- Chase. - murmurei, chamando-o. Nesse exato momento estávamos tendo apenas mais uma discussão bem acalorada sobre os humanos.
- Maximus nós não podemos recuar. - trincou os dentes. Reprimi um bufo.
- Porque você não fica de boca fechada ao menos uma vez?
- Porque parece que o único quem tem um cérebro na droga desse lugar aqui sou eu! - bateu com o punho contra a mesa, dando ênfase em suas palavras.
Muito bem, tudo oque eu precisava agora era de uma briga. Meu Deus, já não bastava o tormento de voltar a sentir... a ouvir Jack em minha mente.
- Você quer matar? Se junte a eles. - cuspi.
- Eu quero justiça, porra! - rugiu entre dentes.
Respirei fundo. A família de Chase foi morta por uma dúzia de caçadores bem equipados com armas e sede de sangue. A lástima aconteceu a séculos atrás, e apartir daí Chase não conseguia deixar que ninguém se aproximar demais. Ele já era estranhamente solitário e de um tipo frio como se não se importasse com nada nem ninguém. E eu não conseguia culpa-lo por isso, já que aquelas pessoas haviam tirado tudo dele. Mas eis o meu papel como chefe, tomar atitudes com bom senso, e não por vingança.
- Não, - balancei a cabeça, mantendo o tom calmo. - você quer guerra.
Observei as poças escuras de baixo dos olhos azuis melancólicos de Chase, seu rosto era marcado por linhas duras de cansaço, seus cabelos caíam em cachos longos e escuros ao redor do pescoço, sua boca fria pressionada com raiva acumulada. Ele era claramente o retrato da perversidade cruel que atormentava seus pesadelos.
- Que seja! Se isso significa fazer aqueles desgraçados pagarem pelo que fizeram. - deu de ombros, encostando na cadeira em que estava. Ela rangeu sobre seu peso, ou talvez sobre sua raiva.
Eva que estava tranquilamente sentada entre os guerreiros sanguinários que eu sempre andava, ergueu a xícara de chá e a levei aos lábios, ela observava tudo com uma resignação calma.
- De certo, que está no lugar errado. - suspirei. - violência só gera violência.
- Eles deviam ter pensado nisso antes de arrancar a cabeça do meu pai e pendurar em uma parede! Ou antes de pegar a pele da minha mãe e fazer de...
- Basta. - silibei. A situação já saía de controle e alguns homens que estavam conosco começaram a se eriçarem, alguns assustados, outros com raiva e empatia. - Se você continuar com essa suas idéias de exterminar a raça humana creio que terá que nos deixar. Nós servimos a Lunna e não a um objetivo cruel e inconsequente.
- Você acha que vingar a morte dos meus pais é "inconsequente"? - gritou, mas eu já lhe dava as costas. - você diz isso porque nunca perdeu ninguém!
- Vá descansar, Chase. - Lucky tocou seu ombro, gentilmente.
- Vão se foder! - ele passou por Lucky trobando em seu ombro, e antes de sair batendo a porta, urrou para mim; - Um dia alguém ainda vai achar algo ou alguém para tirar de você, Maximus, e aí você irá se arrepender de ter usado o termo "inconsequente" para a perda de quem eu mais amava.
Tudo bem, eu podia admitir que não falei a coisa mais correta do mundo mas... bem, talvez Chase precisasse aceitar os fatos, sim, é horrível apenas o pensamento de viver sem a presença de seus pais, mas uma guerra agora só pioraria as coisas. Não era esse tipo de libertação que ele precisava, ele só não tinha percebido isso ainda. Ele já estava afundado numa escuridão profunda demais, e depois de conseguir vingança contra aqueles que causaram sua dor, ele apenas pioraria porque ia ficar evidente que o vazio ainda permanecia. A dor, a confusão, a solidão, o desprezo. Eles ainda estariam ali para atormenta-lo.
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Lua Cheia (Romance Gay) - Crônicas Lunares Vol.1
Romansa(Em processo de revisão!! ***PODE CONTER ERROS. ESTEJA CIENTE, POR ISSO, POR FAVOR NÃO INCOMODAR O HIATUS DA AUTORA. OBRIGADA) #2 em boyxboy #3 em romance gay #1 em místico [...] Voltei a observar seu corpo já que ele havia chutado toda a coberta...