primeira vez desde o "incidente".

- Zayn?
- Liam.

Something Great | Ziam [Universo A/B/O] [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora