Lua Cheia (Romance Gay) - Crônicas Lunares Vol.1

Cap.5 - Maximus

Não adiantava, eu não estava conseguindo controlar meu próprio corpo. Em cada segundo eu queria toca-lo, mas ao mesmo tempo não queria. Quando ele estava perto, ou quando ele sorria, meu coração tirtubeava. Mesmo que eu nunca admitisse em voz alta, eu acho que Eva está certa.

Quer dizer... Eu tenho que tentar uma última coisa. Hoje era Lua Cheia e eu iria caçar com os outros, eu sempre ia, e não por causa desse mimado que eu não vou ir dessa vez, e então provarei para todos e principalmente para mim mesmo que eu não preciso de ninguém para viver.

Esperei que ele terminasse de comer, para levá-lo de volta ao quarto, e quando ele viu que eu o deixaria lá novamente, fechou a cara e se trancou no banheiro. Eu podia praticamente escutar o que ele tava resmungando para si mesmo lá dentro, que eu era um idiota e outros xingamentos não muito agradáveis. Saí e tranquei a porta, levando a chave comigo. Eu preciva ver Rohran. Ele morava dentro da reserva, em lugar para desabrigados, parte de mim queria traze-lo para casa, mas eu não achava que era o tipo certo de pessoa para criar e ensinar. Cheguei ao lugar em alguns minutos e o encontrei brincando de pega-pega com as outras crianças.

- Ronny. - chamei-o, e no mesmo instante ele parou de brincar e veio correndo em minha direção. Um sorriso enorme se espalhando por seu rosto.

- Tio Max! - ele ergueu o braço e bateu o punho no meu, em um cumprimento.

- Como você está? - comecei a andar com as mãos no bolso e ele me acompanhou, animadamente. Eu visitava Ronny desde que ele era um bebê, hoje ele tinha dez anos, ainda não havia feito a transformação, mas jurava de pé junto que estava perto.

- Eu estou dizendo, tio Max, - repetiu ele pela milésima vez. - eu já tenho até pelos de baixo do sovaco.

Engoli um risada quando ele me lançou um olhar cheio de seriedade.

- E quando irá se tornar realmente um lobo?

- Está me desafiando? - ele inclinou a cabeça e ergueu uma sobrancelha.

- Quando se transformar, quero ser o primeiro a lhe dar uma surra! - apertei sua cabeça junto ao meu peito, enquanto ele ria.

- Você já está velho, sacou? - respondeu. - e velhotes não podem comigo.

- Eu sou o líder da Luna, pirralho. - ajeitei a postura. - acabo com você em cinco segundos.

- Ah tá, e ainda assim está discutindo como uma criança de dez anos. - zombou ele.

- Eu criei um monstro. - balancei a cabeça desacreditado.

- Você criou um lobo. - corrigiu ele. Dei um peteleco em sua cabeça e o mesmo empurrou meu braço. - hoje é lua cheia, tio Max.

- Hum.

- Você irá caçar hoje? - encarei-o abismado com sua pergunta.

- Como sabe oque fazemos as luas cheias? - retruquei.

- Tenho meus intermédiarios, - cruzou os braços. - você não tem parceira, não é?

Pensei muito antes de responder, mas como sempre respondi uma merda.

- Na verdade, tenho.

- O que? - ele quase gritou. - quem é? Quando vou conhece-la?

- Se chama Jack. - dizer aquilo em voz alto fez surgir um grande sensação de posse e satisfação em meu peito.

- Traga ela aqui, quero conhece-la. - o pequeno Rohran abriu um sorriso largo. - irei vistir minha melhor roupa.

Eu ri de seu comentário, mas não disse nada. Continuamos conversando até a noite chegar, como eu sempre fazia quando eu ia para lá, era fácil conversar com ele já que ele era extremamente tagarela, em menos de uma hora eu já sabia tudo o que tinha acontecido em sua vida nos último dias. Jantei com Ronny e um pouco antes da meia-noite, disse que tinha que ir embora. Ele tentou disfarçar sua decepção mas eu pude ver seus lábios tremerem segurando o choro.