16. Planos.

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Acordo com o raio de sol batendo no meu rosto. Pisco diversas vezes até espantar meu sono totalmente. Sinto um peso em cima do meu braço, olho para o lado e lá está Leona, deitada em um sono profundo. Sua respiração está lenta e seu rosto está tão calmo. Solto um breve sorriso. Passo minha mão sobre o seu cabelo, o tirando de seu rosto e puxo meu braço devagar para não acorda-la. Pego o primeiro blusão que vejo na frente e preparo o café da manhã. Checo meu celular e tem uma chamada perdida do Daniel, e uma mensagem da Diana. Passo o dedo na tela e retornei a chamada.

— O que você estava fazendo que não atendeu minha ligação ontem? — questiona.

— Bom dia pra você também. — murmuro.

— Você não sabe da melhor.

— O que aconteceu dessa vez? E por favor, não me diga que você me ligou por causa de uma coisa boba.

Daniel bufa.

— Chase está de volta na cidade. — conta.

— O que? Como assim?

— Não sei direito o que aconteceu, só sei que ontem quando fui procurar minha mãe e bati na porta, foi ele que me atendeu. Ele estava sozinho.

— Meu Deus, quanto tempo que já passou desde a última vez que o vimos? 2 anos?

— 3 anos, Kali. — afirma Daniel.

— Só espero que nada de ruim tenha acontecido.

— Pra ele ter voltado pra cidade? É exatamente isso que aconteceu.

— Bom, de qualquer maneira vamos ficar sabendo logo. — faço uma pausa — Preciso desligar agora.

— Ok. Até mais e me mantenha informado se souber de qualquer coisa.

— Ok. Beijos!

Desligo com a cabeça mais confusa do que nunca. Balanço a cabeça negativamente tentando espantar qualquer pensamento ruim, mas começo a lembrar do que Leona havia me contado na noite passada e parecia que eu estava prestar a explodir com tanta informação ao mesmo tempo. Não consigo imaginar o tanto que ela sofreu até chegar onde está hoje, e ainda mais com a ridícula da Olivia. Eu não vou deixa-la sozinha. Não sei o que vou fazer pra tirar a Leona dessa situação, mas vou até o fim agora. Fico tão distraída que quase acabo queimando as panquecas, desligo o fogo rapidamente, e as coloco no prato.

Olho pra trás e Leona está sentada na mesa, me observando cozinhar. Solto um sorriso e ela logo corresponde. Levo o prato até a mesa e arrasto um lhe oferecendo, mas ela nega.

— Obrigada, não estou com fome. — resmunga afastando o prato.

— Você precisa comer.

— Minha cabeça está estourado.

— Você precisa se alimentar direito e parar de beber também.

— Sim, senhora. — diz em um tom de deboche.

Leona puxa o prato de volta e começa a comer, bem devagar. Sento ao seu lado e trato de comer também. A panqueca não está aquelas maravilhas, mas dá pra comer. Um silencio absurdo fica entre nós, e isso me incomoda um pouco. Depois do que ela me contou, ela não falou muita coisa. Acho que ela está pensando que eu a julguei mentalmente de algum modo.

— Está se sentido bem? — pergunto bem baixo.

— Sim, só estou pensando.

— No que?

— Em tudo. — Leona me olha— Você não disse nada, desde ontem.

— Não sei o que dizer. — respiro fundo — Estou surpresa até agora com o que aconteceu, mas eu não consigo te culpar por nada disso. Não consigo imaginar o que eu faria da minha vida se eu descobrisse uma gravidez tão nova assim.

 Não ouse me esquecer | lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora