.:5:.

2K 195 6
                                    


Anastasya

  Com o toque quente das águas aquecendo meu corpo, relaxo por completo enquanto minha mente recorda-se do dia que havia se passado. Aquelas palavras ainda ecoando vivas em minha mente, fazendo-me reviver novamente tal confuso e devastador momento.

"- Não consigo ficar longe... por isso estou aqui. "

  Um sorriso involuntário escapa por meus lábios ao recordar-me de suas palavras reveladoras que encheram-me de prazer e esperanças, sobre o sentimento que persuadia seu coração ao meu respeito. Estarei precipitando-me novamente?

  Após ensaboar-me e arrancar todo cansaço do dia ergo-me da banheira de água quente, enrolando-me logo em seguida em uma aconchegante toalha. Caminhando para minha cama, tomo em mãos uma vestimenta confortável e leve para uma boa noite de sono. Deixo que a toalha caia de meu corpo expondo-me por completo. Visto-me e repouso a cama, num entanto inquietação pulsa por todo meu corpo, fazendo-se desconfortável toda e qualquer posição neste leito confortável.
Guiando meus olhos à luminária que iluminava o quarto escuro, aqueles olhos verdes profundos em águas doces e amargosas mais uma vez tomam minha mente, fazendo-me relutante a súbita sensação calorosa que instalou-se ao meu peito.

– Ana, ainda está acordada? – Chama-me Alexandra.

– Pensei que já dormia. – Digo ainda à observar a luminária a queimar.

– Não consigo. – Confessa, soltando todo ar de forma exausta.

– O que tira teu sono? – Pergunto, desviando desta vez meus olhos ao teto acima de meu corpo.

– O Conde parece ter gostado de você. – solta um breve riso de sua garganta.

– Sinto-me cansada. Manhã conversamos, tudo bem? – um breve silêncio instala-se.

– Anastasya. - Chama.

– Sim!? – Respondo enquanto fecho meus olhos.

– Você está apaixonada por Joseph, não está? – Declara fazendo com que meus olhos abram-se.

  Sinto em meu peito novamente meu coração manifestar-se agitado, afirmando meu sentimento. Cerro meus olhos e como um mal súbito retorno à aquele olhar que me arranca a sanidade e traz ao meu peito explosões intensas capazes de sufocar-me..

– Como abelha ao mel. – Declaro sentindo uma lágrima quente rolar do canto de meus olhos ao encontro de meu travesseiro.

[...]

– Ana, acorde! – Sinto-me sendo chaqüalhada bruscamente.

– O que está havendo? – espreguiço-me enquanto Alexandra corre pelo quarto arrumando-se.

– Levante-se! Estamos atrasadas para a missa! – Alexandra pega um vestido em mãos jogando-o sobre minha cama. – Vista-se, estou descendo para a capela. Nos encontramos lá. – Caminha rapidamente para a porta abrindo-a. Mas antes de fecha-la, conclui. – Por favor, não demore.

  Assinto positivamente sorrindo ainda sonolenta para Alexandra, que devolve-me um sorriso, fechando logo em seguida a porta. Levantei-me ainda à tontear naquela manhã de domingo. Tomei um banho rápido e vesti-me de forma desengonçada em esbarrar em tudo que decretou-se ao chão.

  Ao finalmente analizar-me ao espelho, assenti para meu reflexo, pois estava apresentável diante de mais um desafio cumprido com excelência. Viro-me seguindo em direção a porta para retirar-me.

– Está atrasada! – Surpreende-me Madre Margor abrindo a porta antes que eu o pudesse fazer.

– Perdoe-me Madre, perdoe-me! – digo acolhendo-me a limitar meus olhos somente aos meus pés.

Santo PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora