Jason:
Depois de toda aquela confusão, finalmente eu consigo me acalmar. Paul me faz companhia, ele continua me dizendo que Nathaniel está arrependido, que quer rever nossa relação, como posso acreditar nisso? Nathaniel sempre foi o preferido da casa, o que dava os melhores resultados e o que ganhava os melhores presentes. Quando ele percebeu que havia favoritismo e que ele era o filho escolhido, acabava tirando vantagem sobre Paul e eu. Foi difícil para Paul, pois sendo mais novo apenas dois anos, teve que suportar toda a carga de ser o opaco dentre eles. Até mesmo por que Paul seguiu o caminho que o meu pai desejava, mas nunca deixou de ser o sub chefe, sempre abaixo de Nathaniel.
Não acredito nas mudanças de Nathaniel, ele jamais deixará de seguir os passos de nosso pai e isso o fará ser cada vez mais insuportável. Depois de algumas horas conversando com Paul, uma enfermeira aplica um sedativo e eu durmo como um bebê.
E pela manhã recebo a melhor notícia que alguém poderia receber: você receberá alta daqui a dois dias.
— Mas, terá que passar por uma avaliação antes disso. — diz a enfermeira.
— Eu já estou bem. Acredite, ontem eu tive uma demonstração de que estou indo bem. Consegui levantar.
— Levantou-se? — pergunta um tanto preocupada.
— É... Só um pouco. Não aguento mais isso. Me entende?
— Bom dia. — era Nathaniel. Que merda.
— Vou deixá-los a sós. Volto logo com o seu café da manhã. — diz a enfermeira que em seguida deixa o quarto.
— Jason, tem alguém querendo te ver. Querendo muito. — retruca Nathaniel. O encaro.
— Quem? — pergunto curioso.
Nathaniel abre a porta e vejo Ellie, ela está com os olhos inchados e com um sorriso estampado, vem em minha direção e me abraça como uma verdadeira mãe. Como é bom vê-la!
— Você está tão bonito! Está bem. Que bom meu filho, orei tantas noites por você. — diz ela tocando meu rosto.
— Não sabe o quanto agradeço por isso Ellie. Obrigado por vir, obrigado. — digo a beijando no rosto.
— Foi o seu irmão Nathaniel que me trouxe, ele disse que você queria muito me ver. — olho para Nathaniel no fundo da sala silencioso e observando toda a cena.
— Vou deixá-los sozinhos. — diz Nathaniel abrindo a porta e saindo.
— Eu fiquei surpresa quando ele pediu para que eu viesse. Notei que ele estava fazendo de coração. Me diga uma coisa filho, o que aconteceu? Vocês estão se entendendo? — reviro os olhos.
— Não sei, eu não notei nenhuma diferença em nosso relacionamento, mas Nathaniel tem tido atitudes muito estranhas.
— De qualquer forma filho, se ele estiver mesmo mudando, dê-lhe uma oportunidade, ou melhor, dê essa oportunidade a vocês dois de serem mais unidos. — cruzo os braços.
— Nathaniel e eu unidos? Só se for pelo ódio! — retruco.
Dá uma oportunidade a Nathaniel? Essa foi a frase mais estranha que eu ouvi em toda minha vida. Mas, desde que sofri esse acidente Nathaniel esteve todos os dias ao meu lado, são atitudes das quais eu não imaginaria que um dia fossem acontecer. Mas, como Ellie disse, dê essa oportunidade. Ou fode tudo de uma vez ou terá de melhorar em algum quesito.
Alguns dias após:
Jason:
Finalmente eu iria sair daquele hospital onde passei mais de uma semana, eu podia caminhar, mas estava lento devido aos tantos dias sem me mexer direito. Vesti uma de minhas roupas trazidas por Ellie e aguardava o médico para finalmente me dar alta. Ana foi mesmo embora da cidade? Será que eu a machuquei quando indaguei que ela tinha algum sentimento por Nathaniel? Mas, por que diabos eu estou me perguntando isso?
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Dançando sobre o fogo
RomansaJason Whittemore era o mais novo de três irmãos, e segundo seus pais o mais rebelde desde a infância, com uma personalidade forte e um humor para poucos, brinca com as mulheres e quase sempre estampa jornais. Há muitos anos Jason não via Ana, a filh...