Capítulo 08: A Sala de Defesa Contra Artes das Trevas

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Cobertos e escondidos pela Capa da Invisibilidade, Rose e Scorpius saíram da Torre da Gryffindor e seguiram sorrateiramente pelo corredor. Através do Mapa do Maroto, eles acompanhavam a movimentação de Argus Filch e dos monitores – que eram alunos mais velhos, dos sextos e sétimos anos que garantiam que os mais novos não andassem por aí depois do horário permitido.

Viram pelo Mapa que professor Crewe não estava em sua sala, como esperado, naquela sexta-feira, ele passaria a noite em Hogsmeade. O mais silenciosamente possível, abriram a porta da sala de aula; a porta rangeu tão alto, que sabiam que era impossível alguém não ter ouvido. Entraram num segundo e foram posicionar-se em um canto, longe de qualquer objeto. Esperaram.

Acompanharam pelo mapa um tal de Callum Griffiths vindo na direção da sala. As duas crianças prenderam a respiração. Callum entrou; sua imensa cabeça coberta de barba castanha surgiu no vão. Ele olhou de um lado para outro, procurando pelos intrusos, mas não viu ninguém. Assim que ele fechou a porta, Scorpius fez menção de se mexer; porém, Rose segurou-o pelo braço, apontou para o Mapa. As duas marcas de sapatos com o nome Callum Griffiths em baixo estavam paradas do outro lado da porta, como se esperasse.

Levou quase dez minutos para que o monitor desistisse e fosse andando, seguindo pelo corredor sabe se lá para onde. Rose e Scorpius caminharam silenciosamente até a sala do professor, que ficava ao fundo; fizeram o possível para não esbarrar em uma mesa – até mesmo, abraçaram-se mutualmente. Rose passou a mão por debaixo da Capa da Invisibilidade e tentou girar a maçaneta da porta; estava trancada.

Ela sacou a varinha e mirou na fechadura, pronta para dizer o feitiço "alorromora". Scorpius, dessa vez, foi quem impediu a garota. Sussurrou que provavelmente havia algum feitiço que detectaria intrusos usando magia. Rose perguntou, com o tom de voz de superioridade, o que Scorpius sugeria.

Para surpresa dela, ele, depois de conferir o Mapa uma última vez, tirou a capa de cima do seu corpo e tirou do bolso da calça um grampo de cabelo – que Rose reconheceu sendo dela – e um clipe de papel – o qual ela não tinha ideia aonde ele conseguira. Ele abriu o clipe e entortou-o numa das pontas, de modo a formar uma linha dupla; o menino colocou os dois objetos dentro do buraco largo da fechadura. Segundos depois, com um clique, a porta estava destrancada e abriu-se.

– Como você fez isso? – Rose murmurou, depois que os dois estavam dentro da sala do professor Crewe.

– Seus pais tinham o truque deles, meus pais tinham os deles. – Scorpius retrucou; sua voz soou como o de um verdadeiro Malfoy. – Agora, o que estamos procurando?

– Algo que indique que foi Crewe quem mandou a carta para Sturgis. Se não, qualquer coisa que prove que foi ele quem apagou a memória de Drogo.

Rose, com a capa jogada em um dos ombros, procurou por entre os livros de Crewe. Abriu um por um, tentando controlar sua ânsia de lê-los. Enquanto isso, Scorpius procurava na mesa, nas gavetas, sob papeladas distintas. A menina soltou um gritinho de alegria ao ver que Crewe tinha um exemplar da primeira edição de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Scorpius virou-se de susto e, apenas não a xingou, por que não estava a fim de perder sua amizade.

Ela teve que folheá-lo lentamente, praticamente lendo uma linha por página. As palavras eram muito mais difíceis do que o exemplar que ela tinha; notou que havia até alguns animais a mais, estranhou, mas, pensando bem, com a quantidade de animais que entra em extinção a cada ano, era normal que muitos fossem retirados das edições recentes daquele livro maravilhoso.

Entre duas páginas, encontrou uma folha solta. Estava meio amarelada, mas ainda era possível, com esforço, ver o símbolo que havia ali. Era um escudo, que parecia em formato com o de Hogwarts. No centro dele, um "V" muito bem trabalhado praticamente resplandecia de glória, quase como se fosse um símbolo real. Havia, em volta do escudo, um dragão poderoso, cuja espécie ela não saberia dizer. Achou que aquilo era uma pista, por isso, sacou um celular do bolso, cuja câmera tinha pelo menos vinte e dois megapixels.

Auror Potter e a Terra dos GigantesOnde histórias criam vida. Descubra agora