Auror Potter e a Terra dos Gigantes

Capítulo 11: Nefelejcs

A reunião do Clube do Slug começou algumas horas após o jantar, por isso, não foram servidos muito mais do que alguns bolos e bolachas doce e chá. Rose, contudo, estava enjoada de tomar chá; era a bebida mais recorrente em sua casa, estava enjoada. O grupo – que era de pelo menos vinte pessoas – estava sentado em volta de uma mesa redonda e larga, em cujo centro havia desenhado na madeira o brasão de Hogwarts.

Rose sentiu vontade de vomitar ao ver Alvo e Nina juntos. Simplesmente não podia acreditar que o primo havia trocado os amigos por uma garota – mesmo que muito bonita e que, provavelmente, seria uma modelo no futuro, mas ainda assim, uma simples menina. Yanka parecia estar aceitando isso muito bem; ela não se importava, ou sabia bem fingia.

As duas estavam sentadas uma ao lado da outra, pois eram elas quem vasculhariam a sala de Slughorn a procura de algo suspeito. Yanka fitou o resto das pessoas presentes; pelo cenho franzido, Rose notou que a garota estava analisando o nível de distração das pessoas. Então, as amigas se olharam e sinalizaram positivamente apenas uma vez com a cabeça e, sorrateiramente, deixaram a mesa. Para garantir, avisaram para a pessoa que estava ao lado delas, um aluno mais velho da Ravenclaw, que estavam indo para o banheiro. A mãe de Rose, Hermione, contou a história de quando ela foi atacada por um trasgo no banheiro; lição a se tirar disso: nunca vá ao banheiro sozinha.

Assim que dobraram a esquina e estavam fora da visão do resto do clube, Rose tirou de dentro sua pequena bolsa encantada a Capa da Invisibilidade. Chegaram a sala do professor alguns minutos depois; ficaram o tempo todo observando o Mapa do Maroto, para garantir que todos do clube permanecessem no clube, para que não as peguem de surpresa.

Uma bagunça que atacou o TCO de Rose, que teve a praticamente incontrolável vontade de arrumar as coisas, mas era melhor não deixar vestígios de que estiveram ali. Viram dezenas de ingredientes para poções espalhados, além de frascos vazios, como se ele já os tivesse usado em alguma mistura. Centenas de papéis e páginas de livros arrancadas estavam sobre a mesa; Rose quase teve um infarto ao ver os papéis amarelados. Como um homem inteligente e prestigiado como o Professor Horace Slughorn podia fazer essa monstruosidade com livros indefesos? Se Crewe era realmente um caçador de recompensas, Rose torcia para que pegasse Slughorn.

Pelo que ela pôde ver dos papéis dos livros e das anotações do professor, ele estava tentando descobrir uma poção para memória, o que não fazia muito sentido, já que poderia simplesmente usar o feitiço Obliviate. A não ser que ele procurasse algo diferente; um efeito diferente, um que não fosse esquecer. Rose tirou do bolso o mesmo celular que, na noite anterior, tinha tirado fotos dos objetos de Crewe e tirou uma foto do papel sobre a mesa.

Yanka, que observava os malões do professor com os ingredientes, notou que havia frascos pequenos com tufos de cabelos de várias cores: loiro, branco, castanho, ruivo e muitos outros tons, até mesmo rosa. Nomes em etiquetas estavam sob eles.

– Rose. – Ela falou, parecia um pouco chocada. – Você vai querer ver isso.

Assim que a garota se aproximou, ela arregalou os olhos. Os cabelos pertenciam a várias pessoas que ela conhecia, como Shacklebolt, Cho, Arthur e Molly Weasley e todos os membros de sua família, incluindo George e até mesmo Fred; havia também cabelo de Hermione e Luna Lovegood. Todavia, a maior quantidade de cabelos que havia ali em um tufo nojento pertencia a Harry Potter.

– O que diabos ele está tentando fazer? – Esta pergunta saiu da boca de Rose, mas era mais uma pergunta retórica.

– Não sei. – Yanka respondeu mesmo assim. – Mas é melhor irmos, o clube está se dispersando.

Ao olhar o Mapa, elas viram centenas de par de passos se afastando ao mesmo tempo da sala da reunião; Rose e Yanka jogaram a Capa sobre suas cabeças e, em silêncio, seguiram para o banheiro feminino mais próximo. Saíram de lá e foram de volta a sala, mas encontraram apenas o professor, sentado, encarando a xícara de chá diante de si como se ela fosse guardadora dos maiores segredos do mundo.