Incomodada era pouco para definir o que Sakura sentia naquele momento, sentada em um dos bancos do ponto de ônibus sua perna tremia. Ela tinha consciência de que quando aquilo ocorria era por conta de sua ansiedade — na maioria dos casos ela estava fazendo algo errado, e apesar de reconhecer preferia ignorar.
Ela arcaria com as consequências de seus atos, mas ela preferia evitar essas consequências, afinal, poderiam ser catastróficas.
A face de Gaara apareceu em sua mente e seus punhos se fecharam, não era para ela estar naquele local, era para ter ficado em Konoha e então estudando sobre o que faria com o seu futuro que parecia ser tão próximo. A culpa era dele por ela estar ali, mas não tinha certeza se agradeceria a ele quando o visse ou se iria gritar com ele.
Havia mais motivos para brigar com ele, ele mentiu para o pai dela, feriu seu orgulho e ainda por cima não contou para ela. Ela bufou irritada. Ele não possuía nenhum direito de fazer aquilo, ela era capaz de fazê-lo — mesmo que tivesse errado essa única questão.
Levantou do ponto de ônibus decidindo caminhar sem um rumo, era possível que o frio a ajudaria a se acalmar e não havia nada melhor do que uma boa caminha — Talvez eu deva alugar uma bicicleta. — pensou seguindo com o olhar um homem com bicicleta. — Talvez não, nem sei se há por aqui.
Sakura tentava guardar os mínimos detalhes ao seu redor para não perder-se, aquela aparência monótona de inverno lhe incomodava de maneira descomunal, parecia tão igual. Ela tentava então guardar os nomes das famílias de cada casa.
Havia alguns apartamento que ela também usaria como referência, gostaria não esquecer-se no momento de desespero desses detalhes. É só manter a calma — convenceu a si mesma que aquilo era verdade.
Pouco mais de vinte e cinco minutos caminhando seu estômago revirou provocando um ruído que a fez sentir-se envergonhada, olhou ao seu redor mordendo o lábio inferior, caminhava a procura de uma lanchonete; deveria haver uma, em algum lugar por ali, ou até mesmo uma máquina de esquina que tinha algum refrigerante.
Mais sete minutos fora o que ela tivera que caminhar para conseguir achar uma loja, entrou sem hesitação e procurou entre as prateleiras um biscoito. Logo que encontrou ela retirou o dinheiro da bolsinha e caminhou em direção ao caixa.
— Eu deveria ter pego algo para beber. — murmurou para si mesma quando sentiu o cansaço de sua caminhada.
Ela virou-se e tudo que ouviu foi o barulho de vidro partindo-se no chão, seu coração disparou e ela sentiu todo seu corpo transpirar, a única sensação que sentiu era medo e suas bochechas ardiam de forma incomum. Ela sabia que deveriam estar olhando para si naquele momento.
— Desculpe-me. — ela disse inclinando levemente o corpo para frente, então escutou um riso que a fez estremecer. Não seja sádico, sua mente gritava.
— Deveria tomar mais cuidado. — o timbre lhe fez franzir o cenho e ela voltou a sua posição ereta por ter certeza que ouvira aquela voz em algum lugar. Não sabia onde e nem a quem pertencia. — Está perdida?
— Eu sabia! — mentiu — O homem do trem! — ele sorriu fraco então olhou para baixo lembrando-se do que havia feito, e uma mulher jovem apareceu, seu cabelo era ruivo e ela também possuía um sorriso fraco em seu rosto. — Eu sinto muito, eu posso limpar. — ela disse a mulher, mas a mesma apenas negou.
— Não precisa incomodar-se, acho que ele deixaria cair. — comentou ela, pareciam ter alguma intimidade, mas a expressão e Itachi não dizia exatamente aquilo.
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In My Mind - SasuSaku
Fanfiction"Eu não a conheço, mas sei cada local e rosto que ela olha, por algum motivo as coisas se tornaram desse jeito e isso está me enlouquecendo. E eu ainda não sei se ela faz parte do meu mundo."