CAPÍTULO UM

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Jason:

Ser um Whittemore ao invés de uma honra como era para o meu pai, era um carma. Em todos os jornais havia alguma notícia sobre algum de nós, seja verdadeira, seja falsa, quando eu era adolescente não havia um dia em que eu não estampasse os jornais e no texto sempre havia alguma comparação entre a conduta de meus irmãos e eu. Enquanto meus irmãos recebiam elogios, eu era xingado por todos, alguns costumavam dizer que eu era adotado.

Diferentemente dos meus irmãos, não escolhi o ramo empresarial como meu pai desejava tanto, sempre tive vontade de ser investigador e após anos de dedicação cheguei a ser finalmente um investigador bem-sucedido. Paul é o filho do meio, que se casou cedo e tem uma filha de quatro anos, é dedicado a agência imobiliária de meu pai, porém nunca manejou a presidência que acabou sendo concedida a Nathaniel, o filho mais velho e também o mais querido. Já eu nunca fui orgulho de meus pais, às vezes minha mãe docilmente falava que gostava do meu atual emprego, mas que não desejava isso para mim. O meu pai abominava e deixava claro, chamava-me sempre de desaforado e rebelde! Isso era como música para os meus ouvidos, eu jamais quis seguir os meus irmãos.

A noite foi longa para mim, eu e meu amigo Morgan trouxemos algumas garotas e fizemos uma festinha, costumávamos fazer isso sempre! Pra nós dois não havia dificuldade, as garotas vinham como água e matavam nossa sede, eu sempre exigia delas sigilo e elas obedeciam como os olhos brilhantes de quem queria outras e outras vezes. Dificilmente eu ficava com alguma mulher mais que duas vezes, isso poderia gerar alguma esperança de algo a mais e jamais eu aceitaria. Enquanto olhava para o teto do meu quarto, ainda deitado, esperava que a loura da noite passada fosse embora, ela se vestia a me olhar e nos admirávamos, antes que ela saísse ainda transamos loucamente, e logo após ela foi embora.

Após tomar um banho, deixo o quarto e vou para a cozinha, eram quase 11 horas da manhã, sobre o balcão da cozinha encontro o meu celular, em meio a várias garrafas de uísque. Ao olhar para trás do balcão, vejo Ellie. Ellie é quem eu contratei para cuidar do apartamento, tinha por volta de cinqüenta anos:

- Aí que susto patrão! - Diz Ellie encostando-se na parede.

- Eu não pensei que fosse tão feio assim! - Retruco, enquanto ela massageia seu peito esquerdo.

- Quase que eu vou dessa pra melhor. Seu Jason, como sabia que você havia bebido, tratei de fazer um café bem quente e amargo. - Ellie já havia se acostumado com os meus costumes.

- Oh, muito bom. Quero um pouco. - Enquanto Ellie vai até a cafeteira, eu verifico se alguém me ligou e encontro algumas chamadas perdidas de Nathaniel.

- Aí senhor. - Ela coloca sobre o balcão e eu tomo um pouco - Ah, e antes que eu me esqueça, o seu irmão ligou e deixou um recado. - Ela olhava para cima, tentando lembrar-se do recado, as vezes Ellie tinha esquecimentos. - Ah sim! É que hoje terá um jantar especial lá na casa deles e eles precisam de você.

- Jantar? E por que diabos seria especial? - Pergunto a olhando.

- Apenas me disse isso seu Jason. O senhor vai não é? - Ellie conhecia a minha família, pois já havia trabalhado com meus pais.

- Estas reuniões familiares são mais entediantes que palhaços de rua.

O meu desinteresse era claro, porém eu iria. A tarde fui a delegacia para resolver algumas tarefas, geralmente eu investigava casos jurídicos, mas quando comecei a única coisa a qual eu era direcionado era a crimes físicos, vou contar-lhes um pouco mais sobre como cheguei aqui.

Aos vinte anos adentrei para a equipe de investigadores, estava concluindo a faculdade de direito. Não contava com o apoio de ninguém, fiz porque de fato eu queria, sempre arrisquei todas as fichas e consegui resolver casos indecifráveis, como o de um juiz que há muitos meses roubava mínimas verbas do exercito americano.

Dançando sobre o fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora