Oieee estou de volta. Consegui me obrigar a postar e até agora parece estar correndo tudo bem. Por isso vou adiantar este capítulo para minhas leitoras favoritas!
Beijos :)
______________________________________________________________________________
Miriam estava no andar de cima a arrumar, e Callum foi distraído de sua leitura quando bateram na porta. Deixou os livros pesados por cima da mesa os quais estudava de olhos já cansados e andou devagar até a porta. Abriu e encontrou dois policiais que tiraram os chapéus e acenaram educadamente.
— O senhor precisa de nos acompanhar — disse um deles com ar sério. Callum franziu, pois conhecia ambos e estranhava o comportamento distante.
― Terei cometido alguma infracção, Dan e Wallace? ― Perguntou Callum de sobrolho unido. ― Aconteceu alguma coisa?
Os dois trocaram olhares, e num movimento rápido, Wallace deu uma cabeçada na testa de Callum. Mas o pequeno gigante não se moveu nem um centímetro, apenas levou a mão a testa e pestanejou quando sangue escorreu pelo olho abaixo. Reagiu rapidamente e atingiu o polícia com um murro certeiro no nariz, fazendo este voar contra o chão. Dan tirou a arma numa rapidez, apontou-a apertando com força enquanto olhava de esguelha para o colega que se levantava atordoado.
― Por favor, Callum ― pediu Dan com ar sério, sua face de feições duras estava pálida e seus olhos brilhavam na pouca luz. ― Não me obrigue a...
Em seguida tudo foi muito rápido, Callum com a sua teimosia reagiu contra a arma de fogo, deu um pontapé que atingiu na mão dele e a arma voou para o jardim. Dan também não se fez de rogado, desferiu um golpe certeiro na face de Callum. Os dois começaram uma luta renhida, mas Wallace cambaleou até a relva do jardim e apanhou a arma. Disparou!
Escutou-se um grito feminino, era Miriam que descia as escadas por causa do barulho e cobriu a boca com as mãos, assustada. Viu Callum deitado no chão com a mão no peito a sangrar e ela tentou correr de volta, mas Wallace adentrava na residência e correu a tempo de agarrá-la pelas pernas e puxá-la com força. Miriam caiu com a cara contra as escadas e tudo ficou escuro.
" ― [...] Amor é uma fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido de lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva... ― sussurrava contra o corpo nu e esguio deitado na sua cama ampla. Beijou a sua barriga devagar e depois o seu umbigo. A sua pele branca contrastava contra a pele escura e os dedos unidos formavam um Xadrez, à Preto e Branco.
Ele recitava Romeu e Julieta, uma trágica história de amor.
― Callum, esse amor não existe ― murmurou Miriam de olhos semicerrados e os lábios entreabertos. Queria mas não queria, era uma mistura de aceitação e contradição. Sabia que era errado, mas era o que lhe parecia certo no momento.
Ele ergueu os olhos azuis acinzentados e sorriu apaixonadamente. Subiu até alcançar a sua face, conseguia sentir a sua respiração.
― Se ele não existe, o que será que estivemos aqui a fazer? ― Questionou com meio sorriso, passou uma mão pelos cabelos e desceu o polegar contra a sua face. Miriam afastou-se dele soltando-se e sentou-se na beira da cama.
― Deixa-te de poesias que não te ficam bem! ― O criticou, mas os lábios estavam voltados numa curva virada para cima. ― Apenas digo que tenho um mau pressentimento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Xadrez, à Preto e Branco
Historical FictionEm finais do século XIX, a sociedade vitoriana era pródiga em moralismos e disciplina, com preconceitos rígidos e proibições severas. O abolicionismo também ainda estava marcado no coração dos ingleses, e em pequenas cidades a intolerância ainda tin...