Capítulo 20: Verdade de Ouro

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Desde que voltara da Alemanha, cerca de três semanas antes, Harry vinha acompanhando, através de Hermione, as negociações com os grupos de gigantes que ainda não tinham se rendido a vontade de Esben McPherson, por qualquer que fosse a razão – muitos não gostavam de ter como rei um homem que era mais bruxo do que gigante. O objetivo era trazer esses gigantes para o lado de Mimas, o legitimo rei; apesar de que a maioria deles não acreditava em Mimas até que ele provasse, de alguma forma, sua origem – na terra dos gigantes, bastava ele desafiar o mais forte daquele grupo e vencer. Essas negociações, contudo, eram demoradas e pareciam não ir muito bem.

Enquanto o resultado não saía, o Ministro obrigava Harry a cumprir com suas tarefas diárias normalmente, como se não estivessem à beira de uma guerra. Os casos andavam tranquilos, já que Harry não ficava com serviços muitos pequenos, cabendo aos outros Aurores às soluções deles. O Auror apenas se envolvia quando, por exemplo, tratava-se de uma missão em outro país ou que envolvesse-o pessoalmente – como no caso dos Knight, no ano anterior, que havia a frase sobre Voldemort, ou neste ano, que tivera de resgatar seus dois melhores amigos. Às vezes também, quando o caso envolvia alguém importante, como um politico ou algum empresário famoso, Harry era sempre chamado.

Ele levou um pequeno susto quando ouviu as bicadas em sua janela. Edwiges II estava um pouco desesperada para entrar, como se tivesse viajado uma longa distância e precisava descansar. A coruja entrou sem hesitar, pousou sobre a mesa de Harry e não esperou que o Auror tirasse o papel de sua pata; ela mesma usou o bico para romper o laço e deixar o papel cair sobre a mesa; em seguida, ela pousou na cadeira e aconchegou-se. Antes que Harry pudesse protestar, ela estava dormindo, descansando de sua jornada de Hogwarts até Londres.

Harry percebeu pela letra que a carta tinha vindo de Alvo. Dizia naquela página que o menino havia tido mais sonhos depois do reaparecimento do símbolo da Triskelium em sua testa. Como da outra vez o que ele sonhara acabou por ser real, ele preferiu avisar ao pai sobre o sonho dessa vez. Alvo tinha sonhado com um homem que estava preso em um navio; ele via tudo pela visão de Micca, um segurança de um homem que parecia ser muito rico. O Auror decidiu investigar, pois sabia que aquilo estava envolvido com a Triskelium. Pegou o telefone e discou o número de Draco.

– Malfoy. – Ele atendeu, mal-humorado como de costume.

– Bom dia, detetive Malfoy. Sou eu, Harry Potter. – O Auror não sabia se devia se chamar pelo primeiro nome ou pelo sobrenome, então preferiu usar os dois.

– Potter! – Harry poderia estar ficando maluco, mas por um segundo, achou que Draco parecia feliz. – Em que posso ajudar?

– Preciso do nome das maiores empresas de segurança do país. Estou procurando uma que tenha um funcionário chamado Micca.

– Esse é um nome estranho. – Ele comentou; mal se lembrava de que seus melhores amigos chamavam-se Crabbe e Goyle. – Mas tudo bem, eu posso procurar sim. Assim que tiver qualquer informação, te ligo.

– Ligue no meu celular. – Harry informou.

– Ok. – E desligou; o Auror esquecera-se de perguntar sobre Lucius.

Harry voltou sua atenção para os papéis em sua mesa – relatórios dos outros Aurores sobre seus casos. Passou a organizá-los em ordem de alfabética de acordo com o sobrenome de cada Auror. Enquanto trabalhava, ouviu passos no corredor; Ted surgiu na beira de sua porta, mas não pareceu que ele tinha noção de que o Auror pôde vê-lo. Então, ele voltou pelo caminho que tinha vindo; Harry estranhou a movimentação e levantou, procurando não fazer barulho.

Quando chegou à porta, olhou com cautela para ver Ted entrando em sua sala correndo, como se estivesse fugindo de algo. Harry achou estranho o comportamento e foi até a sala dele; viu seu afilhado andando de um lado para o outro, sem tirar os olhos do chão.

Auror Potter e a Terra dos GigantesOnde histórias criam vida. Descubra agora