Capítulo 5

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Tive uma noite desagradável, não consegui dormir fiquei virando de um lado para o outro pensando que o sono iria vir.
Acordei 6:00 e estava um breu lá fora, coloquei uma calça, uma blusa de manga cumprida e uma de moletom de zíper e vesti meu tênis.
Saí para correr, mesmo estando cansada. Logo cedo a cidade já estava começando aquela correria.
Voltei para casa e a carpintaria do meu pai já estava aberta. E ainda eram 8:00.
- Pai, pulou da cama hoje. - Dei um beijo nele.
- Não consegui dormir.
Ele estava sério. Tirei a jaqueta e amarrei na cintura.
- Você está bem? - Perguntei.
Ele parou de soldar e olhou para mim.
- Estou preocupado com você, Karolayne.
- Por que, pai?
- Fiquei sabendo que você bateu na namorada de Ben ontem. Isso não está te fazendo bem, filha.
Me sentei de frente para ele e repirei fundo.
- Minha mãe te contou, né?! Eu estou bem, pai, não se preocupe.
Ele se ajoelhou na minha frente.
- Não tente fingir estar bem para mim. Você e Ben já tiveram alguma relação... a mais?! - Perguntou ele.
Me levantei. - Quer mesmo falar nesse assunto?! Eu acho que não.
- Me responde, Karolayne.
- É claro que não, pai.
Senti o alívio dele visivelmente, ele passou a mão pelos cabelos.
- Menos mau.
Revirei os olhos e fui em direção a porta, mas meu pai não deixou.
- Desculpa, filha, não devia ter feito essa pergunta, desculpa.
Ele estendeu os braços e eu dei um abraço nele.
- Tudo bem, pai. Vou tomar um banho e podemos conversar sobre como eu quero meus móveis.
- Tudo bem.

Sentei na mesa para tomar meu café, minha mãe e minha irmã já tinham saído, meu pai esperou eu tomar meu café.
Nos sentamos no sofá e ele me mostrou várias fotos de móveis no tablet.
Ficamos conversando até a hora do almoço para saber os detalhes e tudo mais.
Meu pai foi fazer os pedidos dos materiais e eu fui treinar um pouco.
Tava no meio do treino quando meu celular tocou.
- Alô? - Falei cansada.
- Karol! - Acho que era a voz do Edward.
- Edward?
- Sim, como você está? - Disse ele todo animado.
- Estou bem e você?
- Melhor agora... Espero não estar atrapalhando.
- Não, claro que não. - Disse sorrindo.
- Ótimo. Queria te chamar pra sair.
- Ãn?
Ele riu. - Relaxa, baixinha, como amigos.
- Acho que não, Du. Deixa para outro dia.
O telefone ficou mudo por um tempo.
- Se você não estiver pronta em uma hora eu vou levar você do jeito que estiver. - Prometeu ele.
Eu ri, não podia com aquilo.
- Tudo bem, eu saio com você. Para onde pretende me levar, senhor?
- Hum... Que tal shopping?! Nós dois amamos comer.
- Amei, até daqui a uma hora.
- Até. Beijo, baixinha.
- Tchau, Du.
"Nossa! Que dia".
Fui tomar um banho e lavar o cabelo, coloquei um vestido estampado com uma jaqueta jeans por cima, uma sapatilha e fiz uma maquiagem discreta. Não sabia o que fazer com o cabelo, então dei uma secada com o secador e fiz um coque, mas deixei a franja caída no rosto.
Olhei no meu celular e tinha duas chamadas perdidas de um número desconhecido, então nem dei bola.
Peguei minha bolsa e desci.
- Ia chamar você agora, filha. - Disse minha mãe.
Edward estava na sala, usando um jeans azul, camisa Pollo, e um tênis Nike. Ele continuava o mesmo cara, mas um pouquinho mais forte, sempre lindo.
- Nossa, Karol. Você está muito bonita! - Disse ele me avaliando.
- São seus olhos. - Disse rindo.
Dei um abraço nele e ele me deu um beijo na bochecha.
- Que saudade de você, baixinha.
- Também, Du.
- Aproveitem. - Disse minha mãe sorrindo.
Dei um beijo nela e saímos. Ele dirigia muito bem. Fomos em silêncio.
- Posso te pedir um favor? - Disse ele quando chegamos no estacionamento do shopping.
- Sim, o que é?
- Me ajuda a guardar a vaga, nunca decoro isso. Teve uma vez que tive que pedir ajudar para o segurança.
- Claro. - Dei uma gargalhada.
A gente pegou uma vaga no F4.
Entramos no shopping e ele apoiou o braço em volta dos meus ombros. O shopping tem seis andares, estava lotado.
- Você fez falta no nosso grupo sabia?! Ele não era mais o mesmo.
Passei o braço pela sua cintura.
- Por que, Du?
- Você que animava o grupo, fazia palhaçada e tals.
- Entedi, eu era a palhaça do grupo.
Ele riu e apertou meu ombro.
- Não disse isso sua boba.
Entramos em várias lojas e vimos muitas coisas, Edward me fez esperimentar saltos maravilhosos e a gente brincou muito.
Ficamos quase uma hora na fila do Mc'Donalds, mas conseguimos nossos lanches.
- Nossa você ficou muito gos... linda com aqueles saltos todos que você experimentou.
Eu ri. - Linda né?! Obrigada, Du. Pelo jeito está bom seu lanche hein.
Ele devorou o lanche um duas mordidas praticamente.
- Falou a que está com o lanche ainda.
- Mas eu acabei com o meu em três mordidas e não em duas.
Nós rimos.
- Eaí, o que aconteceu com você esse tempo que estive fora? Tá namorando alguém?
- Não, não consigo manter um relacionamento sério. Todas que eu fiquei tinham muito ciúmes das minhas amigas, principalmente de você.
Beberiquei minha Soda.
- Por que principalmente de mim? - Perguntei intrigada.
Ele sorriu. - Porque você é a única amiga verdadeira que eu tenho e eu tenho muito carinho por você.
- Que fofo, Du.
Ia dar um beijo na bochecha dele, mas ele virou e foi no canto da boca.
- Opa, foi sem querer, você que virou. - Disse.
- Eu não estou nem um pouco arrependido. - Disse ele sorrindo na maior cara de pau.
Empurrei ele. - Idiota.
- Quer ver algum filme?
- Hum, que horas são?
- Nove horas. Por que, Karol?
"Ai que droga". Peguei meu celular e vi cinco ligações perdidas da minha mãe e três do meu pai.
- Me leva para casa, Du. - Disse levantando da mesa.
- Aconteceu alguma coisa, baixinha?
Olhei para ele e vi que estava preocupado.
- Me desculpe, não aconteceu nada de mais. Eu que combinei com o meu pai de jogar video game, mas eu esqueci.
- Relaxa, já deu para matar um pouco a saudade de você. - Ele me deu beijo na bochecha.
Devolvi. - Obrigada por entender. Então, vamos?!
- Primeiro as damas. - Ele gesticulou para que eu fosse na frente dele. Eu ri.
Entramos no carro e o jeito dele dirigir me lembrou de Ben, mas logo joguei para o fundo na mente.
Chegamos na minha casa antes das dez.
- Muito obrigada, Du. Gostei muito de ter ido ao shopping com você, parece que você adivinhou que eu estava precisando disso.
- Sabe como é né, baixinha. Sempre que precisar. - Ele me deu um sorriso.
Sorri de volta e dei um beijo na bochecha dele. - Obrigada.
Entrei em casa e meu pai estava assistindo com a minha mãe.
- Pai, me desculpa eu tinha me esquecido do nosso compromisso.
Ele estava... rindo.
- Tudo bem, filha. Poderia ter ficado mais tempo com o Edward.
Me sentei de frente para eles e arqueei a sobrancelha para o meu pai.
- Tá querendo dizer o que, pai?
- Que você poderia ter aproveitado mais, querida. - Disse minha mãe.
Balançei a cabeça e eles riram.
- Vocês estão me deixando maluca, sabiam?! Vão querer jogar ou não?
- Vamos lá, quer jogar o que?
- Você escolhe, pai. Eu que vou ganhar mesmo.
Minha irmã apareceu e pulou em cima de mim.
- Também quero jogar. - Disse ela.
- Só se você pular em cima da mamãe e do papai. - Sussurrei no ouvido dela.
Ela fez isso e eu fui depois, começamos a rir. Nos divertimos muito, a noite pareceu não passar.
- Boa noite, irmãnzinha. - Disse colocando Yas na cama.
- Irmãnzinha?! Fala sério, Karol, já tenho 15 anos. - Nós duas rimos.
- Você sempre vai ser minha irmãzinha mais nova, Yas. Eu te amo. - Dei um beijo na testa dela.
- Eu também, mana.
Voltei para o meu quarto e pensei em só tirar a maquiagem, lavar o rosto, trocar de roupa e dormir, mas estava frio. Então resolvi ir tomar um banho bem quente para relaxar os músculos.
Como sempre antes de dormir eu estava pensando em Benjamin.

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