14. Minha saudade tem nome.

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Passei a manhã inteira atolada em trabalho. Eu tinha que salvar todas as fotos — tanto as da Leona, quanto as da Diana — e mandar para a edição o mais rápido possível. Minha cabeça está tão voada que mal consigo pensar direito. Olho para o relógio e está quase na hora do almoço. Dou graças a Deus por sair do estúdio pelo menos por algumas horas. Só falta ler mais duas folhas do contrato, e já posso sair para almoçar. Assim que acabo, trato de levar o contrato revisado e entregar diretamente na mão do senhor Cohen. Pois, eu sei como Maria é estabanada demais para entregá-lo.

Estou prestes a bater, quando a porta se abre e Diana aparece, e logo atrás vem o senhor Cohen. Esqueci que falei que ligaria para ela no dia seguinte. Merda! Eu os cumprimento formalmente e Diana me encara com um pequeno sorriso no rosto, enquanto fico completamente, absolutamente... toda atrapalhada para explicar que já havia acabado.

— É, aqui estão.. senhor... Cohen. — digo, com certa dificuldade.

— Muito obrigado, Kali. — folheia o contrato.

Ele se despede de nós e volta para a sua sala, nos deixando completamente sozinhas naquele corredor. O silêncio entre nós é ensurdecedor.

— Como você está? — pergunta.

— Estou bem. Me desculpe não ter te ligado depois daquele dia. Eu quebrei meu celular e consegui comprar um novo só ontem.

— Ah, não tem problema.

— Bom, tenho que ir almoçar.

— Que ótimo, conheço um restaurante muito bom aqui perto.

Ela está me chamando pra almoçar?

— O problema é que...

— Não vou aceitar não como resposta. — insiste —Não se dispensa uma boa comida.

Sorrio um pouco sem graça a acabo aceitando. Diana me leva em um restaurante italiano maravilhoso. Tudo é tão organizado e tão bonito que fico impressionada. Apesar de ser perto do estúdio eu nunca havia colocado os pés nesse lugar. Todos estão super arrumados, Diana principalmente, e eu com o uniforme de trabalho.

Durante o almoço todo tentei falar o máximo possível sobre outras coisas para ela não entrar no tal assunto do beijo. Mas quem disse que adiantou?

— Queria te falar uma coisa. — diz, colocando seus talheres de lado.

Engulo seco e a encaro.

— Na verdade, quero te perguntar uma coisa.

— Pode falar.

— Você ainda tem alguma coisa com a Leona?

Quase engasgo quando ela acaba fecha a boca. Começo a tossir e coloco a mão rapidamente sobre a mesa procurando um guardanapo, limpo minha boca e encaro sem jeito.

— O que? A Leona está praticamente casada, esqueceu?

— Ela está casada, mas parece que ainda gosta de você e bom, ela de você. — murmura.

— Por que está falando sobre isso agora? — pergunto.

— Porque aquele dia na exposição, até cego pode ver a tensão que estava entre vocês duas. E no dia que eu fui embora da sua casa, ela me encontrou no elevador. — conta —  Ela não disse quase nada, mas me olhava de um jeito estranho.

Reviro os olhos e respiro fundo.

— Não sei o que se passa na cabeça dela, mas entre nós duas não tem mais nada

— Ótimo, assim posso investir sem medo.

Solto um sorriso e a encaro.

— Vamos aproveitar esse restaurante italiano maravilho, mesmo eu estando super mal vestida com esse uniforme. 

 Não ouse me esquecer | lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora