Capítulo 05: Fagulha de Magia

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As palavras de Hilda simplesmente não fizeram sentido dentro da mente de Harry. Gina não era mais uma bruxa, ou seja, ela agora era uma trouxa? Isso não fazia o menor sentido; nunca tinha ouvido falar de algo semelhante. Não imaginava nem que seria possível.

– Eu não sei se entendi o que você quer dizer, Hilda. – O Auror falou, confuso.

– Bem, vou ter que explicar desde o começo então. – Ela respirou fundo, como se tentando organizar os pensamentos. – Geneticamente falando, você sabe a diferença entre os bruxos e os trouxas? – Harry apenas balançou a cabeça negativamente. – Pois bem, nenhuma. Nós e eles somos exatamente iguais.

– Mas, nós podemos fazer magia, eles não. – Ted retrucou.

– Sim, mas magia não é genético. Bem, em partes é, mas também não. A Magia que existe nos bruxos vem de algo que meus ancestrais chamavam de Fagulha. Eu descobri que a Fagulha é nada além do que uma pequena e simplória célula que fica mais ou menos aqui em nossos cérebros. – Ela colocou o próprio dedo gordo na nuca. – O que quero dizer que a Magia é algo físico dentro de nossos corpos e, portanto, removível. Os trouxas conseguem viver sem a Fagulha, que no caso deles é apenas um espaço vazio, e, às vezes, a Fagulha nasce em uma criança filha de trouxa aleatoriamente.

Harry colocou a mão na própria nuca. Nem em Hogwarts ou na Academia de Aurores Harry tinha ouvido tal informação. Nunca passou pela sua cabeça de onde vinham os poderes mágicos dos bruxos.

– Bem, essa Fagulha deixa uma marca no sangue dos bruxos, algo em nível celular; porém, quando mais tempo o sangue fica longe do corpo, mais esse indício se desfaz. Por exemplo, se eu retirar seu sangue agora, Harry, eu vou ser capaz de mostrar essa marca, todavia, depois de três horas, o indício some completamente, como se nunca tivesse existido.

– Se a Magia é algo físico pode, portanto, ser retirada. – Harry concluiu. – E é isso que aconteceu com Gina, não é? Retiraram-lhe a Fagulha.

– Exato!

– Então – Ted concluiu, tentando fazer parte da conversa –, se um bruxo pode deixar de ser bruxo, um trouxa pode virar um bruxo se roubar a Fagulha e transplantar a Fagulha em si.

– Em teoria, sim. – Hilda explicou. – Porém, transportar a Fagulha é como transplantar um órgão: seu corpo pode aceitar ou não. Mas é algo que nunca foi testado, muito menos registrado. Não se sabe se a Magia durará dentro de seu novo hospedeiro. E Harry, tem um jeito de fazer sua esposa ficar bem, mas para isso é preciso uma poção poderosa e Gina precisa aceitar que nunca mais poderá fazer um feitiço.

– Você pode fazer essa poção? – Harry perguntou.

– Sim, mas eu preciso de uma flor muito rara que cresce apenas nos Alpes da América do Sul. Hyacintho Magicae. – Ted ficou pensativo por um momento; já tinha ouvido falar na flor antes.

– É, por um acaso, uma flor azul? – O metamorfomago perguntou.

– Sim. – Hilda respondeu, estranhando e fitando-o. – Como sabe?

– Eu estudei sobre algumas plantas tempos atrás. Eu acho que tenho a poção que vocês querem.

Ted saiu de repente da sala e voltou minutos depois com um pequeno tubo de ensaio com um líquido azul brilhante. Entregou-o para Hilda que abriu e avaliou pelo olfato o conteúdo; ela ficou muito desconfiada, assim como Harry.

– Sim, esta é a poção. Mas é preciso fazer alguns testes para ter certeza. – Hilda disse. – Onde conseguiu? – O Auror fazia a mesma pergunta dentro de sua mente.

Auror Potter e a Terra dos GigantesOnde histórias criam vida. Descubra agora