Capítulo 4 - Fiu-Fiu

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ISADORA

— Xô, ISADORA!

— Aí, Isa como você é rabugenta...

— Sou mesmo. Agora saí porque eu quero muito fazer essa torta e você aqui, gorando, não vai dar certo.

— Mas é só um jantar!

— Só se for pra você um "jantar". — ela faz aspas com as mãos e volta sua atenção para a mesa repleta de ingredientes. — Do jeito que você está falando, parece pouca coisa.

— E não é?! — falo para irritá-la. Desde que saímos da clínica ela está eufórica, até parece que nunca foi convidada para um jantar. Ela é a ansiedade em pessoa, impossível de controlar.

— ISADORA! — ela me repreende. — A senhora Miller nos convidou, pessoalmente, e você viu aquela mulher? Super culta e tudo mais. Não faça pouco caso.

— Hum... — Pego meu único pacote de skittles e me sento na banqueta, esparramando todos sobre a bancada. — E o que tem demais nisso? — Começando pelo vermelho, separo todas as cores em fileiras.

— Ih! Que foi isso?

— Isso o quê? — levanto minha cabeça e abro um sorriso.

— Você aí... — ela aponta pra mim e para as balas. — E se me lembro bem, você só separa as cores quando está...

— Nada disso! — Não deixo que ela termine de falar, passo minha mão sobre as fileiras, fazendo uma bagunça de cores. — Você tá vendo coisa! — mostro a língua pra ela.

— Sei... Acha que não vi seu olhar para um certo, hum... como é mesmo?! — ela coça o queixo, como se estivesse pensando.

— Theo. E não, não teve olhares nenhum...

— Uhum e como você sabia que ele era gago?

— Já disse... — pego um monte de balas e enfio tudo na boca, na tentativa de encerrar o assunto.

Além do inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora