Prólogo

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Eu fiquei aqui em Paris durante quatro anos para estudar na faculdade Stillts, faculdade de estilista.
Deixei minha família, meus amigos e meu namorado, Benjamin, para trás. Não vejo a hora de vê-los novamente.
Ben e eu conversávamos todos os dias, mas de uns meses para cá ele não responde mais minhas mensagens, e quando responde é como se não fizesse nenhuma diferença para ele.
Quando eu falava com meus pais, uma vez na semana, sempre perguntava de Ben, mas eles não falavam nada e mudavam de assunto.
Estava louca para voltar a Manhattan e ver como estavam todos, estava morrendo de saudade deles. E também estava louca para abraçar meu namorado.

Falei com meus pais na noite de ontem para irem me buscar no aeroporto no dia seguinte.
Eu estava usando um jeans apertado azul, uma blusa da Lacoste preta, meu All Star preto e tinha prendido o cabelo num rabo de cavalo alto e froxo.
Meus companheiros de quarto me ajudaram a arrumar as coisas a tempo do vôo.
- Tem certeza que não quer ficar mais dois meses aqui com a gente? - Perguntou meu colega de quarto, Albert.
Ele era um americano moreno, alto, com cabelo escuro, olhos cinzentos e parecia ser gay, mas desconfiava que gostava de mim.
- Não posso, Albert. Minha família e amigos estão me esperando anciosos já.
- Hum, acho que isso tem a ver com aquele lindão, Benjamin. Estou certa, gatona?! - Disse Chris, minha colega de quarto também.
Ela é engraçada, é uma francesa linda de cabelos louros, que por sinal fala muito bem o inglês, olhos claros parecendo castanhos, era um pouco mais alta do que eu e tinha uma mania de me chamar de 'gatona'. Isso me lembrava do Gu, porque ele sempre me chamou de 'gata'.
Dei uma risadinha. - Não, Chris, não só com ele. Bem, vocês dois vão continuar aqui por mais tempo?
- Eu vou embora mês que vem, vou voltar para Los Angeles com uma carreira pronta. - Disse Albert.
- Eu moro aqui mesmo. - Disse Chris, rindo.
Acompanhei Chris. - Só vocês mesmo. Bom gente, o papo está gostoso, mas eu tenho que ir para o aeroporto.
- Nós vamos acompanhar você, gatona. Não achou que iríamos deixar você ir tão fácil, achou?! - Disse Chris.
Dei um sorriso para ela. - É claro que não, Chris.
Albert pegou minha mala e eu coloquei a mochila nas costas, abraçei os dois pelo pescoço e saímos rindo pelo hotel.

Chegamos ao aeroporto, que estava cheio, e fui fazer o chek-in enquanto Albert e Chris guardavam um banco para gente.
Me sentei no meio deles. - Vão me visitar em Nova York?
- Sei não. Meus pais não gostam muito dos americanos. - Disse Chris se sentindo um pouco envergonhada.
- Tudo bem, Chris. Nós não vamos ficar sem nos falar... Não é mesmo, Karol?! - Disse Albert.
Apertei a mão da Chris. - É claro que não. Temos o e-mail um do outro, sempre vamos estar nos falando.
Ela deu um meio sorriso. - Vocês são os americanos mais legais que já conheci.
- E os únicos também. - Disse.
Nós três rimos. Faltava alguns minutos para autorizarem o embarque imediato, mas os passageiros já estavam embarcando.
- Chris, Albert, acho que já vou entrar também, tentar imaginar minha vida pela frente.
Eu só queria sentar na minha poltrona e me isolar do mundo um pouco, antes de encarar o mundo 'Nova York'.
Chris me olhou com um olhar preocupado. - Eu já entendi, gatona. Vamos deixar você em paz.
Lançei um meio sorriso a ela.
- Karol, faça uma boa viagem. Nos avise quando chegar em Manhattan. - Disse Albert.
Dei-lhe um abraço. - Obrigada, Albert. Aviso sim. Tchau gente, até breve.
- Até breve, Karol. - Foi a primeira vez que Chris me chamou de 'Karol'.
Dei um último abraço neles e entrei no avião.
Achei minha poltrona, que por sorte não teria ninguém ao meu lado, soltei meu cabelo e fiz um coque meio bagunçado e tentei relaxar. Sem sucesso.
O avião começou a se movimentar.
"Será que ele mudou muito?".
Coloquei meus fones e tentei dormir um pouco.

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