Anastasya WhiteO dia se desprendia do gramado, tornando-o em sombras ao que se colocava laranja ao oeste.
Embora o dia tenha sido repleto de atividades, borboletas ainda voavam em meu estômago a cada corredor explorado com o inoportuno desejo em encontra-lo novamente.Engulo em seco e forço um sorriso às meninas que em uma roda ao jardim, conversam ao meu redor com seus olhos brilhantes e lábios cheios. Alexandra diverte-se e sorri de maneira espontânea. Concentro-me em seus movimento enquanto aqueles olhos profundos retornam a minha mente agitada.
- O que achou, Ana? - Direcionam-me uma pergunta, atraindo meus olhos novamente aos olhos que me observam atentos.
- Perdão? - indago enquanto sinto meu cenho manifestado entre minhas sobrancelhas.
Seus olhares se cruzam enquanto em seus lábios sorrisos reprimiam-se entre seus desejos. Vejo quando uma menina de cabelos castanhos de pontas enroladas inclina-se para sua companheira de cabelos curtos colocando sua mão em segredo ao que cochichava ao seu ouvido. Ambas sorriem.
- Dele... - manifesta-se a jovem ao meu lado com uma fita na ponta de seu cabelo trançado. - Padre Joseph. - Sussurra, colocando todas em euforia contida.
- Eu não sei. - dou de ombros cessando enquanto recordo-me de seus olhos. Devolvo meus olhos a todas. - O achei educado e... - cesso ao sentir uma brisa gélida subir por meu estômago enquanto distâncio meus pensamentos.
- Ana... - Alexandra chama-me tocando meu braço eriçado. Devolvendo meus olhos a tal, pisco algumas vezes ao perceber os olhares ao redor.
- Meninas.. - Ergue-se a jovem de cabelos trançados - Dêem as boas vindas a nossa nova amiga... - cessa inclinando-se. - Qual é o seu sobrenome mesmo? - pergunta provocando-me um sorriso confuso por sua atitude.
- White. - Manifesta-se atrás de nós, fazendo com que os olhos de todas voltem-se arregalados para atrás de meu corpo. - Anastasya White! - Conclue, fazendo-me perceber ser a única ainda assentada ao gramado.
Ergo-me, colocando minhas mãos juntas a frente de meu corpo, igualmente como faziam todas. Abaixo meu queixo, observando seus pés aproximarem-se de nós.
- Divertindo-se? - Pronuncia-se colocando seu corpo diante ao meu.
Cautelosamente ergo meus olhos, observando lentamente seu corpo construindo-se diante de mim.
Cruzando enfim com meu reflexo no mar de seu olhar, afundo completamente na escuridão em uma queda que causa-me aquela familiar e gélida brisa que escala meu estômago.O que estaria acontecendo comigo?
- Posso rouba-la brevemente meninas? - Declara provocando o estreitamento de meus olhos, o que causara-o um belo e reprimido sorriso.
- Claro, padre Müller. - declaram em uníssono, fazendo-o com que volte seus olhos à mim.
Sua sobrancelha arquea-se discretamente ao leve sorriso em seus lábios. Inclinando levemente sua cabeça em um aceno positivo, seu corpo oferece-me passagem para que o acompanhasse em uma convidativa caminhada pelo jardim.
E desta maneira permito-me, engolindo toda brisa de meu estômago em reprimi-la em segredo enquanto seu corpo permite-se acompanhar-me.Por alguns segundos permanecendo em silêncio, luto internamente contra o desejo de olhar novamente em seus olhos que intercalam-se em observar-me e cumprimentar as jovens eufóricas que o cumprimentam e cochicham.

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Santo Pecado
Romance" Se há amor, não deveria haver pecado. Mas se há, condeno-me ao inferno. " Santo Pecado conta a história de Anastasya White Xavier, uma jovem de 18 anos cujo a sua história é contada no ano de 1864, século 19. Bondosa, Anastasya sonha com o marid...