Capítulo 15

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Meu pai e eu chegamos em casa e Yasmin estava na sala com um amigo e uma amiga dela.
- Vou subir, filha, beijo - disse meu pai. - Oi, Yas. Oi pessoal.
- Oi, pai. - Respondeu Yas.
- Oi, Peter. - Respondeu os amigos dela.
Dei um beijo no meu pai e ele subiu. Fui até a poltrona e me sentei.
- Oi gente. Tudo bem?!
- Oi, Karol, você e o papai sumiram o dia todo.
- Pois é, estávamos resolvendo umas coisas, amanhã você vai ver.
- Hum... Esses são George e Marie, amigos da escola. - Disse Yas.
- Oi, Karol, Yasmin fala muito de você. - Disse Marie.
- Jura?! - Olhei para Yasmin.
Ela só deu de ombros.
- É verdade, ela sempre diz como a irmã mais velha é gata e um exemplo de boa pessoa. - Disse George me avaliando.
Arqueei uma sobrancelha para ele.
- Ahan, sei... Bom, vou deixar vocês em paz. Tchausinho.
Me levantei e fui até a cozinha dar um abraço na Rosa.
- Estava com saudade desse abraço, Karol.
Dei um sorriso.
- Pode matar a saudade agora.
Ela me apertou e eu dei um beijo na bochecha dela e estava indo para o meu quarto quando Yasmin me chamou:
- Karol, a mamãe está te chamando no quarto dela. Ela me pediu para te avisar quando chegasse.
- Sim, senhora.
Subi até o quarto dos meus pais, bati na porta e entrei. Minha mãe estava no notbook e meu pai tinha ido para o banho.
- Queria falar comigo, mãe?
Fechei a porta e me apoiei no beiral da cama.
- Karol. - Chamou minha mãe batento a mão no colchão ao seu lado.
Ela sempre fazia isso quando eu era criança e queria conversar comigo. Revirei os olhos e me sentei perto dela.
- Sim?
- Acho que você não ficou muito feliz de eu não ter ido com você e seu pai hoje.
Mordi o lábio.
- Claro que sim, mãe, que filha não ficaria feliz de estreiar seu apartamento novo sem a mãe, não é mesmo?! - Ironizei um pouco.
Ela me olhou e cruzou os braços.
- Odeio quando usa esse seu tom de ironia comigo, Karolayne.
Soltei o ar com tanta força que pareceu mais um bufo.
- Ok, desculpe. Era só isso que você queria falar?
Ela estendeu os braços para mim e eu me deitei em seu colo.
- Não, filha, - ela me deu um beijo - queria pedir desculpas de novo.
- Relaxa, já passou. - Dei um beijo nela.
Me levatei e fui para o meu quarto, abri meu e-mail e tinhas algumas mensagens.
Albert.
Chris.
Chris.
Albert.
Carmem Sttefens.
"Nossa, tenho que abrir minha caixa de e-mail mais vezes".
Fui ver primeiro a mensagem da fábrica. Estava escrito o seguinte:
STA. PHEIPHER, AQUI É KALIA. DESCULPE ENCOMODÁ-LA EM SEU FIM DE SEMANA, MAS QUERIA SABER SE A SENHORITA PODERIA VIR TRABALHAR AMANHÃ NA PARTE DA MANHÃ? ESTEJA NA EMPRESA AS SETE. FICAREI MUITO AGRADECIDA.
Essa mensagem era de hoje, sorte a minha, então concordei em fazer esse "favor" a ela e fui ver as outras mensagens.

***

Levantei 5:30 e fui tomar um banho e lavar o cabelo, a essa hora ainda estava frio. Vesti meu uniforme, arrumei minha bolsa e desci.
Rosa tinha acabado de passar o café e quando me viu entrar na cozinha me dirigiu um sorriso.
- Bom dia, Rosa.
- Bom dia, Karol. Acordou muito cedo hoje.
- Pois é, tenho que trabalhar agora na parte da manhã. Você pode dizer aos meus pais quando eles acordarem, avisa que eu vou estar esperando eles no meu apartamento depois do almoço.
- Pode deixar. Vou arrumar seu café.
- Não precisa, - dei um beijo nela - eu tomo um café no caminho.
- Tudo bem. Tenha um bom dia no trabalho. - Ela disse sorrindo.
- Obrigada. - Joguei uma piscadela para ela e saí.

Cheguei na fábrica faltando cinco minutos para sete. Fui direto para a sala de Kalia. Dei uma batida na porta e coloquei a cabeça para dentro da sala.
- Bom dia, Sra. Fox. Posso entrar?
- Bom dia, Karol, entre.
Entrei, fechei a porta e me sentei de frente para minha chefe.
- Muito obrigada por vir, Karol. Espero não ter atrapalhado seus planos.
- Não, imagina. Mas eu fiquei preocupada, aconteceu alguma coisa?
Ela olhou nos meus olhos e sorriu.
- Chegou a encomeda que estávamos esperando, está na sua mesa. Por ter chego atrasado acabou atrasando algumas coisas aqui na empresa, preciso de você.
- Claro, vou cuidar disso agora mesmo.
Me levantei e ela me entregou alguns papéis.
- Esses são alguns formulários que você tem que revisar e assinar.
Fiquei um pouco nervosa, mas peguei os papéis e fui para a minha mesa.
Tinha duas caixas grandes em cima da minha mesa, deixei os papéis perto do meu computador e começei a abrir as caixas. Tinha me esquecido que tínhamos feito uma encomenda particular para uma cliente.
- Karol, também foi chamada hoje! - Disse Mallisa.
- Pois é, me ajuda a resolver o destino dessas caixas?
- Claro. Para qual cliente são essas encomendas?
- Hum... - dei uma olhada na caixa. - Acho que é essa Madallence Clance.
Olhei para Mallisa e ela fez uma careta.
- O que foi? - Perguntei.
- Essa aí é encrenca, gosta de tudo nos mínimos detalhes. Vamos arrumar isso logo, eu te mostro como fazer.
Eu ri. - Vamos lá.
Separamos as roupas mais casuais das roupas de sair e Mallisa ia colocando em outras caixas.
- Mallisa, o que você está fazendo?
- Arrumando as roupas.
- Em outra caixa?
Ela arqueou as sobrancelhas.
- Onde mais a gente colocaria?
Mordi o lábio e vi duas sacolas grandes embaixo da minha mesa, peguei as duas e estava em boa forma.
- Agora entendi por quê ela é assim. - Tirei sarro.
Mallisa riu. - Pode ter razão.
Colocamos as roupas nas sacolas e os sapatos colocamos na caixa da fábrica mesmo.
- Tomara que ela goste dessa mudança. - Disse Mallisa.
Cruzei os dedos e ela fez o mesmo. Senti minha vista embaralhar e me apoiei na Mallisa.
- Karol, sente-se aqui. Está tudo bem? - Ela me olhou preocupada.
- Estou bem, acho que fiquei um pouco fraca. - Dei um meio sorriso.
- Tomou café da manhã?
"Putz!".
- Não, esqueci de comprar meu café.
Mallisa me olhou com reprovação.
- Já volto. - Ela disse pegando a bolsa.
Aproveitei e começei a dar uma olhada nos papéis, eram para confirmar a entrega das caixas, tinha que ter a assinatura da chefe e da supervisora de marketing.
Assinei a papelada e fiquei com a cabeça baixa um pouco.
- O que são essas sacolas? - Perguntou Sue, outra funcionária.
Levantei a cabeça devagar e vi que ela estava fuçando nas sacolas.
- São as encomendas de Madallence Clance. - Gesticulei para a caixa do lado também e abaixei a cabeça de novo.
- E desde quando ela recebe as roupas dela em sacolas?
- É uma nova ideia da Karol, por quê, Sue? Algum problema? - Interrompeu Mallisa.
Ela me entregou o café e ficou encarando Sue.
- Só acho que ela não vai gostar, você conhece muito bem Madallence Clance. - Disse Sue.
- Eu acho que ela vai adorar, Sue. - Disse Kalia vindo até nós.
Ela deu tapinhas no ombro de Sue e olhou para mim, que estava tomando o café.
- Você está bem, Karol? - Perguntou minha chefe.
- Estou sim, só com um pouco de dor de cabeça.
- Ela não tomou café hoje, Sra. Fox. - Disse Mallisa.
Mordi o lábio.
- Tome essa aspirina, vai melhorar - disse Kalia me dando um comprimido. - Já está quase na hora de vocês irem, só preciso que dão uma olhada nos novos desenhos ali na outra sala.
- Obrigada. - Agradeci.
Mallisa, Sue e eu fomos ver os desenhos e passamos as últimas horas analisando e conversando.

***

- Boa tarde, Jack. Meus pais já chegaram? - Perguntei ao porteiro assim que cheguei.
- Boa tarde, Sta. Pheipher. Ainda não chegaram não, mas tem um amigo da senhorita que está logo ali. - Ele apontou para o sofá.
- Obrigada. - Sorri.
Era o Edward que estava sentado ali, lendo o jornal.
- Du.
Ele olhou para mim e sorriu.
- Oi, Karol. - Ele se levantou e me deu um abraço.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não, só vim ver o nosso futuro apartamento. - Disse ele colocando o abraço em volta do meu ombro.
- Entendi. - Eu ri.
- Como é?
Levei um susto quando me virei e dei de cara com Benjamin encarando a mim e ao Edward.
- Eai, Ben. Como vai, cara? - Edward soltou meus ombros e abraçou o amigo.
- Eai, Du.
Os dois ficaram conversando e eu aproveitei para sair de mansinho, mas Benjamin me pegou pelo braço e me prendeu ao seu lado, sem desviar a atenção da conversa dele com o Du.
Encarei ele de cara fechada e bufei. Edward me olhou e segurou o riso.
- Então, Karol? - Perguntou Ben.
- Então o que?
- Por que Edward disse que este é o apartamento de vocês?
- Por que é?! - Ironizei.
Edward deu um gargalhada e Ben fechou os olhos com força.
- Brincadeira, seu bobo, relaxa um pouco - bati minha cintura na dele. - Eu estou ajudando ele a recuperar o que tinha.
Me livrei do aperto dele e ele abriu os olhos e me dirigiu um sorriso.
- Sério?
- Achou que fosse o que, Ben? - Perguntou Edward beijando minha cabeça.
- Nada.
- Mas e você, como soube que eu estava aqui? - Perguntei.
Ele passou a mão pelos cabelos e mordeu o lábio, segurei o riso.
- Uma pessoa me contou.
- Nem precisa dizer quem foi, eu já sei. - Revirei os olhos.
- Não foi eu. - Disse Edward.
- Relaxa. - Dei batidinhas no ombro dele.
Minha irmã não aguentava ficar de boca fechada.

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