A grande dor

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Ao retornar a tenda Sam estava exausto, ele suava e sua respiração ofegante mostrava seu cansaço, meu corpo todo doía e eu não sabia o que esperar,  pedi para Samuel que me deixasse sozinha na tenda.
Apesar deles estarem lá fora eu queria estar só !

Comecei a vasculhar as coisas que estavam na tenda, e por mais que eu procurasse eu não achava absolutamente nada.
Quanto mais eu procurava e o tempo passava sem me dar uma pista, uma resposta para o meu sofrimento, eu ficava cada vez mais aterrorizada com a hipótese de saber que minha mãe havia morrido.

O tempo passou e nada... isso foi tudo que encontrei, uma grande tenda com muitas coisas, e mesmo assim ela estava repleta...de nada.

Em um surto de fúria passei a descontar minha ira nas coisas a minha volta, não resolvera muito minhas lamentações mas acalmava-me um pouco. Liliana se pôs diante de mim dizendo branda:

- Já chega pequena, isso não lhe resolverá nada.

- Onde ela está? - eu sabia a resposta mas não queria estar certa.

- Você sabe onde ela está. - foi tudo que Liliana me disse.

Eu saí tenda a fora e vi aquele que era o campo onde vi minha mãe pela última vez, agora ele não mais florecia, ele era repleto de um grande vazio e uma vasta camada de gelo, que não se derreteria, cai perante a visão de um grande pedaço de gelo, aquilo era tudo que restava e vinha acompanhado de minhas lágrimas que desceram meu rosto desesperadamente. Os três futuros líderes de suas nações vieram ao meu encontro e tentaram me consolar e tudo que eu fui capaz de dizer novamente foi...

- onde ela está... ?

Por um grande momento se fez silêncio em respeito ao meu luto. Mas ele foi interrompido por uma pressão mágica tão grande que me manteve petrificada exatamente onde estava, agora além de tristeza eu tinha medo e não era capaz de correr.

- Menina burra, como ousa perguntar onde ela está?

Foi tudo que a voz me disse, mas ela era estranhamente familiar. Ao olhar no horizonte ela vinha ao meu encontro e parecia furiosa.

- Ela é todo este vasto campo, ela é todo o espaço tocado por esse gelo, e mais... Ela será eternamente pois assim como este gelo Helena jamais sumirá, pois agora ambos são um único ser. - suas palavras mesmo duras ainda se faziam reconfortantes e ela ainda estava ali para perdurar o desejo de minha mãe.

- Ophelia!!! - Sam exclamou com grande ternura.

Ela se pôs diante de mim e me pôs de pé, logo em seguida se dirigiu a Sam e o acertou com um soco que o fez perder o equilíbrio. Enfurecida seguiu dizendo:

- Como são capazes de vir aqui? Foi claro que Helena e eu derrotariamos as tropas e que vocês precisavam se dirigir ao templo para aperfeiçoarem suas habilidades. Como podem voltar aqui sem saber do estado do campo de batalha, sem preparo... Isso é um pedido de morte!

Ela era tão absoluta em suas palavras que todos ao seu redor só foram capaz de ouvir, eles não eram falhos, eu os havia feito voltar, as responsabilidades eram minhas e eu deveria arcar com elas.

- Ophelia, por favor, não seja rígida com eles, todos voltaram por solicitação minha, eles não são responsáveis pelo meu comportamento. - eu disse em tom suave.

- Isso os torna mais culpados aínda!
Como podem voltar para o campo de batalha estando feridos, sem capacidade para alcançar o alge de sua magia e mais, para satisfazer os desejos de alguém que nem se quer pode se defender?

Simples e direta ao ponto, ela não exitou em me chamar de inútil, a pior parte disto tudo é que era verdade. Novamente me vi acoada a mercê da minha tristeza, ia me por a chorar quando Liliana segurou minha mão e pediu para que eu fosse forte, minha mãe iria preferir que eu me mantece erguida. Assim o fiz, depois de muito tempo em bronca, Ophelia se acalmou e começou a preparar a partida para o templo, iríamos esperar o sol nascer para a partida. Mas aquela noite foi longa...

Celada no geloOnde histórias criam vida. Descubra agora