Cap.7 - Maximus

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A noite estava chuvosa e fria, isso representava meu humor. Fazia algumas semanas que Jack havia partido, e a cada segundo eu lutava contra um desejo enorme de ir buscá-lo... eu sabia que não o podia fazer isso, então tentava me ocupar com outras coisas, inclusive minhas obrigações.

- As matilhas estão em perigo, aqui não é mais tão seguro como costumava ser. - retrucou Chase. Ele é o sobrinho do meu pai, considerado o melhor caçador na região oeste. Mas bem, ele não está exatamente em seu território.

- Os humanos não desconfiam de nada - Lucky respondeu, tomando a atenção de todos. - afinal nós vivemos entre eles e ninguém nunca sequer notou.

- Não espere algo acontecer para tomar uma atitude. - Chase desviou seus olhos azuis para mim.

- Nós não iremos começar uma guerra por nada, Chase. - Lucky surpirou, como se estivesse cansado de tudo aquilo, e talvez realmente estivesse.

- E então iremos assistir sentados eles acabarem com os nossos? - grunhiu, fazendo alguns lobos cochicharem.

- Já chega! - tirtubeei. - oque acham que é isso?

O silêncio predominou, enquanto eu observava cada rosto, desafiando-os a contra atacarem. Diferente dos outros, Chase não abaixou a cabeça, somente apertou os lábios em uma linha fina. Eu sabia que ele queria retrucar.

- Nós temos que...

- Chase, - trinquei os dentes. - o que você espera? Um banho de sangue? Se iremos lutar, que seja pelos motivos certos.

Observei ele apertar os punhos com força; eu sabia que ele não estava feliz com minha resposta, mas eu não podia deixa-lo ir e matar todos que visse pela frente. As coisas já não eram assim a um bom tempo e isso se chama racionalidade.

- Nós temos que unir forças, - respirei fundo tentando me concentrar. - e não brigar uns com os outros. - eles apenas assentiram calados, como sempre fazem. - Essa conversa está terminada por hoje.

Depois de terminar de conversar com Lucky, me retirei para o meu quarto e fui tomar um banho. Meus instintos se acalmaram ao encontrarem-se com a água quente, e por questão de minutos eu consegui parar de pensar nele. Eu estava cansado devido as noites sem dormir, eu passava dias trancado no escritório tentando fixar minha cabeça em alguma coisa, mas tudo que me vinha em mente era "Jack, Jack, Jack".

Decepcionante. Ele estava longe o suficiente para eu não conseguir alcançar seus pensamentos, mas de vez em quando podia jurar que o escutei me chamar. Pode ser até loucura, ou não... o importante é que eu tenho que arranjar um jeito de me curar. Sentei em minha cadeira, no escritório e suspirei. Enfim sós. Enchi uma xícara com chá, e fiquei alguns minutos olhando para minha mesa perguntando-me por onde começar.

- Com licença. - ela botou a cabeça no vão da porta.

- Quem é vivo sempre aparece. - murmurei escondendo a pasta dentro da gaveta mais próxima. Eu teria que queima-la.

- Você está horrível, - riu ela, e em seguida sentou-se em minha frente.

- Estou. Bem. - murmurei pausadamente, tomando um gole do meu chá.

- Não, não está. - balançou a cabeça. - enfim alguém sabe como me sinto.

- Não pense que trocaremos confidencias, ou criaremos um tipo de vínculo, estou farto de sentimentalismo na minha vida.

- Oh. - Eva batucou os dedos na mesa. - isso tudo é por causa de Jack.

- Não faça perguntas idiotas. - aquisecei, desconfortavel.

Lua Cheia (Romance Gay) - Crônicas Lunares Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora