Na vida o que tu podes fazer, não...o que Deves fazer é duvidar. Mesmo que tudo pareça normal duvida sempre. Porque uma pessoa que parece viva por fora pode estar morta por dentro, eu me sinto sufocada, sinto que já não há cor no mundo onde vivo, ele transformou-se num mundo a preto e branco.
Se eu tenho vontade de viver? Tenho e muita, sei que há um futuro a minha espera. Se eu tenho forças? Não, eu não tenho mais forças, o último fio que segurava o meu corpo quebrou. Não é que eu não queira voltar a estar pendurada pelos inúmeros fios que me sustentavam, eu quero e como quero, mas eu me encontro a cair e não tem onde me agarrar, cai num desfiladeiro...que não tem mais volta. Uma viagem para um outro mundo. O mundo. Aquele que se entra para não sair...são poucos ou quase nenhum que de lá saem, escapam pelos grandes "dedos" da governante impiedosa. E eu, poderia escapar como eles? Não. Eu não posso, não tenho forças, as minhas mãos já não sangram porque o meu pobre coração já sangrou muito mais do que conseguia, as lágrimas já não caiem, a dor que eu sentia foi desaparecendo aos poucos e agora... o que sinto? Nada absolutamente nada, a dor sumiu e as lágrimas secaram. Mas mesmo assim não tenho forças...Eu estou a cair na direção a ele. Quanto tempo me resta? Dias, semanas, messes, anos...uma vida inteira? E se fosse apenas uns segundos? A minha dor acabaria o meu mundo a preto e branco desintegrar-se-ia. Mas...e as pessoas a minha volta como ficariam? Como regeriam? O que sentiriam? Talvez tivessem vergonha do membro da família que me tornei...A minha família poderia chorar muito, eu sei porque se já por qualquer coisa choram imagina pela morte, mas passaria...certo? Sim...não é? Acho que sim. É tão difícil saber qual a escolha certa, mas sei que tenho o que muitos queriam ter...Família, amigos, colegas, companheiros. E eu agradeço tudo o que tenho a eles, foram eles que me ajudaram sempre, tentando reconstruir aos fios que se destruíam e sei que são eles que me ajudaram agora.
Mas e se não houver volta a dar? Se não houver chances de fugir dela? Como fugir da própria morte? Como fugir do próprio destino? Como ser feliz num corpo que não passa de uma armadura, de uma casca, de uma...ilusão? Como ser algo que não sabes o que é? Como se pode construir o futuro se nem caminhar no presente se sabe? Como ter a certeza que aquele futuro é o certo, se a milhões de preguntas a se fazer no presente?
Hoje eu não sei as respostas para estas preguntas, mas quem sabe no futuro eu as possa responde-las. Mas hoje como uma pre-adulta eu não sei quem sabe daqui a uns tempos quando já for uma adulta possa refazer este texto e responder as preguntas e quem sabe já tenha encontrado o meu futuro.
true}xR:P