Eu descobri que ficar cinco dias encurralado em um quarto era tão detestável quanto ficar sem Maximus. Eu não podia levantar ou correr e muito menos andar. Minha mãe me permitia apenas assistir ao relógio girar e girar e girar.
- Mãaae! - gritei mais uma vez, puxando a companhia que ela havia mandado colocar.
Primeiramente eu havia achado um exagero, mas agora me sentia como um jovem magnata cercado por empregados que chegam em um estalar de dedos. Com o tempo essa novidade se transformou em uma total chatice. Eu desejava poder circular pelo perímetro, nem que fosse o perímetro do meu próprio quarto!
- Mãaae! - repeti, porém mais alto. Era cerca de oito da noite e ela já devia ter trazido meu jantar, se sua idéia era me matar de fome ela estava ficando louca. - Mãe! Mãe! Mãe!
A porta se abriu com um clique suave e minha mãe entrou carregando um bandeja cheia de comida. Thom entrou logo atrás dela com um sorriso de canto de boca. Franzi o cenho.
- O que ele estava fazendo aqui? - perguntei a minha mãe.
- Jackson Badwyn! - reprendeu ela. - Onde estão seus modos?
- Mãe!
- Eu e seu pai teremos que sair, - ela suspirou com pesar. - E eu não poderia deixar meu garotinho aqui sozinho, então Thom propôs a vigia-lo.
- Mãe, tem cinquenta empregados aqui, pelo amor de Deus! Eu não preciso de uma babá. - afastei as cobertas rapidamente e me levantei. - Veja estou bem! Obrigado pela sua consideração Thomas mas não será necessário em nada sua presença.
Nenhum deles parecia me escutar. Mamãe ditava lentamente os afazeres de Thom e ele assentia com um sorriso gigante no rosto.
- Eu cuidarei dele, Sra. Badwyn. - uma careta zombadora surgiu em seu rosto. - Você será um bom menino não é, Jack?
Aquele filho de uma...
Caminhei até minha cama ignorando minha mãe enquanto ela se despedia. Aquilo era ridículo. Eu não precisava de ninguém me vigiando. Inaceitável! Meu Deus, minha mãe só podia estar brincando! Imagina se todos soubessem. Seria mais um motivo de piada, "Jackson Badwyn, e sua babá Thomas Ralston", oh meu Deus, já podia escutar os risinhos. Com um gemido cai na cama e me afundei debaixo das cobertas fechando os olhos com força. Fiquei assim uma hora seguida. Sem mover um músculo, apenas escutando o som da minha respiração compassada. Sabia que Thom estava em algum lugar do quarto e aquilo me deixava desconfortável.- Você vai mesmo fingir que está dormindo a noite toda? - escutei-o dizer. - Podemos muito bem conversar como duas pessoas normais.
- Vai se foder.
Sua gargalhada soou pelo quarto silencioso.
- Ou podemos nos ignorar a noite toda, você decide.
Silêncio.
- Vamos lá, Jack.
Sua impertinência me irritou.
- Da para calar a boca, meu Deus!
- Finalmente! - escutei seus passos se aproximarem da cama, logo depois senti suas mãos em meus ombros.
Girei com um impulso e me sentei na cama. Thom deixou suas mãos caírem e também se sentou.
- O que quer? - grunhi.
- Conversar. - deu de ombros. - Já faz algum tempo que quero falar com você.
- Já conversamos no terraço. - cruzei os braços.
- Não tudo. - corrigiu ele. - ainda falta uma coisa.
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Lua Cheia (Romance Gay) - Crônicas Lunares Vol.1
Romance(Em processo de revisão!! ***PODE CONTER ERROS. ESTEJA CIENTE, POR ISSO, POR FAVOR NÃO INCOMODAR O HIATUS DA AUTORA. OBRIGADA) #2 em boyxboy #3 em romance gay #1 em místico [...] Voltei a observar seu corpo já que ele havia chutado toda a coberta...