Anastasya
Depois de muito resistir aos pensamentos e a tormenta de minha alma, permito que o cansaço me abrace sobre a cama e sua carícia suave à minha pele que toma-me por completo, adormecendo a dor pendida em meu peito como um soluço contido.
Ao acordar na manhã seguinte meu corpo pesado sobre a cama trava uma batalha entre o real os devaneios de levantar e ajudar papai no celeiro. Mas logo minha mente traz diante de meus ouvidos as palavras de Padre Joseph como um sussurro.
Com meus olhos presos ao teto branco e recheado de imagens invisíveis de meu delírio, revivo o momento fatal na qual remete-se a repetir por diversas vezes diante de meus olhos exaustos. Um lado de minha alma busca por entendimento, tentando por vezes entende-lo ou decifrar teus olhos enigmáticos.– Ana? – Manifesta-se Alexandra à chamar-me.
Desviando meus olhos do teto, encontro-a ao outro lado do quarto sentada sobre sua cama. Seus olhos caídos carregam preocupação e em seus cabelos 'nó' gigantescos espalham-se bagunçados. Lanço-lhe um sorriso afim de disfarçar minha dor.
– Você não está sozinha. Eu estarei aqui, caso precise de mim. — Alexandra lança-me as palavras de forma graciosa enquanto roça seus olhos com seu punho fechado, acertando meu coração como uma flecha.
Sentindo novamente aquela familiar dor se alastrar, fecho meus olhos em impedir que mais lágrimas escapassem, mas antes que pudesse tornar cativo minha fraqueza, sinto braços à envolverem-me em um abraço forte, tornando impossível suportar. E então, sem pestanejar, liberto-me de minha prisão e deixo que as lágrimas dolorosas rolassem livres por meu rosto, expondo todo aquele sentimento para que como vapor evaporasse dentro de cada gota salgada.
– Aquelas palavras... – Solto, virando-me em afogar meu rosto em minha cama e lençóis, entre soluços e gemidos. - Por favor, faça passar. - Digo, lançando sobre meu peito um soco desesperado.
– Ana, por favor não faça isto! – Implora-me em segurar minhas mãos.
Após alguns segundos sobre o domínio de suas mãos, observo ao vácuo diante de meus olhos, encontrando um breve alívio em meio ao caos instalado sobre meu peito. Alexandra acaricia minhas costas passando-me força.
Fecho meus olhos prendendo o máximo de ar em meus pulmões trêmulos, e finalmente, após alguns segundos, ergo-me em assentar-me guiando meus olhos aos teus, que estudam os meus umidecidos.–,Isto é errado, eu sei... – Pronuncio-me, desviando meus olhos para minhas mãos que pesam-se sobre meu colo. – Não posso sentir tal coisa. Isto dói. Mas o pior é... – lanço meus olhos ao redor, evitando encarar aos seus olhos. – O fato de não conseguir entender o porquê disto.
– Eu sei minha amiga... – manifesta-se, tocando meu queixo em voltar meus olhos aos teus. – Eu sei! –declara, tomando minhas mãos. – Por que não fazemos algo diferente hoje? – Alexandra lança-me um olhar confiante.
– Não estou animada, perdoe-me. – Nego, voltando à deitar-me secando meu rosto úmido.
– Nada disso! – Impede-me. – Vamos, Levanta-se! – decreta erguendo-se em cessar ao meu lado com tuas mãos em sua cintura. Em um gemido de negação, cubro-me a cabeça.
– Deixe-me aqui, por favor. – peço.
– Não posso permitir... – diz, retirando o lençol de cima de meu corpo. Encolho-me. – Eu não vou deixar você ficar aqui. E caso não for junto à mim, igualmente não sairei daqui e isto quer dizer, que não vou lhe deixar dormir. Então se você quiser continuar nesta cama, para mim, tudo bem. – Declara, atraindo meus olhos cansados aos teus, que abaixo de suas sobrancelhas erguidas, parecem confiantes em suas palavras. Viro de bruços e afundo meu rosto na cama.
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Santo Pecado
Romance" Se há amor, não deveria haver pecado. Mas se há, condeno-me ao inferno. " Santo Pecado conta a história de Anastasya White Xavier, uma jovem de 18 anos cujo a sua história é contada no ano de 1864, século 19. Bondosa, Anastasya sonha com o marid...