CAPÍTULO VINTE E DOIS

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— Aqui Jason. — ele então empurra uma das estantes e havia uma porta. Uma camuflagem perfeita!

— Puta merda, que infeliz esperto. — Nathaniel abre a porta.

Nós descemos as escadas e nos deparamos com um galpão repleto de carros, isso é muito louco. Carros velhos, carros amassados e alguns novos.

— Isso tudo é tão louco. — retruco.

— Olha, esse galpão tem uma saída do outro lado do povoado. É por onde entra todas estas coisas. — diz Nathaniel.

— Isso precisaria de uma investigação muito grande. Não temos como incriminá-lo. Seria muito imbecil da nossa parte. — falo enquanto percorremos o espaço. As luzes incandescentes dificultam a minha visão.

Vejo um carro idêntico ao que estava na noite do acidente, me aproximo lentamente.

— O que tem aí Jason? — pergunta Nathaniel me olhando.

O carro está praticamente todo amassado, mas consigo abrir a porta. O meu silêncio lidera o pânico que eu sentia. Olho fixamente para dentro do veículo.

— Jason? — pergunta novamente.

Meus olhos percorrem todo o carro e veem o que parece ser um celular, totalmente quebrado, mas era o celular de Morgan. Os bancos estão com resquícios de sangue.

— Encontrou um celular aí? — pergunta me olhando.

— Sim. Encontrei. — retruco muito quieto.

Fecho meus olhos e brevemente procuro lembrar daquele momento angustiante, no momento em que olhei pelo retrovisor e vi aquele carro cheio de homens armados atirando contra nós, olho então para o lado e vejo o carro em que estavam esses homens. Palavras não me são suficientes para descrever o que sinto naquele momento.

— Jason, o que você tem? Está parado aí tem vários minutos. Não fala nada. O que aconteceu? — o encaro.

— Este é o carro que Morgan e eu estávamos quando sofremos o acidente. Este é o celular de Morgan e esse carro, é o carro que nos perseguia naquela noite. — Nathaniel vai de uma expressão calma a uma expressão de pânico.

— O que? — baixa a cabeça.

— Concluirei essa investigação. — digo num tom de voz firme. Sentia ódio, angustia e raiva. Sentimentos muito fortes.

Uma certeza: o envolvimento de meu pai com as empresas que traficam droga e dinheiro. E outra certeza: ele estava consciente de que Morgan e eu poderíamos morrer. Isso não vai ficar como está, nem que eu me mate para conseguir colocá-lo na prisão.

Tiro meu celular do bolso e disco o número da polícia.

— Jason? O que está fazendo? — pergunta me encarando.

— Maldição, nesse merda não tem área. Vou até a sala e já volto. Fique aí. — me distancio indo na direção da sala, meu joelho não me ajuda e começa a doer de forma exagerada. Demoro mais que o normal para chegar ao solo, tiro meu celular do bolso.

Novamente disco o número da polícia:

— Departamento de polícia de Jorgen.

— Mande agora mesmo duas viaturas e comunique a polícia federal de San Diego que eles devem vir ao povoado de Jorgen, para a velha empresa dos Whittemore. Ok?

— Ok.

— Sou Jason Whittemore, policial investigador. Estou numa investigação. Faça isso agora. — retruco.

Dançando sobre o fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora